sábado, 27 de setembro de 2008

Cultura Popular



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Imagem: A.Anacleto

Mais uma vez, fizemos reportagem na simpática aldeia da Barrenta, na freguesia de Alvados, concelho de Porto de Mós.
Pela sétima vez, os cerca de cinquenta habitantes, daquela pacata aldeia serrana inserida no Parque Natural das Serras Aire e Candeeiros, acolheram hoje de braços abertos, os milhares de forasteiros que ali acorreram, para assistirem ao VII Encontro Nacional de Tocadores de Concertinas.
Viajaram de vários cantos do país cerca de cento e vinte instrumentistas, que deslumbraram a enorme assistência com acordes e cantes da música popular portuguesa.
Surpreendeu-nos o elevado número de jovens a executarem com elevada mestria estes instrumentos musicais de cariz popular.
De França, veio o Trio Lopes, um grupo de emigrantes que fizeram furor com o reportório apresentado.
Em suma, música popular, alegria, convívio, animação e boa gastronomia, marcaram presença em terras de Serra D´Aire.
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A. Anacleto

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Baú de Memórias...

Fui ao baú das minhas memórias e encontrei!...

…foi na cidade “tripeira”, cidade de boa gente, que passei uma noite de S. João. Era uma imensidão de povo ordeiro que festejava o “seu santo”. Era o batuque dos martelinhos, o cheiro da alcachofra e da sardinha assada, o som da música popular, o “pé de dança” e a troca de olhares com as meninas “vaidosas” nos bailes populares nas ruelas da cidade!...
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in "Meio Século de Vida" - Memórias
A. Anacleto

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Taxas Municipais

Concelho de Alcanena vai ter as mesmas taxas de IMI e derrama em 2009

O executivo da Câmara Municipal de Alcanena deliberou na passada segunda-feira, as taxas de IMI – Imposto Municipal sobre Imóveis e derrama para o próximo ano de 2009. Seguindo a política do presente ano, a derrama fixar-se-á em 1,5 por cento sobre o volume de negócios tributável das empresas do concelho, com excepção dos empresários com volume de negócios até 150 mil euros. O IMI mantém as taxas de 0,7 por cento para os imóveis não avaliados e de 0,4 por cento no caso dos imóveis avaliados ao abrigo do código de IMI.
O executivo camarário, decidiu ainda sobre a participação variável do município no IRS – a receber em 2010, que será de 4 %.
Todas as deliberações foram votadas por unanimidade.
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A. Anacleto

História


Caminhos-de-Ferro

A partir do ano de 1840 começou a falar-se de comboios no nosso País. Alguns não acreditavam que seria possível a existência de comboios no “cantinho à beira mar plantado”!
Mas havia expectativas à volta dos mesmos, baseado nas descrições jornalísticas da época sobre o desenvolvimento ferroviário no estrangeiro.
Com coragem, Fontes Pereira de Melo, que era Primeiro-ministro das Obras Públicas, iniciou o lançamento da rede ferroviária nacional, à base de empréstimos de capital estrangeiro, creditando-se que viria a ser pagos pelo enriquecimento do País.
Em 28 de Outubro de 1856, no reinado de D.Pedro V, foi solene e festivamente inaugurado o primeiro troço da rede ferroviária nacional entre Lisboa e o Carregado, demorando sessenta e cinco anos a conclusão da rede.
A linha da Beira Baixa foi inaugurada no dia 06 de Setembro de 1891, pelo Rei D. Carlos e pela Rainha D. Amélia, a qual permitiu enormemente para o desenvolvimento industrial e comercial da região.
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A. Anacleto

