sexta-feira, 30 de maio de 2008

Tradições Populares

“O Carocinho e o Rabisco”

Em algumas aldeias, havia permissões para apanhar azeitonas do chão nos olivais antes do varejo – chamava-se o “carocinho”. Depois do varejo, tanto se podia apanhar a azeitona da árvore como do chão – chamava-se o “rabisco”.
Esta permissão, dava facilidade às famílias pobres de apanhar azeitona para transformar em azeite nos lagares da aldeia para a sua alimentação do ano.
Assim, quantas mais pessoas houvesse na família, maior era a possibilidade de colher maior quantidade de azeitonas. A autorização do “carocinho”, terminava quando a azeitona estava bem madura. Nessa ocasião, um pregoeiro, percorria as ruas da aldeia, gritando através dum funil: “Mulheres! Está a postura posta”. A partir deste momento, era proibido apanhar azeitona em terreno alheio, antes do varejo.
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A. Anacleto

Nossa Terra, Nossa Gente!...

“Um Passeio ao Campo”

O Inverno está a meio mas a manhã luminosa convida-nos a um passeio ao campo.
Descemos o caminho ladeado por um chão que aqui e ali vai parindo um regato que, mais à frente, engrossa o ribeiro do Lameiro, onde as bogas lutam contra a corrente que, lá em baixo, se dilue no Rio Alviela, cantando um sussurro melodioso acompanhado de outros cânticos dos pintassilgos, dos cartaxos e dos pintarroxos.
A urze, a alfazema, o alecrim, a salva, a hortelã brava, a pimenta e a erva cidreira exalam uma mistura de perfumes que nos revitalizam o espírito.
No rio cantam as galinholas, enquanto esperam pelo descuido dum barbo ou dum robalo, seu petisco preferido.
Do outro lado, Amândio, agarrado à rabiça da charrua, grita à junta de bois que, pachorramente, agita as campainhas numa lamúria monótona:
- Faz-te ao rêgo, Castanho! Anda Cabano!...
Atrás de si, um bando de alvéolas esgravata a terra já lavrada, à procura de minhocas e de outros vermes.
O baloiçar do caniçal canta outra música. Tudo é melodia, tudo nos convida à poesia…
Quem nos dera ser poeta para poder transmitir ao papel toda esta maravilha da natureza.
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in "Nossa Terra, Nossa Gente" - José da Luz Saramago
Publicado no Jornal "O Alviela" - edic. 14.02.1997

Recordações da Minha Juventude... - Memórias

… na estrada principal da aldeia, fizemos “pseudo ordem unida”, em célebres madrugadas de estio… lá vinham as mulheres espreitar à janela, enquanto rezavam para que não acontecesse mal aos soldados na guerra colonial!
Na período carnavalesco, era um martírio para algumas pessoas do burgo, com as peripécias nas noites de folia! Era o tocar do caldeiro pelo Tí António Francisco – o homem do funil, aquando das “segadas”. Era a batucada com as pedrinhas nas portas das habitações. Era a “esperae o dar “banho improvisado ao vizinho”, por engano!
Havia o “herói”, em ceroulas e com faca em punho enquanto a rapaziada fugia, fazendo “faísca” quando as brochas das botas deslizavam nas pedras das ruas em precário estado de conservação!...
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excerto de "Meio Século de Vida" - Memórias
A. Anacleto

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Nossa Vida... Nosso Futuro...

«Idosos não são um fardo»

As escolas deviam dar aulas de gerontologia aos jovens para lhes explicar que «ser idoso não tem de ser um fardo» e educá-los para uma velhice activa, defende uma especialista em políticas sociais, lembrando que já existem 112 idosos por cada 100 jovens, escreve a agência Lusa.
Num país em que a esperança de vida à nascença é cada vez maior e os idosos representam 17,2 por cento da população, os mais velhos são considerados «um fardo e um custo em toda a ordem em termos de equipamentos sociais e dos hospitais», disse à Lusa Stella António, investigadora do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade da Universidade Técnica de Lisboa (ISCSP/UTL).
Alentejo envelhecido, Açores «mais novo»
Os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE), relativos a 2006, indicam que o Alentejo é a região do país mais envelhecida, com 102.042 jovens (até aos 14 anos) contra 175.061 idosos (22,9 por cento do total da população).
No lado oposto estão as regiões autónomas, onde há mais jovens que idosos: nos Açores existem 46.904 jovens e 30.198 idosos (12,4 por cento da população) e na Madeira há 44.283 crianças até aos 14 anos e 32.274 pessoas com mais de 65 anos, que perfazem 13,1 por cento do total da população madeirense.
Stella António explicou ainda que a causa principal do envelhecimento não é tanto o aumento da esperança média de vida, mas sim a quebra da baixa da natalidade. Citando as projecções do INE, a especialista alerta que em 2050 existirão 238 idosos por cada 100 jovens se nada for feito.
«A idade da reforma tem de ser pensada hoje», advertiu, sublinhando que as pessoas têm de começar a pensar que «o velho que eu serei amanhã terei de começar a pensá-lo hoje».
Esse ensinamento deve começar nas escolas, considerou a investigadora, que tem vindo a estudar as representações sociais e concluiu que muitos jovens têm «uma imagem negativa dos idosos, considerando que eles são um custo para a sociedade».
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in Jornal "Portugal Diário" - edic. online 29.05.08
A. A.

Nossa Terra, Nossa Gente

“O popó, o telemóvel e o que mais adiante se verá”

Nuno foi juntando dinheiro para a entrada do carrinho. Casou com a Vanessa Alexandra e as ofertas dos convidados para a boda deram para a entrada da casinha que agora têm.
Um casal feliz, com sorte, ambos empregados (como agora tem de ser). Ele na fábrica de curtumes e ela no comércio.
Nuno não tem gosto pela leitura (só os jornais desportivos lhe despertam algum interesse), mas uma editora de vendas por correspondência conseguiu, através de uma publicidade bem feita (enganosa?), vender-lhe uma colecção de livros porque havia a oferta de um telemóvel.
As obras ficaram a enfeitar uma estante da salinha. Ficou mesmo a calhar e ao gosto da Vanessa Alexandra. O telemóvel é um objecto útil e que está na moda.
Nuno gosta de acelerar e de acender os faróis de nevoeiro logo que uma nuvem encubra o sol.
De telemóvel no ouvido esquerdo, cotovelo assente na janela aberta do seu carrinho, é uma atitude habitual sempre que atravessa a vila.
«Como estás, Vanessa? Estava a ver que nunca mais chegava o fim do mês… Até qu´enfim… Já recebi, mas tens de ter paciência, este mês não te posso dar nada. Quarenta contos p´rá prestação do carro, oito p´rós livros, doze p´ró tabaco, cinco p´rá gasolina e uns trocos p´ró café, é mesmo à tabela, e já não estou a contar com a Telecel que, segundo me disseram, leva um dinheirão das chamadas…
Vou desligar, adeus».
Do outro lado, Vanessa, triste, também ia fazendo as suas contas:
«Quarenta contos p´rá prestação da casa, oito p´rás panelas da Euromarket que a televisão me vendeu, cinco p´ró talho mais pão, luz, água, gás. O que mais sobrará para ir ao supermercado? Nada! O que me valeu é que esta semana, com os colegas, fiz o totoloto…
… E o diabo nem sempre há-de estar atrás da porta».
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in "Nossa Terra, Nossa Gente" - Autor José da Luz Saramago
Publicado no Jornal "O Alviela" - 14.03.1997

