domingo, 29 de junho de 2008

Santos Populares...



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Festas de S. Pedro – Porto de Mós
Fizemos reportagem nas Marchas de S. Pedro na vila de Porto de Mós, integradas nas Festas do Concelho.
Noite de verão, decorada com arte e imaginação pelas Colectividades do Concelho Portomosense. Vários grupos apresentaram as suas Marchas, alusivas aos Santos Populares, com excelentes letras e músicas e interpretadas por gentes do povo que mais uma vez elevaram a alto nível a cultura popular daquele concelho.
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A. Anacleto – 28.06.08

Lutas Laborais...

Manifestação da CGTP – Intersindical Nacional /USS – União de Sindicatos de Santarém

Várias centenas de pessoas manifestaram-se nas ruas de Santarém gritando palavras de ordem contra o Código Trabalho, pela manutenção dos direitos laborais e contra o Governo.

Nem os cerca de 35 graus de temperatura levaram os manifestantes descontentes com o Código de Trabalho recentemente aprovado a ficar em casa.

Bandeiras hasteadas bem alto, segurando cartazes ou simplesmente gritando palavras de ordem, os manifestantes mostravam indignação contra o Governo, contra a nova legislação laboral que, bradaram, lhes retira direitos conquistados ao longo de décadas.
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A. Anacleto – reportagem 28.06.08

Locais...



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Aceitámos o amável convíte, para estarmos presentes nas Festas das Colectividades da Freguesia de Almoster do Concelho de Santarém, que se realizam este fim-de-semana.
Durante a manhã, aproveitámos para fazer uma visita a locais históricos da freguesia, entre os quais, destacamos o Mosteiro de Santa Maria de Almoster.
Após um excelente almoço, visitámos acompanhado pelo zelador do espaço, as quedas de água, com uma excelente piscina natural, localizada numa habitação privada, que se encontra excelentemente restaurada. Se não fosse para perturbar a digestão do anafado almoço, decerto que não resistíamos a um refrescante mergulho, já que o calor era abrasador por aquelas bandas ribatejanas!...
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A. Anacleto

Freguesia de Almoster

Concelho: Santarém
Área: 40,84 km²
População: 1 827 hab. (2001)
Densidade: 44,7 hab./km²
Área rural por excelência, Almoster situa-se numa das zonas mais férteis do país; a ribeira de Almoster, afluente do Rio Maior corre sobre uma das principais falhas geológicas da região e que conjuntamente com a Ribeira de Asseca desenham os contornos das principais áreas de extensão e arroteamento dos campos abastecedores de Santarém.
Um clima temperado com altos níveis de pluviosidade e humidade é responsável pela alta fertilidade dos planaltos calcários e das planícies de aluvião cortadas por pequenos vales por onde correm várias ribeiras que desaguam no Tejo, e pela existência de uma flora indígena mediterrânica, dominante, e atlântica.
Flora mediterrânica em que pontua o carvalho cerquinho e a azinheira, a par do sobreiro, da figueira, do pinheiro manso, loureiro, medronheiro, murta, a aroeira, tojo, carqueja, urze, soagem, esteva ou o alecrim o rosmaninho e a alfazema.
A flora de características atlânticas é de menor expressão mas ainda se encontram exemplares de carvalho alvarinho, castanheiro, ulmeiro, amieiro, choupos, freixos, salgueiros e pinheiro bravo resultando, a paisagem, numa mistura de ambientes com domínio de agrupamentos arbustivos do tipo carrascal.
Por contraste temos as zonas mais agricultadas com predomínio para a oliveira e a vinha as hortas e os pomares; não podemos esquecer que, e apesar de se encontrar já nos seus limites sul a freguesia de Almoster ainda está integrada no “Bairro” típico estremenho zona de agricultura intensiva do solo onde predominam os alqueives de trigo e cevada, e culturas irrigadas pegadas à lezíria, a planície aluvial do Tejo; foi a existência desta concentração de recursos que permitiu a grande variedade de culturas e um povoamento disseminado em inúmeras aldeias e habitações dispersas, e que desde cedo atraiu o homem a estas paragens.
Quanto à fauna destaca-se o melro, o picanço, a escrevedora, o cartaxo, a gralha o pica-pau, a andorinha, o rouxinol dos caniços, o abelharuco, a galinha d’água, o pato real, a garça, o peneireiro, a águia de asa redonda, o milhafre preto e a águia pesqueira também podendo ocorrer o bufo real; raposa coelho e por vezes a lontra.
A confluência das ribeiras de Almoster e Atalaia proporcionou condições excelentes para a fixação de populações desde muito cedo pois quando o mosteiro é fundado em 1289 já a área era habitada e era objecto da intervenção humana há muito tempo; o nome Almoster deriva de al-monasterium o mosteiro, embora o topónimo já existisse à data de fundação do mosteiro de Stª Maria.
A região é aliás rica em vestígios arqueológicos como o atesta a existência de um castro, possivelmente da Idade do Cobre, hoje destruído, sem ser estudado, por uma pedreira de calcário em lavra activa e que desde os anos 80 abriu uma chaga entre Almoster e Vila Nova do Coito, e que se liga a outros sítios pré-históricos nas redondezas como sejam os de Vila Nova de São Pedro e do Azambujal e cujas populações subsistiam da agricultura, em pleno desenvolvimento e que acompanha a sedentarização; bois, cavalos, cabras, porcos e javalis eram algumas espécies animais usadas na alimentação tal como a pesca e o marisco, como o testemunham os restos das suas conchas.
Encontrar-se-ão ainda vestígios de actividade metalúrgica como escórias e cadinhos de fundição e também restos de cerâmica, mós e silos. A tecelagem a confecção de vestuário e a produção de artefactos decorativos e de sentido religioso (corninhos de barro e placas de xisto de carácter antropormófico) terão constituído outras das suas actividades.
Na região foram ainda encontrados vestígios da ocupação romana, goda e mourisca, nomeadamente quanto ao desenvolvimento das técnicas de cultivo e de transformação, formas da propriedade e topónimos.
Segundo algumas opiniões, existiria já naquele local um mosteiro ou cenóbio que foi destruído durante a invasão moura no sec.VIII e que teria dado o nome ao lugar quando os mouros aí se instalaram. Após a reconquista de Santarém no séc.XII as terras foram redistribuídas pelos cristãos vindos do Norte, passando então, provavelmente, a fazerem parte da família de D. Sancha Pires, mãe da fundadora do mosteiro.
A aldeia ficou assim ligada ao convento das bernardas o qual ficou concluído em 1300; as freiras eram donatárias da freguesia e ali havia um hospital para pobres, administrado pelas freiras, que anualmente lhe atribuíam 38 moios de trigo e que era de especial importância para toda a região e que foi objecto de importantes doações.
Entre outras figuras ilustres como várias mulheres das casas de Noronha e Menezes que aí foram abadessas, naquele convento professou e morreu a Pelicana a judia Violante Gomes, mulher de rara beleza que se fez cristã por amor ao duque de Beja D. Luís, ambos pais do Prior do Crato, D. António, candidato vencido por Felipe II ao trono português em 1580.
Neste local, mais precisamente entre as pontes de Celeiro de Asseca e de Almoster, a 18 de Fevereiro de 1834, deu-se uma das batalhas mais sanguinolentas, renhidas e decisivas na guerra civil de 1832-34 entre absolutistas e liberais, não conseguindo, os absolutistas, comandados pelo general Lemos, desalojar os liberais de Almoster, comandados pelo marechal Saldanha.
D. Pedro, em memória dessa batalha, restaura o pedestal da estátua de D. José no Terreiro do Paço aí colocando a efígie do marquês de Pombal arrancada após a morte do rei, e, por decreto régio, faz do filho de Saldanha 1º conde de Almoster. Com a reorganização liberal é criada a freguesia de Almoster e, após o falecimento da última monja (1887) o governo cede o convento à Junta da paróquia.
Apesar do curso imparável do tempo, e dos acontecimento e mudanças que nele se sucedem as gentes continuarão ligadas aquela terra fértil e à produção agrícola, e apesar do despovoamento e abandono a que se vê votada muita da nossa província, a fertilidade da região, renovada anualmente pelo Tejo, parece que ainda consegue manter a população ligada à produção agrícola e à industria transformadora, apesar de Lisboa estar ali tão perto, mas, porventura, também por causa dela, muita da população continua ligada à terra.