domingo, 21 de setembro de 2008

Roteiros



Imagem: A. Anacleto
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Visitámos o certame “XII Festival da Enguia”, que se realizou este fim-de-semana no lugar de Boquilobo, na freguesia de Brogueira – concelho de Torres Novas.
Apesar da crise, notava-se alguma afluência de público aos vários restaurantes existentes naquele lugar, para saborear este saboroso peixe de água doce.
Diz o povo: é sempre bom “juntar o útil ao agradável”. Foi o que fizemos. Depois de visitar o certame, no qual marcava também presença o artesanato e alguma animação com Ranchos Folclóricos e Filarmónicas da região, aproveitámos para visitar a Casa Memorial do General Humberto Delgado.
Encontrámos lá vários elementos importantes da vida e da luta do “General Sem Medo”. Se ainda não visitou, sugerimos uma vista a esta casa cultural!
A. Anacleto
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HUMBERTO DELGADO – o General Sem Medo
Humberto da Silva Delgado nasceu em Boquilobo freguesia de Brogueira, Torres Novas a 15 de Maio de 1906 e faleceu em Villanueva del Fresno,« - Espanha a 13 de fevereiro de 1965 foi um militar português da Força Aérea que corporizou o principal movimento de tentativa de derrube da ditadura salazarista através de eleições, tendo contudo sido derrotado nas urnas, num processo eleitoral que deu a vitória ao candidato do regime ditatorial vigente, Américo Tomás.
Frequentou o Colégio Militar, cujo curso concluiu em 1922. Em 1925 entrou na Escola Prática de Artilharia, de Vendas Novas. Participou no movimento militar de 28 de Maio de 1926, que derrubou a República liberal e implantou em Portugal a Ditadura Militar que, poucos anos mais tarde, em 1933, iria dar lugar ao Estado Novo liderado por Salazar. Durante muitos anos apoiou as posições oficiais do regime salazarista, particularmente o seu anticomunismo. A sua atitude política favorável ao regime e as qualificações técnicas obtidas nos Estados Unidos levam-no a ascender rapidamente na escala hierárquica (será o general mais jovem da Força Aérea, ascendendo a este posto com apenas 47 anos) e a ocupar posições de destaque.
Foi procurador da Câmara Corporativa entre 1951 e 1952. Representou Portugal nos acordos secretos com o Governo Inglês sobre a instalação das Bases Aliadas nos Açores. Apesar de ser originalmente conotado com as franjas ultras do regime (ultra apoiante ao regime, conservador), a partir da década de 1950 e após ter sido preterido por Salazar para um importante cargo que ambicionava (Salazar procurou compensá-lo nomeando-o Chefe da Missão Militar Portuguesa a Washington, de 1952 a 1957), passou a defender o ideal democrático e participou activamente na oposição.
Participou nas eleições presidenciais de 1958, contra o almirante Américo Tomás (apoiado por Salazar), reunindo em torno da sua candidatura toda a oposição ao regime. Numa famosa entrevista realizada pelo jornalista Mário Neves em 10 de Maio de 1958 no café Chave de Ouro, quando lhe foi perguntado que postura tomaria face ao primeiro-ministro (Presidente do Conselho dos Ministros) António de Oliveira Salazar, respondeu com a célebre frase “obviamente, demito-o”, que ainda hoje é frequentemente citada na política portuguesa em diversos contextos e variações. Foi a frase de declaração de guerra ao regime. Devido à sua coragem de dizer em público palavras pouco respeitosas e agressivas para o regime e para Salazar, ele foi cognominado ora de “General sem Medo” ora de “General sem Juízo”. Esta frase célebre incendiou os espíritos das pessoas oprimidas pelo regime salazarista que o apoiaram e o aclamaram durante a campanha (com particular destaque para a entusiástica recepção popular no Porto).
Nas eleições presidenciais de 1958 acabou por ser derrotado graças à gigantesca fraude eleitoral montada pelo regime.
Em 1959, na sequência da derrota, vítima de represálias por parte da polícia política, pede asilo político na Embaixada do Brasil, seguindo depois para o exílio na Argélia.
Convencido de que o regime não poderá ser derrubado pelos meios pacíficos procura atrair as chefias militares para um golpe de Estado. Este golpe foi por fim executado em 1962 e planeou tomar de assalto o quartel de Beja e outras posições estratégicas e importantes de Portugal. A revolta fracassou.
Desiludido com os sucessivos fracassos procura reconciliar-se com Salazar, que por fim o convoca. Ao seu encontro, na fronteira Espanhola em Villanueva del Fresno (Espanha, nos arredores de Olivença), é enviado um comando da PIDE, liderado por Rosa Casaco que o assassinou a tiro, bem como à sua secretária. Morre assim na fronteira, sem ter conseguido regressar a Portugal, no dia 13 de Fevereiro de 1965.
Em 1990 foi nomeado Marechal da Força Aérea. O seu corpo está, agora, no Panteão Nacional.
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in Wikipédia

Artistas



Imagem: A. Anacleto
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Fizemos uma visita ao Cine Teatro S. Pedro em Alcanena, onde está a decorrer uma exposição do escultor João Carvalho.
Ficámos fascinados com a exposição de arte daquele autor, baseado em peles curtidas, que demonstram de facto um “Nu Eterno” de imaginação profunda.
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JOÃO CARVALHO
João Carvalho nasceu na cidade de Torres Novas, em 1962. É neto de Luís Pereira, um pintor retratista desconhecido, descendendo de uma contínua linhagem de familiares com fortes veias artística, pelo lado materno.
Adquiriu o gosto e o conhecimento pelas peles curtidas por parte avô e do pai, revelando-se um verdadeiro entendido na matéria. Mais tarde, em 1983, decidiu obter formação como técnico de curtumes, na Alemanha. Paralelamente à sua longa experiência técnica nas peles curtidas, João Carvalho passa a criar, as suas extraordinárias obras esculturais com o - “Nu Eterno”.
Já realizou exposições no Europarque, em Santa Maria da Feira (2006), Espaço Fatimae, em Fátima (2006), Museu de História Natural, Lisboa (2007), e Centro Náutico, em Constância (2008), João Carvalho apresenta-se na Galeria de Exposições do Cine-Teatro São Pedro, em Alcanena.
A exposição estará patente ao público até 26 de Outubro, de terça a domingo, no horário das 14:00h às 20:00h, e entre as 11:00h e as 21:30h, nos dias de espectáculos.
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A. Anacleto

