sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Colunistas


Citamos na íntegra, o artigo de opinião da autoria do Jornalista e Escritor Baptista Bastos, publicado hoje no “Jornal de Negócios, edição online.
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A. Anacleto

Como se chegou a isto?

(…)"O neoliberalismo conduziu as desigualdades a limites intoleráveis, e à exibição do luxo mais agressivo." A frase pertence ao ensaísta e politólogo José Vidal-Beneyto e faz parte de um artigo publicado no "El Pais" de 20 de Setembro, p.p. Admitir os erros de um sistema económico que colocou o mundo à beira de uma catástrofe é negar, com humildade e grandeza, uma concepção ultrapassada de sociedade.
O que está em causa, actualmente, não é, somente, a estrutura económico-financeira, mas sim, e sobretudo, a sobrevivência da democracia.
Bush, com o Acto Patriótico, restringiu parte substancial das liberdades cívicas nos Estados Unidos, apoiando-se na cruzada contra o terrorismo. O 11 de Setembro foi o trágico pretexto para se ensaiar uma espécie particular de autoritarismo. As coisas não correram bem ao senhor da guerra. Mas a América do Norte possui uma experiência criptofascista, com a caça às bruxas do senador MacCarthy, na década de 50. Submetendo suspeitos de "comunismo" a pressões atrozes e a perseguições inimagináveis, a assim chamada Comissão de Actividades Anti-americanas destruiu milhares de famílias e homiziou alguns dos maiores intelectuais do país. A lista de delatores é aterradora: desde Elia Kazan a Edward Dmytryk, passando por Robert Taylor, Gary Cooper, José Ferrer, Robert Rossen a Frank Tuttle, houve de tudo e de todas as categorias. Outras personalidades que, invocando a Constituição, negaram-se a responder aos interrogatórios: Humphrey Bogart, Arthur Miller, Howard da Silva, Lewis Millestone, Gale Sondergaard, Jules Dassin, Jonh Berry e Joseph Losey.
Entre a grandeza e a miséria moral, os Estados Unidos têm saído vitoriosos. Uma poderosa corrente democrática sobrepuja, historicamente, a dimensão medonha dos crimes, como, por exemplo, a de Guantanamo. A raiz da grande nação é a construção da tolerância, e os seus maiores sempre propugnaram por hábitos e comportamentos reiteradamente humanistas. As intermitências do autoritarismo mais agressivo compõem o quadro de um país que arrebata os ódios mais irracionais e as paixões mais arrebatadas.
Falei como falei a fim de chamar a atenção dos Dilectos para um livro, fascinante por vários motivos, cujo título, "Verdade, Humildade & Solidariedade" [Edição Livros D’Hoje / Dom Quixote], pouco ou nada diz da importância do seu conteúdo. É um documento impressionante. O autor, João Ermida, nasceu em 1965 e desempenhou funções de relevo em várias empresas do mundo da finança. Com factos, datas e nomes, Ermida relata a excruciante experiência que o conduziu, quase, ao desespero. Um mundo desprovido de regras e, somente, com um imperativo: o "cumprimento dos objectivos", mesmo que, para isso, sejam utilizados os processos mais cavilosos e os métodos mais repugnantes. O volume lê-se como um policial. Diz João Ermida: "Este livro visa alertar sobre a forma como alguns dos máximos responsáveis [das] grandes corporações têm dirigido as mesmas, por estarem convencidos de que ganham o mesmo, independentemente de as gerirem bem ou mal. Sabem que, mais cedo ou mais tarde, com os conhecimentos que foram criando ao longo da sua vida de trabalho, voltarão a ser inseridos no meio, caso sejam despedidos. Este ‘jogo’ está a minar a forma de trabalhar nas empresas, o que faz com que, nos dias de hoje, a mentira seja mais respeitada do que a verdade. Quem mente acaba por ser mais admirado. O egoísmo passou a ser a qualidade mais valorizada. A verdade é importante para ser camuflada."
O "meio" não se retrai em contemplações de ordem humanista. A ganância, o lucro pelo lucro, a violência das exigências das grandes empresas atingem dimensões demenciais. Diz: "Por alguma razão, o uso de anti-depressivos não pára de aumentar em todo o mundo, com especial incidência no sector de serviços e dos grandes negócios (…) A necessidade que estas pessoas acabam por ter de mentir e enganar os seus colegas e clientes leva-os a viver uma vida que não é aquela que escolheriam de forma livre. O caminho mais fácil para superar este modo de vida são os anti-depressivos e, em alguns casos, as drogas. Os consumos destas substâncias não param, infelizmente, de aumentar."
Numerosos pormenores, numerosos episódios cuja escabrosidade é arrepiante podem ajudar a esclarecer-nos acerca do que hoje se passa, da crise assustadora que parece não ter culpados nem responsáveis, a não ser a "falta de regulação do mercado." Ermida, com assinalável coragem, e apoiado na sua prática pessoal escreve: "O poder que estes profissionais da banca de investimento têm é, nos dias de hoje, muito superior ao de grande parte dos governos de vários países importantes. Também os governantes contam, cada vez mais, com estes profissionais, para lhes validarem grandes opções de investimento, assim como para os aconselharem no que toca à venda de empresas estatais."
Já não se trata de promiscuidade entre a política e os negócios. A mistela assume o contorno da obscenidade. Ermida analisa, com clareza meridiana, a natureza dos "bancos de investimento", seus meios, seus métodos, seus fins, seus objectivos. O quadro é tenebroso. E explica o grau de selvajaria, porque de selvajaria de trata, a que pode chegar a ausência de valores e do que resulta a natureza da mentira e do embuste organizados com frieza implacável.
Há muitos anos que não lia um texto tão significativo como este. Ao fazer a reavaliação das grandes empresas globais e da estatura moral, intelectual e ética dos seus máximos responsáveis, João Ermida leva-nos à dilemática interrogação: como chegámos a esta miséria e de que forma dela nos podemos libertar?
Um livro a não perder, em circunstância nenhuma. E não me venham lá com tretas.(…)
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in “Jornal de Negócios” – edic online – 31.10.08
Baptista Bastos - b.bastos@netcabo.pt