“O Mosteiro de Almoster”
No cumprimento de uma disposição testamentária de Sancha Pires, sua filha Berengária Aires, que, segundo a tradição, presenciou com a Rainha Santa o milagre das águas do Tejo, que se abriram para ela passar e poder ver no leito do rio o túmulo de Stª Iria, funda, em 1289, o convento cisterciense feminino de Stª Maria de Almoster.
Os estabelecimentos femininos da ordem de Cister em Portugal surgem por acção das filhas de Sancho I, Mafalda, Sancha e Teresa; em 1196 os monges de Lorvão são substituídos por monjas e em 1224 Arouca também é reformada.
Embora de fundação tardia, integra-se num surto de fundações femininas os quais acompanham o crescimento demográfico relativamente desequilibrado que se conhece a partir do séc. XII, onde a feminilidade se sobrepõe claramente e cria problemas demográficos, principalmente nas casas nobres que ali irão “depositar os excedentes femininos”.
Apesar de algumas alterações às regras iniciais, que presidiam à criação de um mosteiro cisterciense, existia no entanto um mínimo de condições mínimas tais como respeito pelas regras fundamentais cistercienses, algum isolamento, água e vias de comunicação e condições económicas de continuidade como a posse de terras, sustentáculo da sua independência.
As principais diferenças assentam no facto de, por ser um mosteiro de monjas, não ser exigido, por razões materiais, o isolamento de núcleos habitacionais, o facto de se terem instalado num espaço habitado e domesticado, com um património fundiário já desenvolvido e interligado a dois espaços fundamentais que são Alenquer e Santarém. Apesar de apresentar uma estrutura hierárquica e electiva semelhantes a Cister, sobressai o patronato da família fundadora, nomeadamente através da designação e não eleição das primeiras abadessas.
A base de fixação e desenvolvimento é o conjunto de bens legados por Sancha Pires, sobretudo prédios rústicos concentrados na confluência da Ribeira de Almoster com o Rio Maior. A estes bens serão acrescentados outros através de compras, doações e escambos, quer bens rústicos, quer urbanos quer rendas e legados em moeda.
O convento será integrado na diocese de Lisboa, fundado oficialmente a 19 de Julho de 1289 e ratificado pelos Capítulos Gerais de Claraval, que detém numa fase inicial a sua gestão espiritual que acabará por perder para Alcobaça.
As ligações da fundadora com a Rainha Santa garantem a protecção da casa real, tendo D. Dinis confirmado o couto e os seus sucessores farão o mesmo. Também Isabel de Aragão irá dotar o convento de alguns bens através de disposições testamentárias.
A opção por uma regra que já não estava em moda em Portugal e na Europa, face a uma nova espiritualidade e acção evangélica levada a cabo por franciscanos e dominicanos, talvez se deva à saturação destas ordens, fortemente implantadas em Santarém, e também ao prestígio de Cister e as ligações pessoais de Berengária com a Rainha Santa. Deste modo, o conjunto de bens e o prestígio criavam condições favoráveis para atrair elementos da nobreza local e até burguesas de Santarém e arredores que viam na entrada para aquele estabelecimento aumento do prestígio social para a sua família.
A nova hipótese de vida fora do século, especialmente se não tinham dote para o casamento libertador, a vida numa comunidade protectora e confortável e com estatuto acrescido eram os motivos que levavam as mulheres a sujeitarem-se a uma vida dura.
A mulher era vista como um paradigma do mal, a única forma de alcançar a purificação residia na adopção de um mundo de introspecção, calmo e ordenado por regras inflexíveis, num espaço intocável, austero e repressivo. A libertação das tentações da carne era conseguido através de um casamento espiritual, consumado pela oração e mortificação.
As monjas estavam sujeitas a uma clausura feroz - após 1220 nem no campo podiam trabalhar - e eram fiscalizadas por um mosteiro masculino; só os confessores, capelães, procuradores e o abade visitador podiam quebrar as prescrições. Existiam também “familiares”, ligados ao convento para o seu governo doméstico. A enfermaria do convento revestiu-se de especial importância e era objecto de novas doações.
Nascido e criado por elementos ligados à estrutura nobiliárquica local, o seu suporte assenta na exploração rural, numa zona especialmente fértil, e na possibilidade de excedentes nos mercados urbanos da produção, especialmente produtos hortícolas e cereal; de salientar a posse de unidades de transformação como lagares e moinhos hidráulicos. Domínio que, grosso modo se centrava no raio de um dia de viagem em torno do convento, um universo rural que condicionava a gestão e o crescimento do convento.
O convento era um recinto gótico que ao longo dos séculos sofreu enxertos e remodelações e cuja traça revela o habitual cânone das pequenas abadias cistercienses. A quase totalidade das dependências conventuais está destruída, todo o conjunto sofreu os efeitos do terramoto de 1755, o abandono, após a morte da última monja em 1887, a ocupação pela coudelaria nacional com o do recinto para cavalariças e um temporal em 1909 que provoca desabamentos e infiltrações. Subsiste em parte o claustro interior, a casa do capítulo e a igreja. O templo, que esteve muito arruinado, foi objecto de importantes obras de restauro. Trata-se de um bom exemplo de estilo gótico, de três naves, em que sobressai o pórtico principal, situado numa fachada lateral da igreja, a arrojada abóbada de cruzaria de ogivas sob a capela-mor e os arcos quebrados dos absidíolos. A grande remodelação dos fins do séc. XVI que criaram o amplo coro baixo reduziu a grandeza do corpo. De salientar ainda um Cristo crucificado, em madeira dos inícios da centúria de trezentos e o interior que está revestido de azulejos seiscentistas do tipo padrão, azuis e amarelos.
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in rotascister.home.sapo.pt
A. Anacleto