Artistas


Eugénia Lima

Nasceu na cidade albicastrense de Castelo Branco em Abril de 1926. Reside à vários anos no concelho de Rio Maior.
É diplomada com o Curso Superior de Acordeão na categoria de Professora pelo Conservatório de Acordeão de Paris.
Foi no Teatro Vaz Preto, em Castelo Branco, aos quatro anos de idade que fez a primeira actuação. Pela qualidade da arte do tocar o acordeão valeu-lhe o epíteto de "Miúda de Castelo Branco".
No teatro de revista, estreou-se no Teatro Variedades na revista "Peixe Espada".
Actuou em Portugal de lés-a-lés, inclusivé no Ribatejo onde sempre foi bem acarinhada.
No estrangeiro, fez digressões pela Europa, África e América.
Em décadas remotas, era assídua na televisão portuguesa a realizar espectáculos. Passou também por diversas televisões estrangeiras.
Escreveu melodias para vários artistas consagrados. Tem vários discos gravados.
Foi uma das fundadoras da "Orquestra Típica Albicastrense".
O seu nome figura no Dicionário Mundial de Mulheres Notáveis de Américo Lopes de Oliveira e Mário Gonçalves Viana.
É Cooperadora da SPA desde Maio de 1977.
Distinções/Prémios
. 1º lugar no Concurso de Acordeonistas, Emissora Nacional, 1947.
. "Óscar da Imprensa" para a melhor solista de música ligeira, 1962.
. Inúmeras medalhas, placas e diplomas atribuídas por entidades portuguesas e estrangeiras.
. Grau de "Dama da Ordem Militar de Santiago da Espada", 1980.
. Diploma Honorífico atribuído pela União Nacional dos Acordeonistas de França, 1984.
. Condecorada com a Medalha de Mérito Cultural, 1986.
. Grau de "Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique", 1995.
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Pesquisa: A. Anacleto

sábado, 20 de setembro de 2008

Ainda Há Homens!...






Reforma
Eanes prescinde de um milhão de euros

Ramalho Eanes prescindiu dos retroactivos a que tinha direito relativos à reforma como general, que nunca recebeu. O Governo diz ter sondado o ex-Presidente, que não aceitou auferir essa quantia (a qual ascenderia a mais de um milhão de euros). A reforma só começou a ser paga em Julho, mas sem qualquer indemnização relativa ao passado.
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in Revista “Sol” – online 13.09.08 - Helena Pereira e Manuel A. Magalhães

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Artistas

Zulmira Bento expõe no átrio do hospital de Torres Novas

No átrio principal do hospital de Torres Novas, está patente, uma exposição de pintura de Zulmira Bento.
Natural da Vila de Minde - Alcanena, a artista incide principalmente trabalhos de pintura sobretudo retratos a óleo sobre tela.
Autodidacta, pinta há cerca do 30 anos. Tem procurado ao longo dos tempos evoluir por sua conta, no entanto também tem frequentado alguns cursos de pintura.
A artista já participou em diversas exposições, com destaque na cidade de Coimbra, tendo esta sido promovida pelo Movimento Artístico de Coimbra e pela Associação de Solidariedade Social dos Professores. Na sede do seu concelho – Alcanena, também já expôs na Galeria de Arte da Casa Municipal da Cultura em Junho de 2004. Os trabalhos estarão patentes até ao dia 1 de Outubro.
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A. Anacleto

Vida Desportiva Ribatejana

ALEX VIEIRA – Português de Ourém um campeão do mundo de motos

Mesmo com os franceses a levarem anos e anos, a chamarem-lhe um dos seus, adiantando apenas que se tratava de um produto “made in France””, embora de origem portuguesa, com outros, a definirem-no ainda, como um cidadão cem por cento gaulês, Alércio Vieira conhecido no mundo do motociclismo como ALEX VIEIRA, jamais renegou a sua condição de português, nada e criado nos arredores de Vila Nova de Ourém, até à altura que seus pais decidiram partir para Paris, aí tentando iniciar uma nova vida.
Isso mesmo e muito mais, diria Alex Vieira, ao diário desportivo “Record”, em 23 de Abril de 1995, ao referir ao jornalista Paulo Quental “sou português”, não estou naturalizado francês, mas a minha vida é toda feita aqui…

Excerto do livro “Ribatejo – Terra de Campeões” – Carlos Arsénio

Biografia:
Nome: ALÉRCIO da Silva VIEIRA
Nasceu: 14.12.1956 – Vila Nova de Ourém
Modalidade: Motociclismo

Palmarés:
Tendo triunfado em várias provas de motociclismo no mundo, destacamos:
* Campeão do Mundo de Resistência em 1989, 1990 e 1991;
* Vice-Campeão do Mundo de Resistência em 1986;
* Vencedor das “24 Horas de Le Mans” em 1986, 1987, 1989, 1990 e 1995;
* 2º Classificado nas “24 Horas de Le Mans” em 1994;
* Vencedor dos “100 Km de Jerez” em 1986;
* Vencedor dos “100 Km de Hockenheim” em 1986;
* Vencedor da “Taça FM de Resistência” em 1989;
* Vencedor da Prova “Bol d´Or” em 1989
* Vencedor das “8 Horas de Suzuka e Liege” em 1989;
* Vencedor do Campeonato de França de Produção;:
* Vencedor do Mundial de Superbikes, na Áustria em 1989,

in livro “Ribatejo – Terra de Campeões”
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A. Anacleto