terça-feira, 27 de maio de 2008

Fundação José Saramago

Pólo da Fundação José Saramago na Azinhaga do Ribatejo vai ser inaugurada no sábado com a presença do Nobel da Literatura
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O Nobel da Literatura afirmou que a inauguração de um pólo da fundação com o seu nome na Azinhaga do Ribatejo, localidade de sua nascença, é muito significativo e destina-se a toda a população, mas em particular aos jovens.
"Ali os jovens vão ter acesso a computadores, livros e jornais", realçou o escritor sobre as instalações, que serão inauguradas no próximo sábado, dia 31 de Maio na Azinhaga, na qual está programada a sua presença, tal como de sua mulher, Pilar del Rio, que é presidente da Fundação José Saramago, e ainda de individualidades dos dois países ibéricos.
O escritor foi esclarecedor que neste pólo da fundação com o seu nome não funcionará uma casa-museu, porque não nasceu nem viveu no edifício, no qual ficará instalado o polo, mas terá um piso com objectos que pertenceram à casa dos avós, nomeadamente a cama a que alude no livro "As Pequenas Memórias", onde dormiam com os leitõezinhos mais débeis para os aquecer no Inverno.
Este pólo da Fundação José Saramago ficará instalado num edifício do Largo da Praça da Azinhaga, recuperado pela Fundação, e exibirá fotografias de arquivo do Nobel português da Literatura, o documento original de "As Pequenas Memórias" e alguns objectos ligados à vida na aldeia, onde nasceu há 85 anos.
Neste dia, 31 de Maio, a esposa do Nobel - Pilar del Rio será homenageada como "Filha da Terra de Azinhaga" com o descerramento de uma placa toponímica para dar o seu nome a uma rua da localidade.
também será assinado um protocolo de geminação entre a Azinhaga, Tias (localidade em Lanzarote onde reside o casal) e Castril (terra natal de Pilar de Rio) em Granada.
Nesse dia, é ainda lançado o livro "Memórias da Terra de Saramago", de José Henriques Dias, com prefácio de Saramago, haverá uma recepção a entidades oficiais de Portugal e de Espanha e a representação de uma peça de teatro intitulada "Que fazer com estes livros José?".
A sede da Fundação José Saramago é partilhada por Lisboa, e Lanzarote, onde o escritor vive desde 1993, e possuirá os dois pólos, um na Azinhaga do Ribatejo e outro em Castril (Granada).
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A. Anacleto

sábado, 24 de maio de 2008

Recordando as Obras!...



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Após realização de diversas festas anuais de verão, para angariação de fundos e nas quais houve enorme participação do povo, assim se iniciou a obra do Pavilhão Polivalente na Freguesia de Louriceira, no Concelho de Alcanena!
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Imagens cedidas generosamente por José da Luz Saramago - Louriceira
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A. Anacleto

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Recordando!...

João Ferreira Esteves, nasceu em 1918 na Freguesia de Louriceira – terras do Alviela, concelho de Alcanena. Nunca foi muito conhecido no seio dos seus conterrâneos, porque muito cedo foi de abalada para terras alfacinhas.
Em 1938, foi aluno de Desenho e Pintura Artística da Sociedade de Belas Artes em Lisboa.
Após a Guerra Civil em Espanha, por lá ficou a trabalhar a par e passo com o grande Miró.
Por terras alheias deixou parte das suas obras: França, Alemanha, Suécia, Espanha, Estados Unidos, Canadá, Venezuela, Costa Rica e Nova Zelândia, têm nos seus museus obras de João Esteves.
Nós, Louriceirenses, não temos obras suas, exceptuando cópias de alguns retratos de alguns locais da freguesia.
Em Portugal expôs pela primeira vez em 1944, na cidade de Lisboa, na Junta da Província da Estremadura, muitas outras exposições se seguiram.
Cinquenta anos depois, o pintor expôs pela primeira e única vez na sede do seu concelho, na Galeria Municipal de Arte da Câmara Municipal.
João Esteves faleceu na década de noventa na terra que o viu nascer.
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A. Anacleto

Outras Épocas!...

“O Comércio e o Rol”

Em épocas pretéritas, os estabelecimentos e os vendedores comerciais possuíam um livro, no qual apontavam as dívidas das pessoas que iam comprar e não tinham dinheiro para pagar.
Na aldeia Louriceirense, havia lojas que vendiam de tudo um pouco, tais como mercearia, enchidos, vinho, petróleo de iluminação, agulhas, linhas, algumas roupas e até para as emergências comprimidos analgésicos.
Para as famílias pobres, a loja era uma mais valia, pois, em muitas ocasiões não havia dinheiro. Por esse motivo recorriam ao “Livro do Rol”. Assim, podiam comprar e pagar conforme podiam, entregando pequenas quantias em dinheiro que era abatido no respectivo rol. Havia situações que nunca conseguiam liquidar na totalidade, porque morriam, sendo os filhos a assegurar a liquidação da dívida.
Nessas épocas, a “palavra”, era mais importante, do que um documento assinado – seria o cumprimento da “honra”.
Pela aldeia passavam os vendedores ambulantes que possuíam também o “Rol”. No entanto, havia alguns que aceitavam ovos de galinha e inclusive os animais, que as famílias criavam, para pagarem a dívida.
Os “Tendeiros Retroseiros”, vendia normalmente meias, peúgas, tecido a metro, rendas, linhas, além de outros produtos para as necessidades das famílias.
Os “Marchantes Talhantes”, matavam os animais (carneiro, borrego, cabrito) à Quarta – Feira e ao Sábado, para venderem no açougue. Geralmente esta carne era vendida às famílias mais abastadas. Os pobres tinham o porco na salgadeira.
Os “Padeiros”, esses geralmente vendiam o pão aos mais pobres. As famílias mais abastadas possuíam cereais de produção própria e fornos cozedores, mandavam fazer a farinha nas moagens existentes na aldeia, para cozerem elas próprias o pão.
Aquando da Segunda Guerra Mundial, a situação foi mesmo complicada motivada pelo racionamento. Houve inclusivamente fome em inúmeras famílias, quando não conseguiam comprar os produtos na candonga.
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Em épocas actuais, existem outros “géneros de rol”!...
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A. Anacleto

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Outras Épocas!...

"As Tabernas"
As tabernas eram estabelecimentos muito populares em épocas remotas, não só nas aldeias, como também nas vilas e cidades. No Inverno quando as condições climatéricas não permitiam ir para as fainas agrícolas, era nas tabernas que homens e rapazes passavam o tempo. Ali conversavam falando-se das “novidades do burgo”, jogando as cartas ou o dominó, enquanto bebiam o “copo de dois, de três ou a cigana de vinho”.***
Algumas das tabernas, possuíam em locais anexos, espaços próprios para a prática dos Jogos Populares, tais como o Chinquilho e do Palito. Naquelas épocas, também algumas mulheres iam à taberna, não para passarem tempo de lazer, mas sim para comprar uma “garrafinha” de vinho, que levavam escondida debaixo do avental. (Havia gente que imaginava que as mulheres não gostavam de “tintol”!)
Os homens quando se juntavam naqueles locais, tinham o hábito de retorquir, quando surgia uma proposta para beber um copo de vinho. Diziam eles o velho ditado: “eu sou como o Jacinto, tanto bebo branco como tinto!...”
Quando surgia um ou outro transeunte com alguns dotes de fadista, por lá se criava uma animação, conjugada com a azáfama do taberneiro a encher os copos que ajudava na “afinação das vozes”.
Nas décadas de quarenta e cinquenta, era nestes locais de convívio, que se escutava nas tardes de Domingo os relatos de futebol, ou os jogos dos campeonatos da Europa e do Mundo em Hóquei em Patins. Lá se mantinham com o ouvido em escuta, vibrando com os lances do jogo, retratados radiofonicamente pelo relator de serviço. “Os mais novos, olhavam para um óculo luminoso da telefonia alimentada por uma bateria, a qual teria que ser recarregada todas as semanas, imaginando que estavam vendo o olho do homem da bola!”…
***"Copo de dois ou de três, estava relacionado com a capacidade do copo. Cigana era uma garrafa das gasosas com vinho"-------------------------------------
A. Anacleto

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Lendas e Histórias de Outrora!...

“História de um Namoro Antigo”

Dum poço, vinha uma rapariga com um almude de vinte litros de água á cabeça. De outra direcção, surgiu um rapaz com uma grade de madeira às costas transportando alguns géneros hortícolas. Era um entroncamento de ruelas com piso em precário estado de conservação. Olharam-se e, de imediato se enamoraram. O que disseram?! – Só os Deuses souberam!... Mas consta-se que o namoro prolongou-se pelo dia inteiro!
Quando o sino da torre da igreja tocou… a rapariga exclamou:

Ai Maio, Maio, dias de amargura… ainda agora era manhã e já chegou a noite escura!