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Tributo...



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“Tributo ao Pintor Zé Pedro”
Fomos convidados honrosamente pela Associação de Reformados e Pensionistas de Tortosendo – Covilhã, para apresentarmos um trabalho de multimédia e literário sobre a vida e obra do Pintor “Zé Pedro”,
Aceitámos com enorme prazer o convite. Arribámos mais uma vez a terras de Cova da Beira, mais concretamente ao Tortosendo para participar no evento.
Assistimos a períodos de emoção, durante o tributo ao Operário e Pintor por parte de inúmeros amigos presentes na sala e da família em especial.
Após a saudação do Presidente da Direcção da Associação, foram oradores José Laço, homem culto e amigo íntimo do pintor, que com elevada emoção recordou a obra e o homem bom que foi “Zé Pedro”, a Dina uma das netas do pintor, que comoveu a assistência ao recordar o avô e amigo e Arnaldo Anacleto um dos autores do trabalho sobre a vida e obra do operário e pintor Tortosendense.
O trabalho sobre a vida e obra do Pintor Beirão, é da autoria conjunta de A. Anacleto e Ramiro Venâncio.
* José Pedro Gonçalves – “Zé Pedro”, nasceu na vila de Tortosendo a 06 de Maio de 1920, tendo falecido na mesma localidade a 20 de Maio de 1990.
Além de operário tecelão, deixou uma vasta obra na pintura plástica, tendo exposto além de Portugal, em Itália através da Fundação Gulbenkian, onde foi galardoado.
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A. Anacleto

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Novo Livro



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Está elaborado um livro entitulado, “Uma Década do CRDL”, o qual, se baseia em notícias sobre a colectividade Louriceirense – CRDL, publicados entre 1989 e 1998 no Jornal “O Alviela” por José da Luz Saramago, retratando o que foi a vida da colectividade durante aquela década do século passado.
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A.Anacleto

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Arraial Popular!...



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Organizado pelo grupo de eventos da AIJIL – Associação de Apoio Integrado de Jovens e Idosos de Louriceira, vai haver ARRAIAL POPULAR. Será dia 28 de Junho, véspera do S. Pedro na freguesia de Louriceira, concelho de Alcanena. Além da animação durante a tarde dos “Matraquilhos Humanos”, à noite, será o desfile das Marchas Populares e o “bailarico” animado pelo organista Carlos Godinho.
Passe por lá… conviva e divirta-se… petiscando e bebendo um copo do bom tinto ribatejano!...
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A. Anacleto

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Opinião!...


Enquanto "navegávamos", encontrámos este texto do jornalista e escritor, Baptista Bastos, publicado no Jornal de Negócios, edição online de 16.06.08. Por o considerá-lo interessante, transcrevemo-lo.
A.Anacleto