Músicos Ribatejanos

O MÚSICO “XAREPA” VAI COMEMORAR 40 ANOS DE CARREIRA

”No dia em que deixar de sentir prazer em tocar, deixo a música”, disse “Xarepa” em entrevista ao Jornal Torrejano.
A música ajudava – na juventude – a atrair namoradas?
A nossa geração é muito diferente da geração de hoje. Lembro-me de uma festa onde fomos tocar, em que estavam muitas miúdas com o cartaz do concerto e já tinham escolhido entre os músicos, com quem queriam namorar. Antigamente os grupos eram muito bem vistos. Não havia local onde fôssemos que não éramos recebidos com foguetes. Era uma novidade, não é como hoje que há televisão, videos, etc.
(Excerto da entrevista)

Clik aqui para ler a entrevista na íntegra...

A. Anacleto

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Vida Desportiva Ribatejana

Temos vindo a ler o livro recentemente publicado, “Ribatejo – Terra de Campeões”, da autoria de Carlos Arsénio.
Verificamos, que foi um longo trabalho de pesquisa daquele jornalista, para a elaboração desta obra literária da vida desportiva ribatejana ao longo de várias décadas.
No entanto, em nossa opinião, existem várias lacunas, com falta de referências sobre algumas figuras ribatejanos que sobressaíram no desporto nacional. Refiro-me a casos de meu conhecimento referente ao concelho de Alcanena.
Estamos conscientes, que em tudo na vida são difíceis as perfeições. Louvo o trabalho deste jornalista pela elaboração desta enorme obra e, decerto, se um dia surgir uma nova versão, as faltas serão referenciados.
A. Anacleto
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JOSÉ MENDES
Natural de Alcanena, onde poucos se recordam das suas proezas, José Mendes, então atleta do Centro Desportivo Universitário do Porto, o prestigioso CDUP, fica com o seu nome muito directamente ligado a uma presença nos Jogos Olímpicos, facto sempre de assinalar…
…para o velocista olímpico natural de Alcanena, mas, desde cedo, radicado no Porto, para além dos êxitos desportivos, muitos deles conseguidos, depois de Barcelona, em provas disputadas em pista coberta, o grande sonho de se tornar arquitecto, viria mesmo a concretizar-se…

- Nome: JOSÉ Paulo de Almeida MENDES
- Nasceu: 13.04.1972, em Alcanena
- Modalidade: Atletismo
- CLUBE: Centro Desportivo Universitário do Porto (CDUP)
- Palmarés:
* 4 Vezes campeão nacional;
* Campeão Nacional de nos 400 m (1990 e 1993);
* Campeão Nacional na estafeta 4x100m (1993)
* Campeão Nacional na estafeta 4x400m
* 3 Títulos de campeão nacional nos 400m;
* Participou nos Jogos Olímpicos de Barcelona (1992), na estafeta de 4x400m, com Pedro Corvelo, Álvaro Silva e Pedro Rodrigues, onde Portugal se classificou em 18º lugar, entre 24 concorrentes.
* Internacionalizações: 6

Excertos do livro “Ribatejo – Terra de Campeões” – Carlos Arsénio

Coluna Literária...

“A SERRA LILÁS”

Era uma serra diferente. Não se podia olhar para ela e dizer “que lindos montes” ou “está tudo verdinho”ou ainda “está branca de neve” ou então “tem tantas flores-cores…” Olhando em volta e ao percorrer os caminhos das cabras, quer se subisse em direcção ao céu, quer se descesse até avistar o mar, tudo era pedra recortada, cheiinha de buracos-olhos de onde saíam tufos de alecrim.

Excerto do livro “A Serra Lilás” da autora Maria de Lourdes Soares
Trabalho literário dedicado ao Parque Natural das Serras D´Aire e Candeeiros.
A. Anacleto

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Grande Reportagem - SIC

Amanhã, quarta-feira, a SIC vai transmitir na "Grande Reportagem" a seguir ao Jornal da Noite um trabalho alargado sobre o trabalho científico de ELVIRA FORTUNATO.

Clik aqui

A. Anacleto

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Vida Literária...



Imagem: A. Anacleto
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“RIBATEJO – TERRA DE CAMPEÕES”

Este livro é um marco histórico relativo ao desporto do Ribatejo” – Escreveu o Dr. António Gentil Martins no Prefácio do livro “Ribatejo – Terra de Campeões” da autoria do Jornalista Carlos Arsénio, numa edição de “Edições Cosmos”.
Este livro é uma obra de pesquisa que o autor realizou no “seu” Ribatejo durante cerca de quatro anos. A obra com cerca de cerca de oitocentas e trinta páginas, retrata os atletas ribatejanos que mais se destacaram no desporto nacional e internacional, nas várias modalidades desportivas desde o ano de 1892 até aos tempos actuais.
O acto solene de lançamento, realizou-se hoje ao fim da tarde no salão nobre do Governo Civil de Santarém. Além do governador, estiveram presentes vários convidados, entre os quais várias entidades oficiais do distrito, autarcas, dirigentes desportivos e grande número de amigos do autor.
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Carlos Arsénio

Nasceu na vila da Golegã no ano de 1936 tendo iniciado a carreira na Comunicação Social em 1960. Passou pelo "Rádio Clube Português" e depois na "Rádio Renascença". Mais tarde, passou a integrar vários jornais nomeadamente pelo "Diário Popular", "Gazeta dos Desportos", "Benfica Ilustrado","Diário de Lourenço Marques", Século de Joanesburgo", "A Meta", "Bancada","Equipa", "O Benfica" e o "Record".
Foi distinguido com inúmeros prémios desportivos, tem uma quota-parte da sua vida dedicada ao estudo dos problemas da arbitragem, o que o levou a participar em dezenas de conferências e colóquios temáticos. Em 2005 foi distinguido pelo Governo, com a Medalha de Mérito Desportivo.