Conta-se esta história, porque, as Aves Marias, eram tocadas em épocas de outrora ao nascer e ao pôr-do-sol. Eram três badaladas repetidas três vezes e serviam também para anunciar o início e o fim do dia do trabalho agrícola!
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A. Anacleto

terça-feira, 20 de maio de 2008

Espaço Poético...

Quadras Soltas
“Alviela corre apressado”


Alviela corre apressado
Quando o Inverno se avizinha
Vejo melro e cuco lado a lado
Nos salgueiros à noitinha

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Alviela corre apressado
Tenta correr mais devagar
A água que corre no leito
Jamais torna a voltar

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Alviela corre apressado
Com a força da enchente
Muitas vezes turvo e magoado
Com as dores que sente

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Alviela corre apressado
Espera, Louriceira te chama
Se em Vaqueiros és amado
Louriceira também te ama

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Alviela corre apressado
Espera, deixa-me mirar
Louriceira, tem sonhado
Com desejo de te amar

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Alviela corre apressado
Feliz com reputação
Quando o teu leito é lesado
Recordas a tua frustração

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in "Uma Aldeia... um Rio... um Sonho" - A. Anacleto

domingo, 18 de maio de 2008

Espaço Poético...

Quadras Soltas
"Alviela, rio de mágoas e lendas" (II Capítulo)

Alviela, rio de mágoas e lendas
Com os teus lugares de encantar
Vinham muitos pescadores
Para as tuas margens pescar

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Alviela, rio de mágoas e lendas
Em ti meu olhar ponho
Com emoções e paixões tremendas
Também com encanto, prazer e sonho

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Alviela, rio de mágoas e lendas
Outrora cheio de vida e ventura
Com seus barcos, redes e rendas
Sinto saudade com ternura

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Alviela, rio de mágoas e lendas
Fez-te a cama o rouxinol
Com lençóis de finas rendas
Enquanto te esbatias ao sol

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in "Uma Aldeia... um Rio... um Santo" - Arnaldo Anacleto

E Agora?!...

Crise alimentar: Preços agrícolas continuarão altos!...

Há factores estruturais que explicam o aumento dos bens agrícolas, tendência que se manterá pelo menos nos próximos quatro anos, garantindo analistas à Lusa que os investimentos especulativos, encontrando terreno para actuar, não são ainda centrais no preço.
Desde o início de 2008, em cerca de quatro meses e meio, os preços dos contratos para o milho subiram 32,5 por cento; os do trigo 33,5 por cento; e os contratos para a soja aumentaram 5,5 por cento.

O Deutch Bank justifica esta evolução dos preços sobretudo por factores estruturantes: «No mundo dos bens agrícolas, os rácios entre stocks e consumo, nas principais commodities, tem vindo a cair nos últimos anos, o que demonstra bem a alteração (profunda)do mercado».

O maior banco alemão prevê que este movimento possa ainda «agravar-se no futuro», admitindo ser este o cenário «mais provável» na sua opinião, sem que a instituição financeira ponha a tónica da pressão de subida dos preços nos especuladores.

«Temos de nos deixar de desculpas. É uma falácia. A culpa não é dos especuladores», disse à Lusa o analista Alexandre Mota, da Golden Assets.

A especulação «é um factor inerente» à actividade dos mercados, disse à agência Lusa João Queiróz, da L. J. Carregosa, assegurando tratar-se de «mais um factor», mas não determinante para explicar a subida acentuada dos preços dos produtos agrícolas.

«O que é estruturante no aumento dos preços é a explosão demográfica mundial [que passou de 4,1 milhões de habitantes em 1975, para cerca dos actuais 6,1 milhões, prevendo-se que atinjam os 8 milhões em 2025], a adopção pela China e Índia do modelo alimentar ocidental [à base de carne, lacticínios e derivados], as alterações climáticas e a falta de solo arável devido ao avanço da urbanização e à falta de água», adiantou o analista.

Alexandre Mota referiu ainda à Lusa que, logo que se resolva a crise financeira internacional, devido à forte subida geral dos preços das commodities agrícolas, o mundo vai-se confrontar com taxas de inflação e de juro «mais elevadas», nos próximos 4 a 5 anos.

«Acabou o tempo da comida barata e do dinheiro barato», assegurou.
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Fonte Lusa /Diário Digital - edic online 18.05.08
A. A.

sábado, 17 de maio de 2008

Fiscalizações!...

Instituições de solidariedade obrigadas a deitar comida fora!

A Autoridade para a Segurança Alimentar e Económica (ASAE) está a aplicar com rigor os regulamentos comunitários de higiene às instituições de solidariedade social: exige que as cozinhas tenham os mesmos requisitos que as de um restaurante, proíbe as instituições de aceitar alimentos dados pelas populações e deita fora toda a comida congelada em arcas normais.
A ASAE alega que o regulamento comunitário sobre legislação alimentar se aplica a qualquer empresa do sector "com ou sem fins lucrativos". Mas o jurista e presidente da Associação Portuguesa do Direito do Consumo, Mário Frota, tem dúvidas e recomenda que o Governo consulte a Procuradoria-Geral da República sobre o assunto.
A ideia de intransigência é a que mais sobressai quando se confrontam as instituições de solidariedade social com a actuação da ASAE. Algumas recusaram-se a falar ao PÚBLICO por temerem represálias. "Apresenta-se como uma superpolícia implacável. Falta-lhe sensatez para poder apreciar melhor este sector", afirma o padre Lino Maia, presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade Social (CNIS). "A ASAE funciona como se estas instituições fossem lucrativas e os seus dirigentes vivessem delas, e não exige ao sector público o que exige a estas instituições", queixa-se Lino Maia.

Falta de bom senso

Uma das exigências é a existência de um túnel de congelação - uma máquina que faz uma congelação ultra-rápida dos alimentos. Se não houver, a ASAE dá instruções para que não se congele alimentos frescos. O que, para a especialista Ana Soeiro, antiga responsável pela divisão de promoção de produtos de qualidade no Ministério da Agricultura, revela falta de bom senso: "Não se pode exigir que uma instituição de freiras tenha um pequeno restaurante." Soeiro defende que "as instituições de solidariedade social não estão obrigadas a cumprir os regulamentos comunitários de higiene", apesar de sublinhar a necessidade de serem limpas e não colocarem em causa a saúde dos utentes.
Entendimento diferente tem a ASAE. Contactada pelo PÚBLICO, a assessoria de imprensa do Ministério da Economia esclareceu, por escrito, que, segundo o regulamento comunitário (n.º 178/2002) - sobre princípios e normas gerais da legislação alimentar -, uma empresa do sector alimentar é "qualquer empresa com ou sem fins lucrativos, pública ou privada, que se dedique a uma actividade relacionada com qualquer das fases da produção, transformação e distribuição de géneros alimentícios". O que significa que os regulamentos de higiene que são aplicados a restaurantes também podem abranger instituições de solidariedade social.
Mário Frota faz, no entanto, outra leitura da legislação comunitária e lembra que a lei orgânica da ASAE refere a fiscalização das "actividades económicas". "Apesar da noção alargada de empresa do regulamento 178, há um conflito nas competências porque as instituições de solidariedade social não prosseguem um fim económico", sustenta o jurista.
A ideia de impor a exigente legislação europeia em lares, creches e cantinas sociais não assusta todos, mas é pedida alguma ponderação. "A ASAE deve aplicar as mesmas regras, mas com cautela, e deve avaliar cada instituição", diz Sandra Santos, técnica da Associação Recreativa e Cultural de Óis da Ribeira, que participou recentemente numa sessão de esclarecimento com a ASAE, em Águeda.
Em algumas situações, diz Sandra Santos, é impossível cumprir o exigido. "Quando a ASAE manda fazer obras, quem é que as paga?", questiona. Além disso, "as pessoas querem dar alfaces, ovos, e isso não devia ser proibido".
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in Jornal "Público" - edic online - 17.05.08 - Sofia Rodrigues
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A. A.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Banco de Tempo!...