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O dispositivo de patrioteirismo colocado, com extrema eficiência, por todo o País, sob a benevolente aquiescência de uma Televisão desacreditada, de uma Rádio às aranhas e de uma Imprensa que se perdeu na pobreza moral, está a conduzir, muitos de nós, a um estado próximo da imbecilização.
A instrumentalização do "desporto" por parte do poder político é um fenómeno de que a Antiguidade foi fértil. No contemporâneo, a dimensão adquirida constitui uma obscenidade. Muitas contendas ditas desportivas (no caso vertente: futebolísticas) não passam de esquemas políticos.
À Esquerda e à Direita o recurso a esse enclausuramento mental tolhe qualquer iniciativa antagónica. Porém, a circunstância de, momentaneamente, as vozes críticas serem minoritárias, não significa que elas se calem. Alguns preopinantes pós-modernos acusam de anacronismo aqueles que ainda protestam contra estes mercadores de ilusões, que transformaram (graças a uma campanha impressionante) o Euro-2008 numa questão nacional - ou nacionalista.
E quando Marcelo Rebelo de Sousa admite que o País deve mais a Cristiano Ronaldo do que a qualquer outro, o dito é escandaloso. Primeiro, porque só raramente, no estrangeiro, se associa o nome de Cristiano a Portugal; ligam-no mais, claro está!, ao Manchester. Depois porque a vacuidade da afirmação não está à altura do professor; ou estará? Então e Pessoa, e Vieira da Silva, e Damásio, e Paula Rego, e Manoel de Oliveira, e Júlio Pomar, e Saramago, e Siza Vieira - mais, muitos mais outros? A paranóia colectiva assombra, pela expressão numérica da mediocridade. Rui Santos, jornalista do futebol, chamou-lhe "alienação" e está com carradas de razão.
O mal-estar na sociedade portuguesa é anestesiado por esta catadupa de falsos valores, de falsos princípios, de falsos heróis, de falsas hipóteses, de falso patriotismo. De quantos brasileiros, apressadamente matriculados portugueses, possui a selecção "nacional"? E que motivou esses ternos guerreiros? O dinheiro, bem entendido, que até os levou a abjurar da própria nacionalidade. Há qualquer coisa de podre, de vil e de sórdido nesta doentia instrumentalização.
Há dias, a "Notícias Magazine" publicou um dramático apelo de D. Manuel Martins, primeiro bispo de Setúbal, e figura maior da Igreja. Escreve: "Sou, sem querer, mais uma voz a juntar-me à de tantos e tantos portugueses que vivem mergulhados num grande desânimo quanto ao presente e num grande medo quanto ao futuro. Estes sentires vão-se manifestando um pouco por tudo quanto é sítio, e será muito desejável que se lhes acuda a tempo (…) Portugal não pode esperar mais: os portugueses precisam de trabalho justamente remunerado, precisam de pão na sua mesa, precisam de ver respeitados os seus direitos enganados de saúde, de justiça, de educação, de segurança."
E o documento prossegue: "Espantam-nos, a sério, os dois mundos que se vão construindo em Portugal: o mundo lá de cima, dos ultra-ricos e dos ultra-remunerados, e o mundo cá de baixo, dos pobres e dos ultra-pobres. Até já os da faixa do meio sentem o terreno a fugir-lhes."
É curioso que esta demarcação de D. Manuel Martins coincida com afirmações de D. Manuel Clemente, bispo do Porto, o qual, num debate sobre o Código do Trabalho, realizado na Associação Católica do Porto, declarou, ante a irritação do ministro Vieira da Silva: "As organizações sociais, perseguindo o seu bem específico ao serviço do bem comum, são um factor construtivo de ordem social e solidariedade, portanto um elemento indispensável da vida social (…) Sem pressão sindical poderia acontecer que a administração pública se esquecesse do seu papel."
As vozes destes dois homens foram praticamente ofuscadas pelo alarido futebolístico. Como nada acontece por acaso, convém não atribuir ao "acaso" os infortúnios da razão, que levam quem organiza o escalonamento dos noticiários (nos jornais, nas rádios e nas televisões) a inverter a importância dos factos e a dissimular o carácter político-social dos acontecimentos com a frivolidade, essencialmente mutável, do futebol.
José Sócrates, cuja arrogância começa a ser suicida, desprezou a manifestação dos duzentos mil, e cava, cada vez mais fundo, a separação entre os portugueses. Alguém tem de dizer a este homem que já lhe é difícil arrepiar caminho e dar um torção à Esquerda. Cometeu tropelias, injustiças e incompetências demasiado extensas e graves para que se lhe perdoe. Teve tudo na mão para equilibrar as coisas: até uma certa cumplicidade dos órgãos de informação, fatigados das desditas de Guterres, de Durão e de Santana. Não o fez. Segundo o insuspeito Joaquim Aguiar, ele não estava preparado para dirigir o País.
Tem sido acolitado por um grupo de subservientes, pouco ou nada apetrechados ideológica e culturalmente, que em nada o têm ajudado. Há dias, Vítor Ramalho, começou, ele também, a criticar a governação, e o próprio PS, revelando que não há debate nos "núcleos" socialistas. Recordo que, há anos, o PS dizia o mesmo do PCP, e, ainda recentemente, idêntica acusação foi formulada por sociais-democratas ao PSD. Não há debate nos partidos; não há debate na sociedade. O vazio impera.
Creio que Manuela Ferreira Leite apenas fará algumas mossas na carcaça do Governo. Ao contrário do que dizem os seus turiferários, ela não colhe nem as simpatias da totalidade dos "companheiros", nem a empatia dos portugueses. Um guru tem afirmado o contrário e, inclusive, que a senhora "unirá o partido." Todavia, o Santana não é para graças; o Passos é um pequeno falcão à espera; e Patinha Antão pode ter obtido um resultado escasso, mas (para minha surpresa e de muitos) revelou um sábio conhecimento dos dossiês. Além do que Manuela Ferreira Leite representa o que de mais cediço e arcaico existe na sociedade portuguesa. Não vai resolver nada: vai complicar tudo. E o seu apressado discurso "social" não dissimula a actividade praticada no Governo.
Manuela Ferreira Leite é mais do mesmo, igual a todo o mesmo. É uma soneira. José Sócrates, uma canseira. Como diria o Eça: "Meninos, que ferro!"
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in Jornal de Negócios - edic. online 16.06.08

sábado, 14 de junho de 2008

Convívios...




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É salutar, reencontrar e participar em convívios de amigos e antigos companheiros de trabalho. Assim aconteceu. Deslocámo-nos a terras de Abitureiras, na qual, fizemos reportagem e convívemos.
Organizado pela Direcção da Delegação de Santarém do Clube do Pessoal da EDP, realizou-se hoje, uma festa convívio no recinto de Festas da Freguesia de Abitureiras, no concelho de Santarém.
Compareceram em número razoável, trabalhadores, pré-reformados, reformados e alguns familiares, que mais uma vez, conviveram e recordaram os tempos de trabalho passados na empresa.
Além do convívio, não faltaram os óptimos petiscos, a boa pinga, a boa disposição, o “pé de dança” e a animação musical.
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Freguesia de Abitureiras
Área: 24,725 km2
Nº de habitantes: 1 059
Distância à sede do Concelho: 15 Km
Actividades Económicas: Agricultura, Pecuária, Extracção de Azeite

Situada a Norte de Santarém, a Junta de Freguesia de Abitureiras é marcada por uma paisagem de declives acentuados.
Freguesia muito antiga ignora-se, porém, a data da sua criação, existindo já nos inícios do Séc. XIV.
Etimologicamente, não se conhece a origem do nome Abitureiras. Diz a lenda que a Igreja Matriz foi mandada construir por duas mulheres tecedeiras, tendo sido denominada pelo povo, de aventureiras devido a tão grande aventura. Daí o nome de Abitureiras.
As aldeias desta freguesia estão agora a ser descobertas por forasteiros, atraídos pela beleza natural, pela calma e ordenamento deste território. O turismo, principalmente na sua componente de repouso, é tarefa de crescimento assegurado.
A agricultura e a pecuária desempenham um papel muito importante na economia da freguesia.
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in: Sítio oficial da C. M. Santarém
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A. Anacleto

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Funeral de Camionista

Camionistas acompanharam colega à última morada.