A. Anacleto

domingo, 14 de setembro de 2008

Gentes e Locais...



Imagem: A. Anacleto

Marcámos presença nas Festas Anuais da Gançaria.Desde o passado dia 8, que a animação tem sido forte nas festas anuais desta freguesia ribatejana. Ontem à noite, houve forte animação com a artista Ana Malhoa em palco.
Hoje, último dia dos festejos, durante a tarde desfilaram e exibiram-se no palco principal os Ranchos Folclóricos da Benedita e de Viegas.
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FREGUESIA DE GANÇARIA

Esta freguesia do concelho de Santarém, é limitada por Alcobertas, Fráguas do Concelho de Rio Maior e Alcanede.
Gançaria é a freguesia mais jovem do concelho de Santarém, criada em Junho de 1985 por desanexação da freguesia de Alcanede.
Tem uma área de 4,730 Km2, uma grande parte desta área é constituída por floresta de pinheiros e eucaliptos.
Tem uma população cerca de 600 habitantes, distando da sede do concelho (Santarém), 32 Km.
A agricultura, a pecuária, a indústria de transformação de madeiras, a indústria extractiva de caulinos e a cerâmica, desempenham, em termos económicos um papel importante na ocupação das gentes desta freguesia.
Tem tradição desde há duzentos e cinquenta anos a romaria em honra de Nossa Senhora da Saúde. Continua a ser visitada por milhares de devotos de todo o país, que ali acorrem em veneração a esta santa. Esta romaria é celebrada anualmente no dia 8 de Setembro.
A. Anacleto

sábado, 13 de setembro de 2008

Novo Livro

“Ribatejo - Terra de Campeões” - Livro do Jornalista Carlos Arsénio
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Na próxima 2ª feira, dia 15.09.08, pelas 18h30m, no Salão Nobre do Governo Civil de Santarém, será lançado o livro “Ribatejo – Terra de Campeões”, da autoria do Jornalista Carlos Arsénio, sob a chancela das Edições Cosmos.
Desta forma este jornalista quis prestar uma homenagem aos atletas e agentes desportivos que se salientaram no Ribatejo durante décadas.. Ao longo de 850 páginas o jornalista Carlos Arsénio retrata os feitos dos atletas ribatejanos até aos nossos dias.
Carlos Arsénio, foi jornalista do Jornal Record várias décadas, chegando a integrar a chefia de redacção deste jornal. Profundo conhecedor do fenómeno desportivo, que acompanhou de perto ao longo de muitos anos. Também como enviado-especial de Record, realizou várias coberturas de grandiosos eventos internacionais.
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A. Anacleto

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Gentes e Locais...

A CIENTISTA QUE TRANSFORMOU VIDROS DE JANELAS EM ECRÃS TFT

Elvira Fortunato passou do anonimato a figura pública após ganhar um prémio europeu em engenharia, atribuído pelo Conselho Europeu de Investigação. A cientista, natural de Almada mas com raízes familiares na Louriceira (Alcanena), entrou assim para o top 5 dos melhores cientistas do mundo em electrónica transparente.


COUVES DE ALMADA PARA PASSAR O NATAL NA LOURICEIRA
Como recorda os seus tempos na Louriceira?

Os meus pais são naturais da Louriceira mas foram cedo para Almada, onde eu nasci. Nunca cá vivi mas passei sempre as férias aqui na Louriceira até aos meus tempos de universidade. Recordo que costumava andar de festa em festa com a minha tia, que gostava de passear com as minhas amigas aqui da terra, de andar aqui pelos matos e de tomar banho no Alviela.

Costuma visitar a nossa região?

Regra geral fico por aqui, pela casa dos meus pais na Louriceira, não faço grandes roteiros.
Gosto de ir almoçar aqui a algum restaurante da região, como foi o caso do Tia Alice em Fátima desta vez, ou do Malho no Malhou onde vou com alguma frequência. Gosto também muito de ir a Santarém.
Habitualmente venho cá também na época da apanha da azeitona para acompanhar os trabalhos nas propriedades dos meus pais.

Também gosta de cultivar legumes no seu quintal: como lhe sobra tempo para isso?

Temos um jardineiro que cuida disso. Mas o meu marido é que é o entusiasta. Ele gosta muito de produtos cultivados lá na horta. Gostávamos de ter mais coisas mas saímos muito em conferências internacionais e as coisas acabam por se estragar. Costumámos até trazer couves para o Natal que passamos na Louriceira com a família.
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in Jornal “O Ribatejo” edic. De 12.09.08 (excertos) – Trabalho do Jornalista Bruno Oliveira

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Meio Ambiente

Praia dos Olhos de Água com vestígios de contaminação!