Agência de Banco de Tempo em Alcanena

A partir de domingo, dia 18 de Maio, Alcanena passa a ter uma agência do Banco de Tempo.
O Banco é uma iniciativa do Graal, que pretende ser um incentivo ao voluntariado e à entreajuda entre as pessoas. Funcionando à alguns anos em diversos pontos do país, entre os quais no concelho vizinho de Torres Novas, será a vez agora de Alcanena possuir também uma agência. A acção partiu da Associação de Desenvolvimento Sócio-Educativo ABC e da Câmara Municipal.
No próximo Domingo, pelas 15 horas, no Complexo Paroquial Jubilar, proceder-se-á a assinatura do protocolo entre as três entidades envolvidas.
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A. Anacleto

Notícias Locais!...

Este verão não vai funcionar a Praia Fluvial dos Olhos de Água!

O tornado, que varreu recentemente parte dos concelhos de Santarém e Alcanena, é a causa para que a praia fluvial dos Olhos de Água não abra durante a próxima época balnear. As margens do rio Alviela ficaram altamente danificadas pelo mau tempo, e demorarão algum tempo a voltar ter condições de segurança para os veraneantes.
A decisão foi tomada pelo executivo camarário de Alcanena. Entretanto já se iniciaram, os trabalhos de recuperação daquele espaço. A Câmara já solicitou a três empresas, segundo foi divulgado na reunião camarária de segunda-feira, um estudo prévio para o arranjo das margens, mas não será possível o funcionamento daquele espaço em condições mínimas de segurança no próximo verão, garantiu o vice-presidente da Câmara Municipal.
Espera-se que no ano de 2009, seja o regresso da praia dos Olhos de Água, nas Nascentes do Rio Alviela, na freguesia de Louriceira.
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A. A.

Comentários!...

A Era dos Doutores...

Para os que não viveram nessa época relembro que antes do 25 de Abril existia em Portugal très vertentes de ensino - a Liceal, a Comercial e a Industrial.
Grosso modo a Liceal era para futuros Professores, Advogados, etc, etc, a Comercial para escriturários, comerciais, gestores, etc e a Industrial para profissões ligadas à Industria.
Depois do 25 de Abril, os partidos de esquerda quizeram acabar com o ensino comercial e industrial porque, defendiam naquela altura que eram dois pólos segregadores. A partir daí TODOS seriam Doutores. Anos mais tarde, e quando começaram a ver que "tinham metido a pata na poça" começaram a realizar cursos técnicos através dos Centros de Formação Técnica e os Centros de Emprego. Hoje continuamos na senda dos Doutores, muitos desempregados. Mas mesmo para os Doutores empregados, se um dia precisarem de um canalizador, têm de pedir por favor a algum que lhes resolva o caso e depois têm de ter uma carteira BEM rechada para lhes pagar os serviços.
O meu Avô, que Deus o tenha, sempre me dizia: um Homem com uma Arte safa-se em qualquer parte do Mundo. Nada mais acertado e actual!Não tenham medo nem vergonha de sujar as mãos. TODAS as profissões são dignas, desde que a saibamos dignificá-las. Qaundo eu era jovem, andei a trabalhar como bate-chapas (chapeiro) depois tirei uma licenciatura em Comunicação social, Estagiei 2 meses numa rádio da Bay Area (S.Francsico-EUA) hoje não exerço, porque me recuso a ser um boy que faz redacções cujos títulos são ditados pelo chefe. Tenho uma Empresa que comecei em 1999 com .... 5 MIL ESCUDOS! (25 euros) tenho casa, escritório, empregados e ganho o que quero. Meditem. Um canudo não é sinónimo de emprego. Um canudo é uma ferramenta que dispõem para melhor singrarem na vida empresarial/trabalho.
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Pedro Silva - Publicado no Jornal "Portugal Diário" - edic online - 16.05.08
A. A.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Solidariedade Social!...

O distrito de Santarém vai ter mais três creches, dois lares de idosos e um jardim-de-infância

Vieira da Silva, ministro do Trabalho e da Solidariedade Social assinou ontem em Assentis, concelho de Torres Novas, protocolos de colaboração financeira com três instituições sociais, que irão possibilitar a construção de três creches, dois lares de idosos e um centro de dia.
O Centro de Bem Estar Social da Serra de Santo António do concelho de Alcanena vai ter financiamento de meio milhão de euros para a construção de uma creche para englobar 28 crianças, um lar com capacidade para 30 idosos e um centro de dia para 25 utentes, num investimento total de 1,2 milhões de euros.
O Centro Social e Paroquial de Nossa Senhora da Purificação, em Assentis -Torres Novas vai ter um lar de idosos para 33 utentes e uma creche para 24 crianças, o qual pretende ser uma realidade dentro de 21 meses, de acordo com a estimativa do Governo, que comparticipou com 440 mil euros num projecto que custará no total 800 mil.
Também o jardim de infância de São Pedro -Torres Novas irá ser contemplado com 140 mil euros de financiamento público para a execução de uma nova creche que albergará 33 alunos e cujo total de investimentos ascende a 540 mil euros.
O Governo já aprovou 27 candidaturas de investimento no distrito, no âmbito da segunda fase do programa PARES, possibilitando que 807 utentes possam usufruir de quatro novos centros de dia, 13 creches, cinco lares e cinco serviços de apoio domiciliário, além de um lar residencial para deficientes e uma residência autónoma.
O investimento total destes projectos são de 9,5 milhões de euros, dos quais cinco milhões serão comparticipados pelo Estado.
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A. Anacleto

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Rigores!...

ASAE afasta gastronomia típica da Semana da Ascensão na Chamusca!

A visita da Autoridade para a Segurança Alimentar e Económica (ASAE) às festas da Semana da Ascenção da Chamusca em 2007 contribuiu para que, este ano, se desse uma fraca adesão por parte das associações culturais, promotoras da gastronomia tradicional, como as tripas grelhadas ou couve a soco, ao certame deste ano.
Fazendo um primeiro balanço da Semana da Ascensão, que terminou a 4 de Maio, Francisco Matias, vice-presidente da câmara, referiu que a maioria dos habituais “operadores” de gastronomia típica preferiu não participar no evento devido ao receio da actuação da ASAE.
O ano passado a Câmara da Chamusca contou com a adesão de seis associações culturais ao passo que este ano participaram apenas duas tasquinhas de gastronomia tradicional. Oferta que a autarquia considera manifestamente insuficiente face ao número de visitantes que a vila recebe durante esta semana.
in Jornal "O Mirante" - edic online 14.05.08
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Com tanto rigor, lá vão "matando" as tradições e costumes populares de um país que era tão rico nesta vertente!...
A. A.

Espaço Poético...

Quadras Soltas
“Alviela, rio de mágoas e lendas”…

Alviela, rio de mágoas e lendas
Tuas águas têm história
Dos banhos às merendas
Estão na nossa memória

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Alviela, rio de mágoas e lendas
Ninfas, fadas e amores
No seu seio viveram os barqueiros
E também os pescadores

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Alviela, rio de mágoas e lendas
São tantas e tão vividas
Mas eram as tuas dádivas
Que pagavam penas sofridas

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Alviela, rio de mágoas e lendas
Sob um astro prateado
Tuas águas são devassadas
Oh rio, como és tão mal tratado

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Alviela, rio de mágoas e lendas
Como estas um desencanto
Louriceira te enamorava
Lá em cima num recanto

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in "Uma Aldeia... um Rio... um Santo" - Quadras Soltas
A. Anacleto

terça-feira, 13 de maio de 2008

Exemplos!