Dezenas de camionistas acompanharam José Ventura à última morada.O elemento do piquete de paralisação atropelado mortalmente na terça-feira na Videla - Zibreira, Torres Novas, foi a sepultar na sua terra natal – S. Vicente do Paul, Santarém, cujo cortejo fúnebre decorreu sem qualquer incidente.
Com a presença maciça da população da Freguesia e arredores, que segundo o presidente da Junta, Ricardo Costa, ficou «consternada» e «revoltada pela forma como aconteceu» a morte do seu conterrâneo.
O funeral «entupiu» de carros as ruas próximas do cemitério.
José Ventura, 53 anos, proprietário da empresa familiar EuroVentura, foi atropelado por um transportador quando decidiu sair do entreposto do Minipreço, situado junto ao nó da A-1 com a A-23.
O funeral terminou com um minuto de silêncio frente ao camião de José Ventura, onde foi colocada uma coroa de flores e uma salva de palmas.
Apesar de anunciada a presença dos elementos que foram surgindo como líderes do movimento de protesto dos pequenos transportadores, Silvino Lopes e António Lóios, estes acabaram por não comparecer, estando, segundo disseram, retidos numa reunião no Ministério das Obras Públicas.
Os camionistas presentes foram comentando que o acordo alcançado não os deixa satisfeitos mas se continuassem, seria um braço de ferro sujeito a consequências negativas.
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A. Anacleto

terça-feira, 10 de junho de 2008

Bloqueios de Camionistas...

Fizemos reportagem na Videla – Zibreira, local onde se encontra um piquete do bloqueio de camionistas que está a decorrer no país.
Na galeria de imagens, podemos ver o local onde ocorreu o incidente com um camionista que faleceu após atropelamento por um camião.
Outra imagem, retrata o assado que estava a ser preparado para o almoço, o qual já não aconteceu, porque ninguém conseguiu almoçar, após a morte de um colega de faina rodoviária.
O bloqueio vai continuar, após decisão de uma reunião realizada no Carregado. durante a tarde de hoje.
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A. Anacleto

Nossa Terra... Nossa Gente...

“Um Círculo Vicioso”

- Bom dia Ti Júlio!
- Bom dia rapaz! Atão por cá?...
- É verdade. Cá continua às voltas com o seu burrito, heim?
- Q´hei-de eu fazer? Preciso do esterquito prá fazenda…
- Então e a fazenda sempre vai dando p´ra viver?
- Ele não, rapaz. Só a amanho por causa da palheca pró burrico.
- E para que quere o burrito, Ti Júlio?
- Ora… p´rá`cartar a palheca pra cá e o estrume pra lá…
- Quere dizer: tem o burro por causa da fazenda e tem a fazenda por causa do burro? É isso?
- É isso. Q´uei-de eu fazer?
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In Jornal “O Alviela” – Suplem. Jornal da Louriceira – 08-07-1989
José da Luz Saramago

domingo, 8 de junho de 2008

Mística Benfiquista!...



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A convite honroso do amigo benfiquista Mário Ferreira, deslocámo-nos a terras de Atalaia – V. N. da Barquinha, para fazer reportagem da inauguração das novas instalações do Museu Glorioso Benfiquista, propriedade deste nosso amigo.
Ficámos mais uma vez deslumbrados com o espólio patente nas novas instalações do Museu. De facto, reconhecemos que existe um enorme amor à causa mística benfiquista por parte de Mário Ferreira, com o feito desta grandiosa obra.
Estiveram presentes além de diversos convidados, Alberto Miguéns do Jornal “O Benfica” e Artur Santos, glória da equipa benfiquista das décadas cinquenta / sessenta. Foi campeão europeu na primeira vitória do Benfica nesta competição.
- Para visitar o Museu, deve ser agendado com marcações prévias, contactando o proprietário para o efeito.
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Artur Lopes do Santos
- Idade: 81(1931-03-27)
- Internacionalizações: 2
- Posição Defesa
Nasceu em Paço de Arcos. Artur Santos, exemplaríssimo jogador, marcou a retaguarda benfiquista ao longo da década de cinquenta. Vigoroso, eficiente, disciplinado, impositivo, à direita ou ao centro, atravessou várias sensibilidades técnicas. Teve vários técnicos, tais como Ted Smith, Cândido Tavares, Alberto Zozaya, Ribeiro dos Reis, José Valdivieso, Otto Glória e Bélla Guttmann.
Começou nos Onze Unidos, em Paço de Arcos , mas o chamamento do Benfica não o deixou indiferente. Treinou-se à experiência no Campo Grande e logo veio a integrar a equipa júnior, orientada pelo antigo guardião Cândido Tavares. Na época subsequente à conquista da Taça Latina, subiu a sénior, estreando-se em Novembro de 50, devido a uma lesão de Jacinto.
Em 1954, Artur Santos passou ao eixo da defensiva, com o propósito de substituir Félix Antunes, que havia sido suspenso pelo clube por provada indisciplina. A tarefa era de alta responsabilidade, mas a resposta foi altamente positiva.
Em 11 temporadas ao serviço do Benfica, venceu quatro Campeonatos e seis Taças de Portugal. Já no dealbar da década de 60, com o estatuto de internacional, associou o seu nome à conquista da Taça dos Campeões Europeus. Modelava com chave de ouro uma carreira caracterizada pela regularidade.
Ostentou várias vezes a braçadeira de capitão, em quase três centenas de jogos na turma principal do Benfica, prova inequívoca da sua faceta de líder e do seu comportamento exemplar. “Nunca marquei um golo, é verdade, mas os tempos, esses, eram outros, sendo que o mais importante era cumprir no plano defensivo e, nesse aspecto, acho que não desmereci”. Não desmereceu mesmo. E bem mereceu também aquela festa de homenagem, a 8 de Outubro de 1961, com o Chaux-de-Fonds, da Suiça, na despedia oficial.
Com uma comovente e militante atitude benfiquista, Artur Santos, na actualidade, é das presenças mais assíduas e notadas nas múltiplas jornadas de confraternização, que amiúde ocorrem pelo país e até pelo estrangeiro. Tudo porque vive e viverá sempre para o seu Benfica.
Carreira:
- Épocas no Benfica: 11 (50/61)
- Jogos: 284
- Títulos: 1 Taça dos Campeões Europeus, 4 Campeonatos Nacionais e 6 Taças de Portugal
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A. Anacleto

Tradições Populares...