Há cerca de dois meses que as análises realizadas na nascente do Alviela, têm demonstrado a existência de alguns resíduos desconhecidos na água que serve a praia fluvial dos Olhos de Água na freguesia de Louriceira - concelho de Alcanena. A notícia foi avançada pelo Presidente da Câmara Municipal - Luís Azevedo, , durante a última reunião camarária, ontem segunda-feira.
O assunto está entregue ao INAG – Instituto Nacional da Água.
Esta Praia, está interdita desde o último tornado em Maio que assolou a região.
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A. Anacleto

in "Justiça Social"...

Mais 207 reformas milionárias
Dois funcionários dos CTT contam com valores mais altos


O número de beneficiários da Caixa Geral de Aposentações (CGA) com reformas mensais superiores a quatro mil euros, o escalão mais alto para os trabalhadores ligados à Administração Pública, está a revelar um ritmo de crescimento imparável: só entre Janeiro e Outubro deste ano reformaram-se 207 funcionários do Estado com pensões «douradas».

Entre os novos reformados milionários contam-se, a partir de Outubro, João Pedro Barros, Simoneta Luz Afonso e Alfredo Bruto da Costa, presidente do Institututo Politécnico de Viseu, do Instituto Camões e do Conselho Económico e Social, respectivamente, avança o «Correio da Manhã».

Ao todo, segundo os dados da CGA, desde 1997 o universo de indivíduos com reformas superiores a quatro mil euros já aumentou 640%, uma média de 358 novos reformados milionários por ano.

CTT lideram salários mais altos

O valor mais alto das reformas não foi atribuído a magistrados ou professores, como é habitual, mas funcionários dos CTT: Francisco Viegas, inspector-geral, vai receber a partir de Outubro uma pensão mensal de 8.093 euros e Elídeo Abreu, especialista em organização receberá uma reforma de 6.109 euros.
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in Jornal Portugal Diário – edic online 09.08.08

Pois é!...após tanta “propaganda” de justiça social, o sistema continua na mesma…com a mesma injustiça social…!
A. Anacleto

Meio Ambiente

A MALIGNIDADE CONTINUA!...

Centenas de peixes agonizam e morrem no Alviela!...

O Presidente da Junta de Freguesia de Vaqueiros denunciou esta segunda-feira que apareceram centenas de peixes mortos no rio Alviela.

Firmino Oliveira, disse à Agência Lusa, que a situação se verificou ao princípio da tarde, altura em que centenas de peixes, alguns deles com elevado peso, começaram a aparecer dando sinais de agonia por falta de oxigénio.

Segundo explicou à agência noticiosa, tudo indica que houve mais uma descarga, que atribui à estação de tratamento de águas residuais de Alcanena, uma vez que «não há pecuárias a montante da freguesia e o forte cheiro que se sente é a crómio».

Mais frisou Firmino Oliveira que os moradores da zona do Moseiro começaram a sentir «um forte cheiro» de manhã, tendo começado a aparecer, ao princípio da tarde, peixes em angústia. «É um inferno assistir a este agonizar dos peixes», afirmou.

No local estiveram dois elementos dos serviços da protecção da natureza da GNR.

Recordamos que no passado Domingo, o “Diabo”, grande defensor do Rio Alviela até finais da década de oitenta, foi homenageado pela C.M. de Santarém, com reconhecimento pela heróica luta travada em prol da defesa do rio.
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A. Anacleto

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Espaço Poético...

A SETA DO TEMPO

é sempre nas madrugadas que arrefece
na deriva das carícias em pedaços
nesse halo que ainda resplandece
nos relâmpagos finais do desenlace

permanece um feitiço flutuante
na frequência luminosa dos sentidos
fascínio de neutrinos despendidos
na singularidade nua dos amantes

o tempo num tiquetaque bífido
rasteja na incerteza das manhãs
e o sol que aqui nasce e morre ali
decai num torpor insípido

move-se brandamente a realidade
nos quarks represados do sentir
escoa-se dos corpos colapsados
a radiação de fundo do prazer
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Do livro “Caosmologia” de Mário Rui Silvestre
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Mário Rui Silvestre, nasceu na vila de Pernes, concelho de Santarém. Desde 1994 tem publicado vários livros entre aos quais um dedicado ao rio Alviela – “Alviela, do Rio à Margem”.
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A. Anacleto

domingo, 7 de setembro de 2008

Coluna Literária...

Estrela – Terra-Mãe

…à minha frente, vales desvairados de mil cores, numa primavera que irrompe por socalcos de pinheiros, arbustos rasteiros e uma música leve que os agita num infinito de tempos e espaços de serenidade sem fim.

Afasto as nuvens, procuro o azul do céu, e, no castanho húmido das montanhas, a floresta densa do zimbro verde, escuro, estendida pelas paredes geométricas do teu corpo, pleno de frio invernio que orla o meu desejo por ti.