Sócrates e Pinho violaram proibição de fumar a bordo do voo de Lisboa para Caracas
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O primeiro-ministro, José Sócrates, o ministro da Economia e Inovação, Manuel Pinho, e vários membros do gabinete do chefe do Governo violaram a proibição de fumar no voo fretado da TAP que ligou Portugal e Venezula e que chegou às cinco horas da manhã de ontem a Caracas (hora de Lisboa, 23h30 na capital venezuelana). O assunto foi muito comentado durante o voo por membros da comitiva empresarial que acompanha Sócrates e causou incómodo a algum pessoal de bordo.O supervisor do voo, a segunda autoridade a bordo logo após o comandante, disse não ter dúvidas de que era proibido fumar a bordo e, embaraçado, falou em “situações de excepção”. Um assessor do primeiro-ministro disse que “é costume” e que as pessoas [que iam a bordo] “não se importaram”.O Airbus A 330 da TAP saiu de Lisboa às 21h00 de segunda-feira. O filme de segurança foi claro a explicar que aquele era um voo de não-fumadores, as luzes de proibição de fumar mantiveram-se acesas durante todo o percurso de oito horas e no folheto de segurança era também claro e explicado em letras garrafais a proibição.Pelas 23h00, servida a refeição, alguns membros do gabinete do primeiro-ministro, que seguiam na traseira do avião, onde estavam também os jornalistas, começaram a dirigir-se para a frente da aeronave com maços de tabaco na mão. Falavam entre si no facto de “já se poder fumar”.O local escolhido era a zona de serviço de pessoal de bordo, na parte da frente do avião que dividia a classe executiva, onde seguia o primeiro-ministro, os ministros e os secretários de Estado, da classe económica. Uma cortina junto à porta de emergência escondia os fumadores dos restantes passageiros. No local o cheiro a fumo era intenso. Um membro do pessoal de bordo aconselhava os fumadores a levarem copos com água para apagar os cigarros.

Atrás das cortinas

Embora escondidos atrás da cortina, os empresários que seguiam mais à frente podiam ver tudo. Pelas 23h30 foi a vez do próprio primeiro-ministro se esconder atrás da cortina e acender um cigarro. Voltaria lá mais uma vez, como o PÚBLICO pode ver, cerca de meia hora mais tarde. Entre alguns dos empresários ouvia-se em surdina frases de espanto e de critica. “O primeiro-ministro que restrigiu e bem o fumo em Portugal devia dar o exemplo. Isto é uma pouca vergonha”, disse ao PÚBLICO, ao abrigo do anonimato, um dos empresários que se mostrava mais agastado com a situação, explicando que estava ali “para tentar fazer negócios e não arranjar problemas”.Com o avançar da noite as coisas acalmaram junto à “zona de fumo”. Pelas duas da madrugada o primeiro-ministro, membros do seu "staff" e alguns empresários reuniram-se em conversa junto à “zona” fumo, apesar de nesse momento e durante cerca de uma hora estarem acesas as luzes de obrigatoriedade de os passageiros se encontarem sentados e com os cinto de segurança apertados. Nessa altura, alguns já nem se escondiam atrás da cortina para fumar. Pelas 3h05 o próprio primeiro-ministro, que nesse momento falava com alguns gestores da industria farmacêutica, acendeu um cigarro à frente de todos, desta vez também sem se esconder atrás da cortina.João Raio, supervisor do voo TAP, contactado pelo PÚBLICO ainda durante o voo, começou por dizer que aquele era “um voo fretado” e que “às vezes” aquelas situaçõs aconteciam. Questionado pelo PÚBLICO se era ou não proibido disse não ter dúvidas que era. “Às vezes há estas situações de excepção”. Contou então como as coisas aconteceram. “Algumas horas depois de o voo ter partido o ministro Manuel Pinho foi fumar. Ninguém me tinha perguntado se se podia ou não fumar. Fui falar com o comandante que não gostou da situação, mas que disse para arrranjar uma zona para fumar, se não ainda acabariam a fumar no 'cockpit'”.Repetiu depois que nem ele não o comandante tinham dúvidas de que era proibido e revelou saber que já em outras ocasiões o primeiro-ministro tinha fumado em voos TAP: “Acho que até já li nos jornais.” Alguns jornalistas que habitualmente acompanham as viagens do primeiro-ministro confirmaram ao PÚBLICO que já não é a primeira vez que José Sócrates fuma nos voos.Já em Caracas, o PÚBLICO confrontou Luís Bernardo, assessor do primeiro-ministro que acompanhou a viagem, sobre o facto e sobre as criticas que alguns empresários fizeram. “Já é costume. Já aconteceu em outras viagens. Ouvimos as pessoas que não se importaram”, afirmou. O PÚBLICO não viu, nem ouviu em nenhuma ocasião durante as oito horas de voo algum membro do gabinete do primeiro-ministro questionar fosse quem fosse sobre a possibilidade de se fumar a bordo, num voo onde foi sempre claro que tal era proibido.
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in Jornal "Público" - edic online - 13.05.08
Luciano Alvarez - em Caracas
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Os exemplos de quem fazem as leis!.....
A. A.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Heroínas!...


Aos 98 anos morreu Irena Sendler, a heroína polaca que salvou 2500 crianças do Gueto de Varsóvia
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A polaca Irena Sendler, que salvou cerca de 2500 crianças de serem encaminhadas para campos de concentração nazi, morreu hoje, aos 98 anos, informou a sua família.Sendler foi considerada como uma das grandes heroínas da resistência polaca ao nazismo, tendo estado nomeada para o Prémio Nobel da Paz.A filha de Irena Sendler, Janina Zgrzembska, anunciou hoje que a sua mãe morreu num hospital de Varsóvia.Sendler organizou a saída de cerca de 2500 crianças do Gueto de Varsóvia durante a violenta ocupação alemã, na Segunda Guerra Mundial. Ela - que trabalhava como assistente social - e a sua equipa de 20 colaboradores salvaram as crianças entre Outubro de 1940 e Abril de 1943, quando os nazis deitaram fogo ao Gueto, matando os seus ocupantes ou mandando-os para os campos de concentração.Durante dois anos e meio, Irena Sendler conseguiu ludibriar os nazis e fazer sair do Gueto adolescentes, crianças e bebés - muitos deles disfarçados sob a forma de pacotes - e enviá-los para o seio de famílias católicas, para orfanatos, conventos ou fábricas. Em Varsóvia viviam 400 mil dos 3,5 milhões de judeus que habitavam a Polónia."Fui educada na ideia de que é preciso salvar qualquer pessoa [que se afoga], sem ter em conta a sua religião ou notoriedade", dizia Irena Sendler.Nascida a 15 de Fevereiro de 1910, a figura de Irena Sendler permaneceu relativamente desconhecida na Polónia, à imagem de Oskar Schindler, que morreu na pobreza, mas que viria a ser imortalizado no cinema pelo realizador Steven Spielberg na película "A Lista de Schindler".Só em Março de 2007 a polaca foi homenageada de forma solene no seu país, tendo o seu nome sido proposto para o Prémio Nobel da Paz. Em 1965, porém, o memorial israelita Yad Vashem tinha já atribuído a Sendler o título de "Justo Entre as Nações", reservado aos não-judeus que salvaram judeus.
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in Jornal "Público" - edic online 12.05.08
A. A.

Vidas!...