“Dormir na Eira”

Até finais da década de sessenta, era hábito nas noites quentes de estio os rapazes dormirem nas eiras.
Após um dia duro de jornada de trabalho, ou após uma farra na noite de sábado, lá ia a “rapaziada” em grupo para as eiras enquanto miravam o luar prateado e as estrelas brilhando no firmamento. Mas, enquanto não cerravam os olhos para entrar no sono profundo, ainda falavam de uma ou outra peripécia decorrida no bailarico, na festa popular, ou ainda das paixões que baralhavam as cabeças mais nebulosas.
Os braçados de trigo, eram colocados à volta das eiras, formando as “cabulas”, servindo estas de camas para o repouso dos jovens nas noites silenciosas e quentes de verão.
Não existia o hábito do pijama. Aliás, a maioria nem o conhecia. Eram vestidos que dormiam ao relento. Uma saca ou um pano, servia de resguardo, para não se sentir o incómodo das espigas do cereal.
Acordava-se na aurora da madrugada com o cante da passarada, que previam mais um dia de sol quente, mas, infelizmente não brilhava com intensidade para todos!...
O levantar tinha que ser rápido. Não tardava a chegada do pessoal da máquina debulhadora ou dos que conduziam os animais para a debulha na eira.
Era a despedida com um até logo, até se juntarem de novo ao inicio da noite, no mesmo local, e no mesmo repouso…
Vidas de outrora… outros tempos… outros hábitos populares…
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A. Anacleto

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Espaço Poético...

Paixão I

Foi tanto à força de querer
Penso, até, que só vivia
Meus dias só p´ra te ver
Se te não visse morria.

Paixão II

Acordava suavemente meus desejos
Com o veludo do teu corpo e suave aroma
Bebia o sumo doce dos teus beijos
E não tinha da dor qualquer sintoma

A magia das palavras me embalava
Culto meu! Minha deusa!... ou miragem?
Rezando, eu então vi que sonhava
P´ra passar bastou soprar uma coragem

Tinha sorrisos de alegria enganada
Por saber que te amava com fervor
Estou agora triste e de alma decepada
Por saber que era mentira teu amor.
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Carlos Correia
in Jornal "O Alviela" - Suplemento Jornal da Louriceira - 08.07.1993
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A. A.

"Baú de Recordações" - Escritos...

Quando consultávamos o “Baú de Recordações”, deparámo-nos com este excelente artigo, escrito por uma jovem de então – Elsa Maria Jorge Mendes. Pela qualidade do mesmo, achámos por bem reproduzi-lo neste espaço.
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“Levantemo-nos do Chão”!

Vocês jovens, tal como eu, já deram conta de que julgam estar muito ocupados?
Quando se pede algo: “não posso”, “não sei”, “deixa p´ra lá”, “vou pensar”…
Respostas destas traduzem-se como um não, delicado, mas negativista, no sentido filosófico.
No entanto, não se vislumbra quaisquer indícios de ocupação válida dos nossos tempos livres.
Dantes havia desculpa… mas hoje? Temos um Polivalente com um bom palco e camarins; algum de nós já pensou na criação de um grupo amador de teatro? Ou esperamos que sejam os outros a fazê-lo? Ou que caia do céu? Temos um recinto coberto onde dez jovens jogam futebol de cinco. Mas os outros cem jovens?! Os outros desportos, como o andebol, o basquete, o vólei, a ginástica, quem os pratica? E sabemos de colegas nossos que poderiam levar mais longe as suas capacidades. Até na música e no canto.
Temos tudo que dantes não tínhamos. Falta-nos apenas a vontade! Até isso, julgo que não! Parece que apenas faltará a centelha – uma reunião de todos nós e da discussão nasceria a melhor ideia de pôr em prática um autêntico “Movimento de Jovens”, numa autêntica ocupação de tempos livres.
Isso contribuiria, decisivamente para afugentar a tristeza e as incertezas de muitos jovens. É que, é desta tristeza, destas incertezas que nasce a droga e, com ela, tantas vezes, a sida.
A propósito, sabes que se admite que em Portugal poderão existir mais de vinte mil seropositivos? Por certo, não gostarias de ser mais um…
Tememos nas nossas mãos os nossos destinos!...
Organizemo-nos!... O palco e o recinto do Pavilhão esperam por nós. Já reparaste como estão tristes, enquanto vazios?
A mesa de pingue-pongue está quase sempre Às moscas… Os jogos tradicionais, a música, os desportos… Tudo. Tudo poderá estar vivo se nós quisermos.
Daqui vos lanço um grito: - Levantemo-nos do chão!

in Jornal "O Alviela" - Suplemento Jornal da Louriceira - edic. 08.07.1993

A. A.

Upa... Upa!...

População desempregada aumentou 65% em cinco anos

A população desempregada aumentou 65% em cinco anos, passando de um total de 270,50 mil indivíduos, em 2002, para 448,60 mil, em 2007, segundo 'O País em Números' do Instituto Nacional de Estatística (INE). A taxa de desemprego passou assim de 5%, em 2002, para 8%, cinco anos depois, adianta a publicação. Esta evolução verificada nos últimos anos começou a denotar alguma tendência de inversão no primeiro trimestre deste ano, com a taxa de desemprego a situar-se nos 7,6%, menos 0,8 pontos percentuais que nos primeiros três meses de 2007.Esta descida da taxa de desemprego, em termos homólogos, foi a mais acentuada desde 2000. De acordo com a edição do INE, o aumento do desemprego afectou tanto os homens como as mulheres, apesar do desemprego atingir mais o sexo feminino com um peso no total da população desempregada de 56%, em 2002, e de 57%, em 2007.No período em análise (2002-2007), o desemprego aumentou 68,8%, no caso das mulheres, e 62,1%, no caso dos homens.Cerca de 85% dos desempregados procura um novo emprego, uma percentagem que se mantém praticamente inalterada ao longo dos últimos cinco anos.Por duração do desemprego, os dados do INE, referentes ao período entre 2002 e 2005, mostram que os desempregados de longa duração (há mais de um ano) mais do que duplicaram, passando de 100,6 mil indivíduos para 210,8 mil indivíduos.Os desempregados de curta duração (menos de um ano) também aumentaram, mas de forma menos expressiva (25 %).Entre 2006 e 2007, os dados do INE estão mais desagregados no que se refere à duração do desemprego, concluindo-se que a maior parte da população desempregada procura emprego entre um e seis meses (cerca de 28%) ou há mais de 25 meses (cerca de 30%).