Brancas montanhas, de brancos contidos nos covões da tua vitalidade, neves perenes salpicadas do negro dos teus vales profundos, absintos verdes que me levam ao teu tempo escasso, retraído pelos ventos do preconceito do amor…

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Excerto do livro “Este Zimbro que nos aquece a Alma” da autoria de Artur Aleixo
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A. Anacleto

Concerto...



Imagens: A. Anacleto
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Largo do Rossio, na Vila de Pernes, foi palco de espectáculo de qualidade! …

Fernando Tordo aos sessenta anos, brilhou em Pernes com um concerto de elevada qualidade.
Acompanhado pela Stardust Orchestra, que conta com 24 músicos e sob a direcção artística do Maestro Pedro Duarte, Fernando Tordo realizou um espectáculo de quase duas horas para uma elevada assistência que marcou presença na noite de ontem no Largo do Rossio em Pernes.
Escutámos excelentes temas daquele artista, que está a comemorar o 44º aniversário de carreira artística. Fernando Tordo, cantou entre outros, os temas “Lisboa de Feira”, “Tourada”, “Adeus tristeza” e “Só ficou o amor por ti”, melodias, que encantaram a assistência.
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A. Anacleto

O "Diabo" foi Homenageado



Imagens: A. Anacleto
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O “Diabo” tem Busto junto à sua habitação e ao Rio Alviela…

Ontem, na Vila de Pernes, Francisco Moita Flores, Presidente da Câmara Municipal de Santarém, entregou a título póstumo à esposa de Joaquim Jorge Duarte o “Diabo”, a medalha de ouro da Edilidade Scalabitana.
Simultaneamente, foi descerrado um busto em homenagem ao homem, ao democrata e ao lutador, num local junto à sua habitação e ao rio, onde durante várias décadas, o “Diabo” travou heróicamente lutas em prol da defesa do meio ambiente.
Estiveram presentes além de muitos amigos do Joaquim Duarte, a esposa e outros familiares, vários autarcas e antigos companheiros que passaram pelas direcções da CLAPA – Comissão de Luta Anti Poluição do Alviela.
Joaquim Jorge Duarte, morreu em 1991. Foi um grande defensor pela defesa dos valores da democracia, da cidadania e da natureza até ao final da década de oitenta do século passado.
Em 1957, o “Diabo” teve a ousadia de organizar um abaixo-assinado dirigido a Salazar. Mais tarde, em Janeiro de 1970, recolheu amostras da água do Alviela em garrafões e com enorme coragem, levou-os à Assembleia Nacional, para os políticos de então, se certificarem do grau elevadíssimo de poluição naquele rio.
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A. Anacleto

Nota:
Pode ver um vídeo realizado pelo canal de televisão TV4Semanas - Santarém, através do site:
http://www.tv4semanas.com/

sábado, 6 de setembro de 2008

Coluna de Opinião

Transcrevemos na íntegra, mais um artigo de opinião do Escritor e Jornalista Baptista Bastos, publicado no Jornal de Negócios em 05.09.08.
A. Anacleto
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Fábricas de ociosos inúteis

Dificilmente acreditamos no discurso político. Esvaziados de ideologia (com excepção do PCP), desprovidos de convicções, reeditando o rotativismo suicida do século XIX, o PSD e o PS não são carne, nem peixe, nem arenque vermelho: apenas uma teia reticular de interesses e de cumplicidades. Conduziram-nos até ao nojo da política. Secaram as mais módicas assunções de civismo.

Serviram de péssimo exemplo aos mais novos. Aqueles sinistros agrupamentos de "jotas" mais não são do que máquinas de produzir inutilidades. Repare-se nos trajectos de antigos dirigentes "juvenis" de ambos os partidos. A canseira que acumulámos é proporcional ao exercício do ócio praticado por aquela gente.

É natural que desconfiemos de tudo e de todos, no que se refere a política. Os exemplos são propícios a duvidar da virtude. O recente caso de Paulo Portas, que ocultou, durante um ano, o pedido de demissão do seu vice, Luís Nobre Guedes, e o silêncio deste sobre o assunto, é significativo. Aliás, parece que o silêncio se tornou a regra da arte. Sócrates emudece quando se trata de esclarecer as origens da onda de violência que varre o País. Manuela Ferreira Leite reserva, para o próximo domingo, dia do encerramento, em Castelo de Vide, da Universidade de Verão do PSD a revelação da excelsa grandeza das suas ideias. A pátria, expectante e a arquejar, está de joelhos. Até lá, até se chegar a esse domingo luminoso, em que a verdade fundamental será dita como um sacramento, os cem jovens inscritos nos "cursos", terão de se contentar com aqueles graves senhores que lhes falam das venturas do porvir, consubstanciadas na admirável "social-democracia" do estimável partido. Na falta do gracioso intermezzo que lhes seria certamente proporcionado pelo alto sentido de humor do prof. Marcelo, escutarão, com embevecido assombro, o verbo eloquente do imenso socialista António Vitorino, que não está ali por engano.