Autarcas não são muito ricos, mas alguns não se governam mal!
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A fazer fé nas declarações de rendimentos ao Tribunal Constitucional (TC), a esmagadora maioria dos 308 presidentes de câmara portugueses não são especialmente ricos. Mesmo assim, 11 de entre eles declaram-se detentores de poupanças superiores a 500 mil euros, sem ter em conta os investimentos em empresas, imóveis e veículos. Além disso, 18 dizem ter tido rendimentos brutos para efeitos de IRS superiores a 100 mil euros e dois ultrapassaram os 200 mil.Se a medida da riqueza fosse apenas a soma das contas a prazo e aplicações financeiras, o mais rico dos autarcas seria Armindo Costa (PSD), presidente da Câmara de Vila Nova de Famalicão. Com oito empresas em Portugal, Brasil e Cabo Verde, declarou um total de poupanças superior a 1,1 milhões de euros. Mas, atendendo aos restantes valores patrimoniais nas declarações, é mesmo o número um dos presidentes de câmara. Tomando em consideração as contas a prazo e aplicações financeiras, a lista dos 11 com poupanças superiores a 500 mil euros inclui ainda (valores arredondados) os presidentes socialistas de Vila do Conde (professor, 65 anos, 800 mil euros) e Ferreira do Alentejo (35 anos, 530 mil euros). Largamente maioritários neste bloco são, porém, os sociais-democratas do Norte do país: Estarreja (advogado, 48 anos, 775 mil euros), Tondela (professor, 51 anos, 740 mil), Oliveira do Bairro (empresário, 47 anos, 720 mil), Porto (economista, 51 anos, 680 mil), Cantanhede (professor, 51 anos, 641 mil), Valongo (médico, 72 anos, 597 mil), Figueira da Foz (engenheiro mecânico, 67 anos, 582 mil) e Póvoa de Varzim (médico, 59 anos, 566 mil). Perto da barreira dos 500 mil euros encontra-se o autarca de Oeiras (procurador aposentado, 59 anos, 195 mil euros em Portugal e 230 mil na Suíça).
Rendimentos pouco claros:
Entre estes 11 detentores das maiores poupanças, seis não declaram qualquer rendimento de capitais (Vila do Conde, Tondela, Porto, Cantanhede, Valongo e Póvoa de Varzim) e os restantes indicam valores reduzidos, entre os 248 euros de Duarte Silva (Figueira da Foz) e os 4328 de Mário Oliveira (Oliveira do Bairro). Rui Rio, presidente da Câmara do Porto, deu porém uma explicação para o seu caso pessoal que poderá aplicar-se, parcialmente, a alguns dos restantes e que é idêntica à fornecida por Mário Almeida, autarca de Vila do Conde e antigo presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses: "O IRS a que essas aplicações de poupança estão sujeitas é retido directamente na fonte depois de taxado pela denominada taxa liberatória (20 por cento) - pelo que não compete ao contribuinte entregá-lo às finanças, compete à instituição de crédito que o reteve".Se privilegiarmos os rendimentos declarados em sede de IRS (trabalho dependente e independente, rendimentos comerciais e industriais, agrícolas, de capitais, prediais, mais-valias, pensões e outros), o topo da tabela é ocupado por Fernando Reis (PSD), o médico e empresário de 59 anos que dirige a Câmara de Barcelos e declarou um total próximo dos 610 mil euros (relativos a 2005). Neste montante sobressaem os 418.575 euros de rendimento dos capitais aplicados, fundamentalmente, nas várias empresas de gases medicinais, imobiliárias e de criação de camarões que controla em Portugal continental, na Madeira e no Brasil. No segundo lugar encontra-se Joaquim Morão (PS), o bancário de 63 anos, autarca em Castelo Branco, que, em relação a 2005, declarou 179.533 de trabalho dependente e 43.264 euros de pensões. Com rendimentos totais declarados entre 100 mil e 200 mil euros, os arquivos do TC permitem identificar (relativamente às últimas declarações entradas até Janeiro deste ano) os 18 presidentes de câmara seguintes: Viseu, Ourém, Caldas da Rainha, Fundão, Portalegre, Fornos de Algodres, Gouveia, Vimioso, Boticas, Vila Pouca de Aguiar, Vila Real, Paredes, Valongo e Vila Franca do Campo, todos do PSD; e Vila do Conde, Alenquer e Idanha-a-Nova, do PS, e Gondomar (independente).
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in Jornal "Público" - edic. online 12.05.08
Jornalista José António Cerejo
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Está quase tudo explicado!...
A. A.

sábado, 10 de maio de 2008

Ribatejo - Tradições Populares

"Jogo do Pau"

O Jogo do Pau, na freguesia de Espinheiro, concelho de Alcanena, tem tradições seculares. Foi praticado com a maior destreza pelas gentes Espinheirenses.
Em tempos de outrora, as principais actuações eram nas festas da terra e dos lugares vizinhos, tais como as de S. Brás no Prado, para que o santo ano após ano, “verificasse” o progresso do jogo. Ali, davam duas voltas à capela devidamente formados e com o pau ao ombro, até que, em frente da porta principal, alguém dava a voz de – “Paus Abaixo”, em sinal de respeito. Depois os jogadores encaminhavam-se para uma eira, onde iriam travar os entusiasmantes duelos.
Posteriormente, surgiu uma variante do jogo, denominada “Desordem”, que lhe induziu ainda mais ritmo e vida, dentro e fora do redondo, porquanto dá a ideia perfeita de uma desordem e solicitando, consequentemente, um dispêndio maior de energia que provoca o cansaço do jogador ao fim de dois ou três minutos, sómente.
Em 1931 o grupo actuou em Alcanena, em espectáculo a favor do hospital local. A partir de 1936, teve várias actuações na Feira do Ribatejo em Santarém. Em 1941 foi a vez de ir actuar em Alcobaça. Foram inúmeras actuações em Portugal de lés a lés. Tiveram algumas paragens na sua actividade. Actualmente, está a passar por mais uma dessas paragens.
Desejamos, que seja mais uma vez relançado, para bem das tradições populares Espinheirenses, do concelho Alcanenense e da província ribatejana.
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Pesquisa: A. Anacleto

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Louriceira - Outras Épocas...

“Louriceira – Terra Hospitaleira”

A Louriceira sempre acolheu bem os forasteiros.
Não é por acaso que, ainda hoje, uma parte considerável dos seus habitantes não é daqui natural.
São, normalmente, indivíduos que gostam desta terra. E muitos têm-no provado, através de várias acções.
Hoje queremos salientar um dado particular, o histórico, que ilustar bem como as pessoas que por aqui passam e arranjam amigos, mesmo sem se radicarem, criam raízes que nem as gerações vindouras deixam perder.
Desde tempos remotos que alguns pescadores da Nazaré, para que os Invernos não lhe causasse tanto sofrimento, emigravam para outras paragens em busca de sustento.
Foi assim que a família Lameiras, um dia perdido no tempo, por sucessivas gerações, aqui veio parar.
Pescavam no Rio Alviela e viviam da venda do peixe.

Barbo, bordalos e enguias
Boga, pardelha ou sarmão
Foram peixes d´outros dias
Para alguns, seu ganha-pão.

Várias testemunhas, ainda vivas, conheceram José Lameiras, por alcunha o Vale d´Água, que foi filho de gente que se habituou a vir passar os Invernos À Louriceira.
Depois, o seu filho, o António Lameiras, igualmente conhecido por Vale d´Água, cresceu, e quando homem, também ele seguiu o caminho do seu pai e aqui criou amigos que, no verão, o iam visitar À praia da Nazaré, onde eram hóspedes de primeira.
António Vale d´Agua, homem pobre mas muito honesto, já há muito tempo faleceu. No entanto, suas filhas, que como é óbvio, não são pescadoras, já por sua vez têm netos, habituadas a passar aqui os Invernos, cá vêm parar todos os anos, especialmente a Maria da Praia – que se dedica à apanha da azeitona ou, simplesmente, como convidada.
Em troca, no verão, recebe as amigas que lhe deram guarida.
É assim a Louriceira, terra de gente simples que conta em cada forasteiro UM AMIGO.
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in "Nossa Terra, Nossa Gente"
José da Luz Saramago
Publicado no Jornal "O Alviela" - 08.07. 1991

Aventuras!...

Tiago Moreira vai precorrer 50 mil quilómetros no seu Citroen 2CV de 1989
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Advogado de 27 anos já começou viagem de seis meses do Porto para Pequim ao volante de um Citroen 2CV !