Cultura

Esta noite no Cine-Teatro São Pedro em Alcanena vai realizar-se um espectáculo pluricultural com o apoio do Governo Civil de Santarém e da Embaixada da Indonésia em Portugal.
Subirão ao palco a partir das 21:30h, o Grupo Guitarra e Canto de Coimbra, constituído por antigos estudantes de Coimbra e de Santarém, ligado ao Centro Cultural Regional de Santarém e o Grupo “Sinar Budaya Group” que irão apresentar Danças Tradicionais da Indonésia.
Espera-se um espectáculo de qualidade que brilhará a noite em terras Alcanenenses.
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A. Anacleto

Jogos Florais

Um Livro

Um livro é um amigo
Amigo fiel e ensinador
Ensinador de muitas coisas
Coisas importantes
Importantes para a vida
Vida suprema
Suprema e misteriosa
Misteriosa e cheia de surpresas
Surpresas dão os livros às mãos cheias.

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Um Amigo

Ter um amigo é uma riqueza
Ter um amigo é uma alegria
Ter um amigo é bom
É bom para poder brincar
E para poder ajudar.
Ter um amigo é uma lembrança
Que nunca se esquece.
Ter um amigo é ter um irmão
Ter um amigo é a maior alegria do Mundo.
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in Livro “XXII Jogos Florais do Concelho de Alcanena” - 2008
Menção Honrosa – Poesia
EB1 de Malhou – Trabalho Colectivo – 4º Ano

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Autores

(…) não! Mona Lisa…
bastam-me as tuas mãos
tranquilas
basta-me a tua alma
divina felicidade
diferença e
identidade
imanência dos meus sentidos
que caminham
transcendentes
pela auto-estrada do céu. (…)
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in livro “Este Zimbro que nos aquece a Alma” - excerto
Autor: Artur Aleixo