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in Jornal "Diário Económico" - edic. on line - 06.06.08

A. A.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Lutas Laborais e Sociais!...

Manifestação Nacional da CGTP – Lisboa

Hoje, “navegámos Alviela abaixo, entrámos no Tejo, e atracámos no Cais das Colunas” em Lisboa.
Por lá, fizemos reportagem da grandiosa manifestação organizada pela CGTP – Intersindical Nacional, contra a revisão das leis laborais, e por melhores condições sociais.
Presenciámos uma enorme multidão entre o Marquês de Pombal e os Restauradores. Nos contactos que estabelecemos com alguns responsáveis das forças de segurança, todos foram unânimes, que estariam a manifestarem-se mais de duzentas mil pessoas na Avenida da Liberdade.
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A. Anacleto

Espaço Poético...

“A Errante”

Caiu, levantou-se… Voltou a cair
Errou, perdoaram-lhe… Voltou a errar
Perdeu-se na estrada ao fugir
Encontrou-se quando não se podia salvar.

Suplicou por um perdão inexistente
Aos céus que lhe iluminaram a vida
E já procurando uma Paz ausente
Desertou num caminho de perdida.

Não há poderes para lhe abrir a porta
Não há caminhos que lhe não ensinassem
E para ela já pouco lhe importa
Que fosse a ela ou outras que salvassem

Ignorá-la é um desejo profundo
É assim que traça o seu destino
Infeliz a Luz que a trouxe ao mundo
Para exemplo de um ser feito menino.
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Nazaré Henriques
in Jornal "O Alviela" - Suplemento Jornal da Louriceira - 08.07.1993
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A. A.

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Louriceira - Histórias e Estórias da Freguesia!...

“S. Vicente e a sua Ermida”

Sou um septagenário e, por isso, me lembro bem da Ermida de S. Vicente. Hoje, no seu lugar existe uma bonita moradia pertencente ao Sr. Francisco da Conceição Silva, como facilmente se pode verificar na rua que continua a denominar-se RUA DA ERMIDA.
Contava-me minha avó que a festa em honra de S. Vicente era das mais concorridas da região. Na véspera, à noite, juntava-se o povo no adro da Igreja, munido de grandes archotes e dirigindo-se de seguida, para a Ermida, de onde, depois de grande cerimonial religioso, transportava S. Vicente para a Igreja Matriz, onde permanecia todo o dia 22 de Janeiro, saindo na Procissão que era sempre acompanhada com gaita-de-foles.
Era versão da minha avó, transmitida de seus avós, que em certa noite da primeira metade do século XIX, desapareceu o Santo da sua Ermida para, tempos mais tarde, ser encontrado na Igreja do Malhou.
Decorridos alguns anos, uma mulher da Louriceira, de seu nome, Maria Vieira, mas mais conhecida por “Maria Minderica”, mulher de armas e de espinho cravado na garganta, resolveu oferecer-se ao pároco para fazer limpeza na Igreja de Malhou. E tão bem feita foi a limpeza que nem o Santo escapou.
Este terá sido transportado, dentro de um grande avental de roda, por aquela valente mulher, de volta à sua Ermida.
De facto só uma mulher valente poderia ter carregado aqueles cerca de 60 Kg de S. Vicente!
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in Jornal "O Alviela" - edic. 08.07.1993 - Suplemento "Jornal da Louriceira - Publicado por António Clemte Pereira
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A. A.

Louriceira - Curiosidades da Freguesia!...

Sabia que…?

- A Louriceira pertenceu aos concelhos de Alcanede, de Pernes e de Santarém antes de 8 de Maio de 1914, data em qua foi fundado o concelho de Alcanena.

- Em 26 de Janeiro de 1531 ocorreu na região Louriceirense, um forte tremor de terra, causando talvez os maiores danos de sempre.

- Há cerca de dois mil anos, quando os árabes povoavam a nossa terra, o Rio Alviela tinha o nome correspondente a Minguado.

- A Louriceira foi já terra importante em termos comerciais e industriais. Um mercado semanal, farmácia, talhos, alfaiatarias, tabernas, olaria e moagens foram coisas do passado, que hoje não temos.

- No recenseamento de 1757 a Louriceira tinha 103 habitações.

- Há várias freguesias que se fundaram a partir de Louriceira.

- O Cortical, até há menos de meio século, pertenceu à nossa freguesia.
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in Jornal "O Alviela"- edic. 08.07.1992 - Suplemento "Jornal da Louriceira"
A. A.

Tradições Populares - Mézinhas!...

“Curar o Cobrão”

“Cobrão", no dizer da nossa gente, é uma afecção cutânea, lateral ou circulante do peito ou abdómen, que em Medicina, se designa de “Zona”. Trata-se de um herpes de difícil cura.
Os nossos avós já diziam que a infecção se prolongar em volta do pescoço e se vier a encontrar com a sua origem, é morte certa.
Daí o medo que causa este terrível vírus, que leva as pessoas a recorrer a tudo quanto é mezinha para se libertarem deste flagelo que muito sofrimento causa às suas vítimas.
É normal, na Louriceira, recorrer-se à tia Maria Ministra que, de um modo geral, cura as pessoas em nove dias.
Para os crédulos e para a Arqueologia da nossa Terra, aqui fica a receita:
Ingredientes:
- Uma palha de alho,
- Um copo com anilina azul.
“Vai-se espalhando, nas vesículas, da direita para a esquerda, a tinta na palha de alho acompanhando com a seguinte reza:
"Este touro passei, este cobrão matei. Tornarei a passar, tornarei a matar cobras e cobrões, sardaniscas e tudo que encontrar. Mata, mata cruz, santo nome de Jesus”
Mas, atenção. O tratamento diz a tia Maria Ministra, tem que começar em dia ímpar e terminar nove dias depois. É remédio santo, mas se não for, deverá repetir-se por mais dias, mas sempre com início e fim num dia ímpar.
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in Jornal "O Alviela" - 08.07.1992, rubrica "Louriceira - A Nossa Terra"
A. A.

terça-feira, 3 de junho de 2008

Mentalidades...