Ir do Porto até Pequim ao volante de um mítico Citröen 2 CV. A viagem já começou, na terça-feira, e o condutor Tiago Moreira, advogado de 27 anos, está agora em Madrid. Numa rota solitária, Tiago vai percorrer 50 mil quilómetros, passar por dois oceanos, oito fusos horários, mais de 30 países, tudo isto a 70 quilómetros por hora. Dentro de três meses, o destino final são os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Pequim.Por agora, Tiago Moreira ainda se sente “em casa”, como explicou ao PÚBLICO. “A aventura vai começar no dia dois de Junho quando eu chegar à Rússia”, disse. O viajante já foi a Istambul e a Palermo com o seu Citröen 2 CV de 1989 e, por isso, está habituado as grandes viagens. Mas esta é “a primeira verdadeira viagem de sonho”. Tiago enumera países que vai passar e que sempre sonhou conhecer: “Nepal, Índia, China, Turquia e Irão”. “Acho que toda a gente gostaria de fazer uma viagem assim”, referiu. Mas para além de um itinerário de seis meses, três para ir e mais três para voltar, que por si só foi a maior motivação para viajar, Tiago pretende aproveitar a visibilidade da viagem para promover uma campanha social. No site oficial do viajante estarão disponíveis postais das diferentes cidades visitadas. Cada postal vai custar cinco euros, sendo que dois euros vão reverter para a Selecção Portuguesa Paralímpica. O segundo objectivo é tentar ultrapassar os custos da viagem, 40 mil euros, para que os “lucros” sejam doados à associações que se dediquem à educação de crianças desfavorecidas. O segundo objectivo será mais difícil de cumprir, explicou Tiago, uma vez que ele ainda não tem o montante total que vai precisar para a viagem.
Muita música e pouca roupa
Na bagagem deste viajante não falta música. “Tenho horas e horas de música, uma coisa que não pode faltar, já que vou estar muito tempo sozinho”, sublinhou. O computador portátil e as câmaras de filmar e fotografar também são itens essenciais. As camisolas de divulgação da viagem, para vender, também estão na mala do carro. A roupa é pouca e ainda falta comprar alguns artigos, como tenda, saco-cama e água potável. Tiago pretende apetrechar mais a bagagem quando chegar à Rússia. Vai precisar de comprar gasolina, pois corre o risco de percorrer muitos quilómetros sem encontrar uma bomba de abastecimento. A partir daí, o viajante prepara-se para ver um “choque de realidades” e conhecer culturas totalmente diferentes da ocidental. E o carro, está preparado para tanto? Tiago está confiante no seu fiel companheiro de estrada. “O carro tem uma tecnologia muito simples, se eu não puxar muito por ele e fazer três horas de viagem e parar por uma, ele aguenta-se bem”, explicou.
Jogos Olímpicos, um pretexto e um sonho
Tiago Moreira disse os Jogos Olímpicos foram um “pretexto” para a realização da viagem. Mas, confessa que “não deixa de ser um sonho” estar presente no acontecimento. O viajante pretende acompanhar Portugal durante os Jogos, com especial atenção na Selecção Paralímpica, com quem já estabeleceu alguns contactos. Tiago Moreira pretende voltar em Dezembro. “Para comer o meu bacalhau de Natal e estar com a família”, disse. Até lá, ainda tem muita estrada pela frente e, com certeza, muitas aventuras para viver.
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in Jonal "Público" - edição online - 09.05.08
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Ainda há quem pense, que os velhinhos e pequeninos não acompanham os "grandes"!
A. Anacleto

terça-feira, 6 de maio de 2008

Louriceira - Monografia

Olhos de Água – Nascente e Canal do Alviela

É neste lugar luxuriante que nasce o rio Alviela, e onde é captada a água que durante mais de cem anos abasteceu uma parte significativa da cidade de Lisboa.
No ano de 1855 foi criada a primeira Companhia das Águas mas, por questões que surgiram dentro da mesma, deixou de existir. Pelo decreto de 2 de Abril de 1868 foi criada uma nova Companhia com o capital de cinco mil contos de reis, valor este que posteriormente foi elevado para sete mil contos.
Esta Companhia foi fundada pelas seguintes individualidades: - Visconde do Porto Covo do Bandeira, Francisco Melo Soares de Freitas, Visconde dos Olivais, Carlos Zeferino Pinto Coelho, Possidónio Augusto Passolo e Sebastião José de Abreu.
Após a sua constituição, esta Companhia deliberou proceder ao estudo do local mais apropriado para a captação das águas. Este serviço foi confiado ao hidrogeólego francês Richard, o qual depois de ter percorrido as zonas da Ota, Alenquer e a Serra de Minde, escolheu as nascentes do Alviela para a captação e abastecimento de água a Lisboa.
O início da construção do canal ocorreu em 28 de Dezembro de 1871 com passagem por Pernes, Vale de Lobos, Paul da Assêca, Almoster, Alcoentrinho, Ota, Alenquer, Vila Franca de Xira, Alhandra, Sacavém, Olivais e Barbadinhos. A chegada da água a Lisboa ocorreu em 3 de Outubro de 1880, aproximadamente nove anos após do início da construção. Foi dia de grande festa em Lisboa com a chegada da água. Marcaram presença o rei D. Luis I, o Governo, o arcebispo de Mitilene e outras altas individualidades. Custou este grande empreendimento 3.264.415$20.
Nessa década a freguesia teve acentuado desenvolvimento no comércio, dada a muita mão de obra utilizada na construção, e nos estaleiros aqui montados para o efeito.
Sempre foi tradição, os Louriceirenses e outras gentes da região, passarem o dia da Espiga – Quinta Feira de Ascensão, neste espaço de lazer, fazendo piqueniques onde não faltava a música e a picaria à boa maneira ribatejana.
No final do século XX o espaço dos Olhos de Água, sofreu uma grande transformação na área do turismo, do lazer e do ambiente, com a construção de uma Praia Fluvial, respectivo Parque de Campismo e um Centro de Interpretação do Ambiente – Ciência Viva.
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in "Louriceira - Freguesia Centenária" - Monografia
A. Anacleto

Espaço Poético...

Quadras Soltas
“S. Vicente a Sorrir…”


S. Vicente a sorrir
Não é de coisa boa
Será que pensa partir
De Louriceira para Lisboa

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Vi S. Vicente a sorrir
Quando passava a procissão
Já não vejo ninguém a pedir
Dono pró seu coração

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Vi S. Vicente a sorrir
Com um olhar docemente
Em suas mãos segurava
Dois corvos suavemente

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Na procissão do seu povo
Vi S. Vicente a sorrir
A alegria volta de novo
Tornando o povo a rir

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in "Uma Aldeia ...um Rio ...um Santo
A. Anacleto

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Artes



Imagens da obra de Orlando Jorge Gomes, na exposição realizada na Casa da Cultura em Alcanena.
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“Quando Pinto”
Quando pinto,
escorrem-me entre os dedos
as tintas, belas,
e faço com elas
carícias suaves
às telas.
O que pinto
é o teu corpo sensual
de mulher.
É em ti que crio, desenho,
pinto e me entrego.
É por ti que me transcendo
e me transformo.
Lanço nas telas
golfadas de cor,
mas é com o teu corpo
que sonho,
e onde sinto
o meu amor.

in "Viagem ao Interior da Solidão"
Jorge Gomes
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Orlando Jorge Gomes, filho de mãe Louricerense e de pai Pernense, nasceu na Vila de Pernes, mas fez a infância e adolescença na freguesia de Louriceira.
Licenciado em Engenharia Mecânica no IST, ali exerceu funções docentes em cadeiras de Tecnologia Mecânica.
Prestou serviço militar durante nove anos, tendo cumprido uma comissão de serviço em Timor, onde comandou duas companhias operacionais (Bacau e Lospalos).
A estadia em Timor, permitiu-lhe conhecer com pormenor a parte leste do território, contactar de perto com a cultura, mentalidade e sentimentos das pipulações locais e teve uma sensível influência na sua interpretação dos valores da vida e do mundo.
De regresso a Portugal exerceu funções de Direcção e Administração de empresas dos grupos Cuf, Elf e Dragados.
Engenheiro. gestor e pintor, com "Viagem ao Interior da Solidão", Jorge Gomes fez também uma viagem, dorida, ao interior do seu coração.
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in "Viagem ao Interior da Solidão" - Jorge Gomes
A. Anacleto

