segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Espaço Poético...

A SETA DO TEMPO

é sempre nas madrugadas que arrefece
na deriva das carícias em pedaços
nesse halo que ainda resplandece
nos relâmpagos finais do desenlace

permanece um feitiço flutuante
na frequência luminosa dos sentidos
fascínio de neutrinos despendidos
na singularidade nua dos amantes

o tempo num tiquetaque bífido
rasteja na incerteza das manhãs
e o sol que aqui nasce e morre ali
decai num torpor insípido

move-se brandamente a realidade
nos quarks represados do sentir
escoa-se dos corpos colapsados
a radiação de fundo do prazer
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Do livro “Caosmologia” de Mário Rui Silvestre
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Mário Rui Silvestre, nasceu na vila de Pernes, concelho de Santarém. Desde 1994 tem publicado vários livros entre aos quais um dedicado ao rio Alviela – “Alviela, do Rio à Margem”.
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A. Anacleto