Numa das nossas navegações cibernautas, encontrámos num blog (O Hermínio), da autoria do Viriato, este interessante registo. Achámos por bem transcrever o mesmo neste espaço.
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Imagem "Apanhada" na Web

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País a Pontapé
A Devida Comédia – Miguel Carvalho - Website Visão online
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Quando regressarmos ao que efectivamente somos, estaremos, de novo, orgulhosamente sós. Sempre entre futebol e Fátima, entre um golo e uma oração. E de regresso ao velho fado.
A mentalidade submissa. Os dias engarrafados, anestesiados.
O presente em zapping, sem comando, visto do sofá.
O futuro daqui a nada, mas pré-pago, panorâmico e digital.
A liberdade de sermos apenas o que quiserem fazer de nós.
Financiaram-nos o que não queríamos nem precisávamos, a juros bonificados.
Depois, em suaves prestações ou pagando mais tarde. No fim de contas, levam-nos a pele, os ossos, os sonhos, como sinal. E uma vida inteira para amortizar.
Foi lá atrás que deixamos de ser cidadãos para passarmos a clientes.
Fazemos downloads das nossas ansiedades e vamos para a cama com o messenger.
Taxaram-nos a esperança, o horizonte, o hoje para financiar o amanhã.
Disseram-nos que, em última instância, o Estado regularia, velaria por nós. Só não nos disseram que o Estado já era também cliente, jogava na bolsa e no «off-shore», tinha vícios caros e amantes no privado. Esconderam-nos que o Estado já nem sequer regula bem. E, às vezes, não regula de todo.
Não sei quando começaram a falar-nos de livre iniciativa, economia de mercado, liberalização disto e privatização daquilo. Tudo em nosso nome, iríamos perceber a sensação. A concorrência em benefício do consumidor, mais opções, melhor qualidade. Não nos disseram o que queriam em troca. Não nos disseram quanto custava. Não perguntamos. E agora descobrimos que o seguro não cobre todos os riscos.
Aqui, despede-se e «reestrutura-se» em almoços de camarão da costa, moet & chandon e jaguar à porta. Congelam-se ordenados entre baldes de gelo e um «15 anos.» Fumam-se quatro salários mínimos em charutos, por mês, a discorrer sobre a crise e as dificuldades das empresas.
Original ou réplica, somos o que vestimos.
Somos igualmente o que viajamos, o que compramos, o que almoçamos, o que vemos. Não sei quando deixamos de ser simplesmente…humanos.
Votamos pouco e mal, mas elegemos convictamente marcas e anúncios, estamos decididos a ser a geração Nike ou Adidas e a referendar a Gant ou a Armani.
Aceitamos ficar sem tecto e almoço, mas nunca sem rede.
Vamos a Cancun, Natal e Varadero para ser vistos e mostrar que lá estivemos.
Por vezes, jantamos comida de design porque é «moda» e estamos na moda porque é «in».
Pagamos e bebemos água como se fosse Barca Velha.
Buscamos o caminho mais curto para a existência e o equilíbrio emocional no spa, no pilates, na auto-ajuda e no quem nos acuda. Ao farmacêutico, ao psiquiatra e ao personal trainer só falta serem amigos lá de casa.
Endividamo-nos de ilusões, maquilhamos as feridas e angústias, retocamos a ideia que temos de nós e envelhecemos alegremente: tristes e infelizes, mas mais novos, saudáveis e atléticos graças à cirurgia estética e ao ginásio, IVA incluído.
Somos o zero à esquerda das decisões, a estatística gorda da fome, da pobreza, da desigualdade, a escanzelada percentagem de decência e dignidade. Somos, como numa cantiga, «intelectuais de bronzeado» e «elite de supermercado». Somos tema de conferências e colóquios, objecto de sondagens e estudos. Estamos nos resultados, mas nunca entramos na equação. Subtraem-nos nos lucros e fazem-nos cúmplices de prejuízos.
Mas, felizmente, nem tudo está perdido.
Por estes dias, vamos pôr uma bandeirinha na varanda, o disco do Roberto e do Tony, o cachecol no pescoço e comprar «sem juros, pague depois» aquele plasma muito em conta para ver o Ronaldo em grande e os filmes dos pequenos. Gritaremos até às entranhas pela pátria, pela finta, pelo cruzamento, pelo remate. Faltaremos ao trabalho, à família, aos amantes, à «manif» e aos compromissos. Em Junho seremos todos portugueses, todos iguais, todos diferentes: ninguém cobrará dívidas, até porque ninguém as pagaria. Estaremos todos por Portugal em harmonia fiscal. Chamaremos Scolari de nosso, abriremos conta «no banco de sempre» e correremos atrás do autocarro da Galp e da selecção como no anúncio da televisão porque, entretanto, até boicotamos a gasolina.
De festinha em festança, talvez a sorte nos sorria a pontapé ou à cabeçada.
Quando regressarmos ao que efectivamente somos, estaremos, de novo, orgulhosamente sós. Sempre entre futebol e Fátima, entre um golo e uma oração. E de regresso ao velho fado.
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A. A.

domingo, 1 de junho de 2008

Momentos Culturais!...

Nobel Saramago Volta à Terra Natal

Ontem, sábado, 31 de Maio, “descemos o Alviela” até à Lezíria. Aportámos em terras de Azinhaga do Ribatejo, onde fizemos reportagem sobre um acontecimento cultural, no qual faziam parte os seguintes actos culturais:
- Geminação entre os Pueblos de Tias (Lanzarote), Castril (Granada) e Azinhaga (Golegã)
- Homenagem a Pilar Del Rio, esposa do Nobel Saramago, com a atribuição de um nome da homenageada a uma rua da freguesia.
- Lançamento do livro “Memórias da Terra de José Saramago” da autoria de José Henrique Dias.
- Inauguração do Pólo de Azinhaga da Fundação José Saramago.
Estiveram presentes nos actos, várias individualidades autárquicas e culturais dos dois países ibéricos.
Assistiu-se a momentos de emoção do Nobel e da esposa, durante as homenagens que receberam na terra que o viu nascer, por parte das entidades oficiais e da população em geral.
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A. Anacleto