Autarquias

Alcanena contesta localização de novo posto da GNR

(…) o presidente da Câmara Municipal de Alcanena, Luis Azevedo (ICA) está preocupado com o anúncio da construção do novo posto da GNR feito recentemente pelo Ministro da Administração Interna, Rui Pereira, em resposta a um requerimento sobre o assunto feito pela deputada socialista Fernanda Asseiceira, que é também vereadora na Câmara de Alcanena. “Há um erro com a construção do quartel no sítio previsto, fora do centro do concelho. A localização não traz nenhum benefício nem serve os interesses da população”, referiu Luís Azevedo esta segunda-feira, 27 de Outubro, durante a última reunião de executivo camarário. O autarca informou ter exposto estas suas dúvidas numa carta enviada em Setembro, ao Ministro da Administração Interna, missiva que ainda não encontrou resposta. “Não estou contra a construção de equipamentos novos em Alcanena, como acusam os socialistas, mas prefiro não ter um quartel novo e ter um, no local que indiquei, que ofereça dignidade e segurança à população”, afiançou.
Recorde-se que o Governo prevê lançar o concurso para a construção do novo posto da GNR de Alcanena no decorrer de 2009, possivelmente ainda no primeiro semestre. O financiamento da obra, na ordem dos 350 mil euros, foi garantido no âmbito do do Plano de Investimentos e Despesas para o Desenvolvimento da Administração Central (PIDDAC) que integra o Orçamento de Estado 2008. Com o seu pedido, Fernanda Asseiceira viu ainda ser-lhe garantida a colocação de mais guardas no posto de Alcanena, logo que concluída a formação do curso no último trimestre deste ano. O contingente já havia sido reforçado recentemente com mais três elementos. O quartel chegou a ter 25 efectivos, tendo actualmente 17 (…)
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in Jornal “O Mirante” – edic. online 28.10.08

domingo, 26 de outubro de 2008

Jogos Florais

Continuamos a consultar o livro “XXII Jogos Florais do Concelho de Alcanena”. Por considerarmos este poema com algum sentido nostálgico e também bem exprimido, transcrevemo-lo na íntegra.
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A. Anacleto

Saudade

A minha escola vou deixar
O primeiro ciclo vou terminar
Mas guardo boas lembranças
Que sempre irei recordar.

Jogo à bola e à apanhada
Ao berlinde também
Não esqueço a tabuada
Que eu aprendi muito bem.

Da minha professora
Saudades irei ter
Foi ela que me ensinou
A ler, contar e escrever.

Louriceira minha terra
Nunca te vou esquecer
Irei para Alcanena
Para continuar a crescer.
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Tiago Mira Moteiro, 4º Ano – Escola EB1 de Louriceira
Menção Honrosa – Poesia – Prémio Escolar

sábado, 25 de outubro de 2008

Desporto - Atletismo



Imagem: A.Anacleto
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Equipas Portuguesas dominam Europeu de Estrada em Almeirim
Rui Pedro Silva (Maratona) foi o vencedor.

A equipa masculina da Conforlimpa venceu a 21.ª edição da Taça dos Clubes Campeões Europeus de Estrada, realizada esta tarde em Almeirim, que contou com a participação de mais 2000 atletas. Após um despique equilibrado com o Maratona, aquela equipa venceu por apenas um ponto.
A equipa da empresa de limpezas conseguiu assim o seu oitavo título, contra sete do Maratona, vencedor da edição do ano passado. Individualmente, Rui Pedro Silva do Maratona, foi o vencedor. As duas equipas portuguesas colocaram sete atletas no top dez.
O campeão olímpico da maratona nos Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004, Stefano Baldini, atacou aos 16 kms, sendo apenas perseguido por Rui Pedro Silva, mas bloqueou passados 500 metros e caiu para a quarta posição.
O vencedor completou os 21.097 metros do percurso em 1:04.34 horas, chegando com 29 segundos de vantagem sobre Licínio Pimentel e 31 sobre Hermano Ferreira.
A equipa do Maratona, que colocou três atletas nos dez primeiros lugares, fechou a equipa apenas no 14.º lugar, através de Ricardo Ribas, que foi primeiro na edição do ano passado, quando a Conforlimpa já tinha cinco atletas na meta.
No sector feminino, venceu a atleta da Nike, Anne Bererwe, deixando a sportinguista Clarisse Cruz na segunda posição e Helena Sampaio do Maratona no terceiro lugar.