Museus

A primeira data avançada para a inauguração do Museu da Boneca, em Alcanena, foi o dia 8 de Maio de 2008, mas não se vai concretizar. Há cerca de um mês o chefe de gabinete do presente da câmara afirmava que 1 de Junho, por ser o Dia Mundial da Criança, seria a data mais apropriada. Apesar de as obras de adaptação do antigo jardim-de-infância nem sequer terem começado. A proprietária do acervo, que conta com mais de três mil bonecas, está cansada de esperar. Rosa Vieira avisa que quando o protocolo assinado com a autarquia fizer um ano, a 11 de Junho, irá denunciá-lo. E pondera levar as suas “queridas meninas” para outro concelho. E para outra região.“Tentei levar o nome de Alcanena mais longe mas os responsáveis camarários não olham para o meu acervo como um acto de cultura. Acham até que me estão a fazer um grande favor”, desabafa Rosa Vieira, farta dos avanços e recuos do projecto e de nenhuma justificação lhe ser dada.Já passou quase um ano desde que a proprietária das bonecas assinou um protocolo com o município. Desde aí pouco mais sabe sobre o andamento do projecto. Pelo menos em termos oficiais. Pela via oficiosa chegou-lhe a informação de que o concurso lançado pela câmara para as obras de adaptação do jardim-de-infância teve de ser anulado, devido ao facto de a única empresa a concorrer ter apresentado um preço mais de 25 por cento acima do orçamentado – 100 mil euros. “Nem sei se a câmara já abriu outro concurso ou de que modo a obra vai ser agora feita”.Em declarações a O MIRANTE o vereador Eduardo Marcelino, responsável pelo pelouro da cultura, confirmou que o primeiro concurso teve de ser anulado devido ao valor apresentado tendo na sexta-feira passada o município enviado convites a mais cinco empresas. O autarca admitiu ainda que, devido ao atraso deste processo, e apesar de a obra ter um prazo de execução curto (25 dias) “dificilmente estará concluída no dia 1 de Junho”.
Bonecas danificadas
O trabalho de catalogação das bonecas foi iniciado em Janeiro do ano passado por técnicos da câmara, com a incumbência de fotografar e descrever os mais de três mil exemplares que irão integrar o futuro museu. Mas até isso correu mal, diz Rosa Vieira. “As funcionárias da autarquia danificaram-me mais de 200 bonecas. Estragaram cabelos, partiram acessórios e ninguém se importou com o facto”, queixa-se, adiantando que o restauro dessas bonecas está a ser feito por si, e a suas expensas. “Pedi um apoio financeiro à câmara mas até agora nada chegou”.Em Maio, as bonecas de Rosa Vieira vão estar em exposição em dois locais diferentes de Leiria, com a câmara a mostrar-se “muito interessada” no espólio. Antes de assinar o protocolo com o município de Alcanena também já tinha tido propostas de mais dois concelhos: Lourinhã, de onde é natural, e das Caldas da Rainha. Embora fossem mais vantajosas financeiramente, Rosa Vieira declinou e decidiu dar prioridade ao convite alcanenense. Hoje está arrependida e sente-se enganada. Com mágoa diz que se nada for feito até 11 de Junho, escreverá à câmara a rescindir o contrato. “Segundo o protocolo tenho 180 dias para o fazer”.
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in Jornal "O Mirante"
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Jamais, esqueceremos a nossa visita à exposição das simpáticas bonecas, que se realizou na Casa da Cultura em Alcanena à uns anos atrás.
São as "minhas meninas e os meus meninos ", cuido delas e deles com muito carinho. Foram as palavras da Rosa Vieira, numa troca de palvras que tivemos oportunidade de ter com a expositora.
Olhando o modo da Rosa como segurava as suas bonecas, comoveu-nos, fez-nos lembrar inúmeras crianças abandonadas no mundo e, que tiveram a "mão de uma mãe amiga"...
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Será uma perca enorme em termos culturais para o concelho de Alcanena, se não se concretizar este projecto. Sem mais comentários...
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A. Anacleto

domingo, 4 de maio de 2008

Espaço Poético...

Quadras Soltas
“Em Louriceira Me Embalei…”

Em Louriceira me embalei
Grande mãe me criou
Pois muito daquilo que sei
Foi ela que me ensinou

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Em Louriceira me embalei
Sinto o calor da tua mão
E a ternura que encontrei
A bailar em meu coração

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Em Louriceira me embalei
Dividido quando estive fora
Saudoso dela fiquei
Medroso não fui embora

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Em Louriceira me embalei
Ao som de uma guitarra
A uma poetisa eu falei
Numa bela noite de farra

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Em Louriceira me embalei
Pois dela meu berço fiz
Cresci e por cá fiquei
E nela deitei raiz

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Em Louriceira me embalei
Há muitos anos atrás
Assim que nasci, chorei
Para viver num mundo em paz

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in "Uma Aldeia ...um Rio ...um Santo"
A. Anacleto

sábado, 3 de maio de 2008

Espaço Poético...

Quadras Soltas
“Louriceira, teu passado”…
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Louriceira, teu passado
Foste raiz e semente
Hoje és algo apagado
No corpo de um rio doente

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Usada, triste e dorida
Reservada no seu fado
Que lembranças tenho de ti
Louriceira, teu passado

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Louriceira, teu passado
Tinhas muito que dizer
Se tivessem o cuidado
De te fazerem reviver

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Haviam festas, picarias e fado
Não faltando a procissão
Louriceira, teu passado
Sempre viveste no meu coração

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Louriceira, teu passado
Faz-me ruborizar quando miro
Algo tão triste e apagado
Em teu seio com suspiro

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Louriceira, teu passado
Sempre tiveste gente de valor
Que te têm dado
Dedicação e amor

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in "Uma Aldeia... um Rio ... um Santo" - Quadras Soltas
A. Anacleto

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Desporto - Futebol

Desporto "especial e à maneira..."!
Suspensos 26 jogadores do Alcanenense e do União de Almeirim
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Doze jogadores do Atlético Clube Alcanenense e 14 jogadores do União Desportiva de Almeirim foram punidos pelo Conselho de Disciplina da Associação de Futebol de Santarém com penas entre os quatro e os seis jogos de castigo na sequência das cenas de violência verificadas no final da partida U. Almeirim- Alcanenense, disputada no último domingo, para o apuramento de campeão da I Divisão Distrital. Foram também punidos técnicos e dirigentes. O resultado final do jogo foi um empate a uma bola.
Dia 30 de Abril a Associação divulgou o mapa de castigos. Além dos quatro jogos de suspensão aplicados a 12 jogadores do Alcanenense, deliberou-se ainda a suspensão preventiva e abertura de processo disciplinar ao treinador e presidente dos alcanenenses, José Torcato, bem como ao dirigente Alexandre Coutinho.
O União de Almeirim foi ainda mais punido pelo Conselho de Disciplina da Associação. Dos 14 futebolistas punidos, dois vão estar afastados dos relvados em seis partidas, Pedro Rodrigues e José Silva. Os restantes 12 foram castigados com quatro jogos de suspensão.
Nos almeirinenses foram ainda multados os dirigentes João Xavier Pinto e António Fragoso, ambos com 50 euros e 20 dias de suspensão, e suspenso preventivamente com abertura de processo disciplinar o também dirigente João Carlos Pereira.
O treinador Leonel Madruga também ficou a arder, depois de ter sido expulso durante o jogo. Além da suspensão preventiva e processo disciplinar aberto, terá de pagar 150 euros de multa e fica fora dos relvados com um mês de suspensão.
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Fonte: Jornal "O Mirante" - edic. online - 02.05.08

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Louriceira - Outras Épocas...



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Viajando por Outras Terras:

Alguns Louriceirenses, sempre gostaram de viajar para conhecer outras terras, outros costumes, outras gentes.
Os Louriceirenses, até ao final da década de setenta viajavam em grupo, inseridos em excursões. Como os rendimentos eram precários na maioria das famílias, estas sempre com a curiosidade de conhecer outros cantos do país, lá iam fazendo o sacrifício poupando alguns "tostões" para pagar o passeio.
As excursões, em algumas situações, tinham a duração de dois ou mais dias, levando os viajantes colchões para dormir ao relento, onde a camioneta estacionava durante a noite. Outros dormiam no corredor (entre os bancos) da mesma.
Como havia pouco dinheiro para consumir, as refeições não eram em restaurantes ou casas de pasto, levavam na camioneta os géneros alimentícios para serem cozinhados em fogareiros a petróleo.
O guia da excursão, era a pessoa que organizava a mesma, sendo respeitado pelos excursionistas. Existia um humilde convívio e companheirismo entre as pessoas da freguesia.
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in "Louriceira - Freguesia Centenária" - Monografia
Autor: A. Anacleto