O panorama permite-nos admitir que estamos perante uma cegada. A própria "estratégia do silêncio", da dr.ª Manuela Ferreira Leite, configura uma situação mais próxima do folclore que se censura do que da reflexão que se reclama. Naturalmente, há casos de escrúpulo e de pudor. Não os encontro na política. Mas conheço alguns em literatura, embora raríssimos, seja dito. A verdade, no caso vertente, é que a mudez da chefe do PSD devia ser correspondida pelo seu "staff." Sucede, rigorosamente, o contrário: os que têm falado só têm dito disparates e tolejos. A ideia de que o pensamento recatado é uma demonstração de seriedade, não conduz a parte alguma. A política, enquanto tal, é o exercício da relação com o outro, e, em princípio, a prática de um diálogo só interrompido pela arrogância – ou pela fragilidade, aliás, o esconderijo da arrogância.

A chamada "reentrada" nada traz de novo. Exactamente porque os partidos de poder deixaram de se comprometer com os problemas do nosso tempo. Os outros, retomam a interpretação partidária, por vezes engraçada e maliciosa, outras, repetitivas sobre o problema da relação entre fins e meios na política. Não há debate, não há polémica, não há empenhamento no uso de uma doutrina, de um projecto, de uma dinâmica. O mundo mudou e as chamadas "sociedades modernas" ainda não encontraram resposta. O neoliberalismo não encontra resistência, nem crítica, nem sistema de ideias que, pelo menos, o conteste com seriedade e lucidez. As reacções são meramente emocionais, quando não provocam o mais sonoro dos bocejos.

O aparecimento de uns vagos preopinantes de Direita pareceu, inicialmente, possibilitar uma interessante agitação. Tudo se resume a uma espécie de comentário jocoso, pouco original, inspirado no estilo de Vasco Pulido Valente, com pequenas e grotescas citações de autores anglosaxónicos. A diferença é que Pulido leu e lê, está atento à lazeira da pátria, e as suas grandes referências intelectuais encontram-se no chão cultural do século XIX português. O homem é um chato, um enfadado, há quarenta e tal anos que assim é. Porém, é um prosador de recorte, sobretudo quando é injusto na apreciação, o que, curiosamente, o torna mais atractivo, por mordaz. Todavia, até ele, neste momento, me parece um pouco fatigante, pela não oculta tendência em defender o indefensável: a dr.ª Manuela Ferreira Leite.

Nada nos encaminha para o júbilo. Tudo nos empurra para o desencanto. E, no entanto, é preciso acreditar que as coisas não podem permanecer, eternamente, nesta estrebaria moral. Depois do 25 de Abril, um grande poeta, Pedro Tamen, escreveu um poema lindíssimo, que continha este verso: "Agora, estar." A festa não durou muito. Não tivemos força para impedir o regresso do "reino cadaveroso." O que por aí se vê não é o resultado de uma vitória sobre a anarquia. É um monte de escombros, sob o qual ficou soterrado o mais exíguo sonho de felicidade.

APOSTILA – Lemos as listas dos "best sellers" (o Alexandre O’Neill chamava-lhes as "bestas céleres"), e já não nos surpreendemos com o rol de futilidades, de estropícios literários, de imbecilidades programadas que suscita o interessa (e a compra) do português. Não há uma, escassamente uma, minimamente uma só obra daquelas que marcam pela qualidade. Contudo, há-as. São devoradas pela onda de criminalidade literária. Desejo, somente, referir: "Portugal na Espanha Árabe", de António Borges Coelho, Editorial Caminho. É a terceira edição de um monumental trabalho de investigação e de amor, composto de quatro volumes e, agora, reunido num só tomo. Borges Coelho é um dos maiores historiadores portugueses de sempre. Como o seu escrúpulo e o seu rigor nada têm a ver com a feira de vaidades em que se transformou o nosso meio cultural; e a ignorância e o descaso adquiriram carta de alforria nos media – o nome de António Borges Coelho raramente é referido. Porém, é um intelectual de alto coturno, um português raro, um professor que a Universidade aclamou. Este "Portugal na Espanha Árabe" ensina-nos muito daquilo que somos, e da importância da cultura muçulmana no desenvolvimento da nossa própria compleição cultural. Depois, é escrito num idioma de lei. Tudo a concorrer para que os meus Dilectos adquiram este extraordinário texto. E se os jovens da Universidade de Verão do PSD frequentassem as páginas deste volume aprenderiam, certamente, muitíssimo mais do que com aquilo que ouvimos e vão ouvir.
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Baptista Bastos – Escritor e Jornalista

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Gentes do Povo...




Imagem: A. Anacleto
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…delicio-me com modéstia e não escondo o orgulho que sinto, em ter contribuído com outros companheiros de jornada, no desenvolvimento habitacional da minha terra e inclusive da região,

Quando percorro as ruas da minha aldeia, recordo os momentos felizes que senti, quando colocava tijolo sobre tijolo e via crescer mais uma obra, que seria a felicidade de mais uma humilde família do meu burgo.

Após alguma reflexão, com sinceridade e humildade vos transmito, que me sinto um HOMEM REALIZADO…


Isidro Clemente
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Isidro Clemente Francisco, nasceu na freguesia de Louriceira a 04-07-1931. Pedreiro por vocação, contribui como mestre-de-obras ao longo de décadas, na construção de grande número de habitações no concelho de Alcanena e outros concelhos limítrofes

A. Anacleto