Classificação

Individual Seniores Masculinos:

1. Rui Pedro Silva (Maratona), 1:04.34 horas
2. Licínio Pimentel (Conforlimpa), 1:05.03
3. Hermano Ferreira (Maratona), 1:05.05
4. Stefano Baldini (Corradini/Itália), 1:05.13
5. Yousef Aakaou (Guadalajara/Espanha), 1:05.27
6. Luís Feiteira (Conforlimpa), 1:05.46
7. Eduardo Henriques (Conforlimpa), 1:05.50
8. José Rocha (Maratona), 1:05.58
9. Rafael Iglésias (Guadalajara/Espanha), 1:06.03
10. José Ramos (Conforlimpa), 1:06.08

Equipas:

1. Conforlimpa, (PORTUGAL) 25 pontos
2. Maratona, (PORTUGAL), 26
3. Guadalajara, (Espanha), 63
4. Corradini (Itália), 65
5. Henrining (Dinamarca), 66

Individual Seniores Femininos:

1. Anne Bererwe (Nike)
2. Clarisse Cruz (Sporting)
3. Helena Sampaio (Maratona)
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A. Anacleto

Hora de Inverno

A hora de Inverno chega este domingo de madrugada com os relógios a atrasarem 60 minutos às 02h00, proporcionando mais uma hora de sono. Portanto, não esqueça atrasar os seus relógios para se começar a adaptar aos hábitos do inverno que se aproxima.
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A. Anacleto

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Desporto - Atletismo

Amanhã, Maratona e Conforlimpa discutem título europeu em Almeirim

As equipas do Maratona e da Conforlimpa, vão discutir amanhã sábado, a partir das 16 horas, na cidade de Almeirim, a Taça dos Clubes Campeões Europeus de Estrada.
Será a 21.ª edição da competição e é simultaneamente integrada na tradicional prova “20 Km de Almeirim” por isso, terá a distância de Meia-Maratona.
Está prevista a presença de oito equipas estrangeiras na prova, com destaque para a espanhola do Rayet Guadalajara, a francesa do ASC Francophone e a italiana do Calcestruzzi Corradini.
No entanto, parece-nos que nenhuma delas está em condições de interferir na luta entre o Maratona, actual campeão europeu, e a Conforlimpa, que alguns meses depois se sagrou campeã nacional.
O Maratona deverá fazer alinhar Rui Pedro Silva, Ricardo Ribas, José Rocha, José Maduro, Hermano Ferreira e Nuno Costa.
Enquanto que a Conforlimpa deverá escolher seis atletas de entre os seguintes sete: Eduardo Henriques, Luís Jesus, Luís Feiteira, Paulo Gomes, Licínio Pimentel, José Ramos e Alberto Chaíça.
O italiano Stefano Baldini, campeão olímpico da maratona em nos Jogos Olímpicos de 2004, em Atenas, e o queniano James Moiben, três vezes vencedor da competição entre 2001 e 2003, podem dar réplica aos melhores portugueses na luta pelo primeiro lugar individual.
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A. Anacleto

Colunistas

Transcrevemos na íntegra o artigo de opinião do escritor e jornalista Baptista Bastos, publicado no “Jornal de Negócios” – edição online de 24.10.08.
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A. Anacleto

