sábado, 27 de março de 2010

Sociedade

Agrupamento de Escolas de Abrantes entrega à Comissão de Protecção de Crianças e Jovens resolução de casos de agressão numa escola do Pego
O Agrupamento de Escolas D. Miguel de Almeida, de Abrantes, anunciou hoje ter entregue à Comissão de Protecção de Crianças e Jovens a resolução de casos de agressão registados numa escola primária, em Pego.
A decisão surge depois da denúncia de vários encarregados de educação de que “há crianças constantemente agredidas por dois miúdos problemáticos”.
A Associação de Pais e Encarregados de Educação (APEE) confrontou o Agrupamento de Escolas com a “inevitabilidade de tomada de decisões” ou, então, segundo afirmam, não irão sujeitar mais os seus filhos à frequência de uma escola com cerca de 80 alunos, que “não é segura”.
Segundo disse à agência Lusa Sérgio Vicente, presidente da Associação de Pais e Encarregados de Educação da escola primária de Pego, “há miúdos constantemente agredidos e que não querem ir à escola, com episódios de navalhas de ponta e mola, tabaco na escola, agressões físicas e verbais constantes durante os intervalos às outras crianças e inclusivamente a funcionários e professores”.
“Recentemente, até um menino de 6 anos foi molestado sexualmente nas instalações sanitárias do estabelecimento de ensino, valendo o surgimento de uma auxiliar que travou o episódio”, referiu o responsável, pai de duas meninas que frequentam aquela escola.
Segundo disse à Lusa um outro encarregado de educação, que pediu reserva na identificação, à enteada, de 7 anos, “cospem-lhe no prato na altura das refeições, já lhe espetaram um lápis afiado na perna e foi pontapeada com violência mostrando-se sempre muito agitada e com medo na hora de ir para a escola”.
“Esta é uma situação que não pode mais continuar”, afirmou à Lusa Sérgio Vicente, tendo acrescentado que “os pais ponderam deixar de levar os seus filhos à escola, como forma de protesto e como forma de proteger as crianças”
Segundo afirmou, os pais “estão saturados de todos estes episódios”, tendo reunido e decidido fazer “um último apelo às apáticas entidades responsáveis” para a resolução do problema.
“Decidimos dar 15 dias de tolerância, depois do reinício das aulas, para que actuem perante as crianças e os pais responsáveis pela situação, transferindo-os ou encontrando uma solução, uma vez que aquelas crianças também precisam de ajuda especializada”.
“Caso nada se faça, os pais decidiram que vão deixar de levar os filhos à escola”, afirmou o responsável pela APEE.
Contactado pela Lusa, Jorge Beirão, responsável pelo Agrupamento de Escolas D. Miguel de Almeida, disse ter “conhecimento da situação”, tendo afirmado que alguns dos casos relatados estão a ser “empolgados”
“De qualquer forma”, acrescentou, “as coisas estão encaminhadas tendo o caso sido entregue à Comissão de Protecção a Crianças e Jovens”.
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