Que poderemos fazer por nós próprios

A situação no País, e do País, é cada vez mais complicada, e os paliativos que o Governo vai aplicando surgem, aos olhos e ao entendimento dos cidadãos, como remendos mal alinhavados. Devemos dinheiro e não sabemos como cumprir a palavra. Ninguém confia em ninguém e a angústia apossou-se, endemicamente, da população.
Somos os mais pobres, os mais desguarnecidos, os mais injustiçados dos povos europeus. Entraram, em Portugal, oceanos de dinheiro comunitário, sobretudo na década cavaquista, e o País progrediu porque não havia remédio: até a inércia dispõe de forças desconhecidas. Cavaco não foi responsabilizado de coisíssima nenhuma, e até chegou a Presidente da República.
Esta democracia é o que é: um facto lamentável. Os grupos parlamentares, supostamente representantes de todos nós, cada cor seu paladar, obedecem às estratégias das direcções dos partidos, e a consciência da ética republicana, que devia gerir os actos e imperar sobre as conveniências, está quase totalmente aniquilada. Na terça-feira última, José Vítor Malheiros escreveu, no "Público", um notável artigo, "Disciplina de voto, arma de destruição maciça da democracia", no qual põe em causa a natureza peculiar dessa "obediência." É um texto que deveria ser leitura obrigatória dos deputados. Diz: "Todos sabemos que os partidos são indispensáveis à democracia e ninguém – dentro do quadro da democracia – põe isso em causa. Mas os partidos são indispensáveis à democracia porque permitem a corporização das livres opiniões, das diversas correntes de opinião. Os partidos são organizações políticas que reúnem pessoas que professam a mesma doutrina e que visam conquistar e exercer o poder, mas numa democracia a sua existência justifica-se por permitirem reforçar a acção pública dessas pessoas que partilham uma doutrina, não por constituírem um meio de reprimir a acção individual de cada uma dessas pessoas ou de reduzir a variedade de opiniões em confronto na cidade."
José Vítor Malheiros reduz a "subnitrato" as instâncias que transformam as contingências do momento numa indispensável necessidade política. Escreve: "Os deputados que elegemos estão dentro de partidos, que nos oferecem um quadro político e ideológico de referência. Mas gostaríamos de pensar que são todos mulheres e homens livres e de consciência." Não são. E a degenerescência moral do Parlamento acompanha decadência da sua eficácia. Para que serve um Parlamento assim?
Esta mesma pergunta, com ligeiras variantes, formulou-a, no começo dos anos 20 do século passado, no "Diário de Lisboa", um grande jornalista, Aprígio Mafra. Desempenhava as funções de chefe de redacção do importante vespertino, era monárquico, e marcava na agenda o seu nome para relatar as sessões no hemiciclo. São textos demolidores. Aprígio Mafra, independentemente de ser monárquico, fornecia aos leitores reportagens exemplares, por muito bem escritas e rigorosas. Não manipulava, não escamoteava, não omitia. Os deputados é que eram os protagonistas da salgalhada. Há quem atribua a Aprígio o descrédito do Parlamento. Nada mais errado. Foram os deputados os fautores da desconfiança. Aprígo Mafra somente estilhaçou o temor reverencial em torno da instituição. Ontem como hoje. Criticar a Assembleia e quem lá está parece um tema proibido sobretudo para certos sectores da Esquerda. Será, sempre e sempre, uma tarefa pedagógica, ética e cívica o exercício da crítica a todos os sectores da vida portuguesa. O texto de José Vítor Malheiros constitui uma grave advertência acerca dos perigos que ameaçam a democracia portuguesa, já de si tão frágil.
Como resistirá uma democracia a este vendaval de desemprego que nos devasta? Os alicerces nos quais assenta o equilíbrio social estão a ser seriamente sacudidos. Segundo o "Diário de Notícias" de anteontem [22. Outubro, p.p.] pelo menos 23 mil famílias portuguesas deixaram de pagar os empréstimos contraídos, para compra de casa, por absoluta indisponibilidade. A maioria dessas famílias recolheu-se à residência paterna ou abandonou a cidade pela aldeia, onde a vida é menos dispendiosa. Para memória dos factos, circula, na net, uma lista impressionante dos vencimentos de "gestores", mordomias e prémios. Os números são "obscenos", para citar a indignada qualificação do dr. Bagão Félix, quando foi tornada pública a "reforma" de um desses.
A OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico) informa, em relatório, que, em Portugal, o fosso entre ricos e pobres não pára de aumentar. Vem o ministro Vieira e afirma, calmo e grave, que as coisas não são bem assim. Não, claro que não: são piores. A falta de clareza não é pecha deste Governo. Porém, como se diz "socialista" (embora cada vez o diga menos), ele deveria assumir a responsabilidade ética de falar verdade. As decisões governamentais atêm-se a uma relativização dos valores, e as interpretações do Executivo são feitas à margem das evidências. Se não entendemos o que nos diz Sócrates, também não conseguimos descodificar o discurso de Manuela Ferreira Leite – quando ela resolve falar.
Creio, apesar de tudo, que algo se modificará nas estruturas do "sistema", abalado por uma crise quase sem precedentes. Esse abalo irá reflectir-se em Portugal, como em todo o mundo. Saberemos colocar correctamente os problemas; aceitar a verdade, porque só a verdade é revolucionária (como dizia o outro); e recusar repetir aquilo que já não existe?
Que poderemos fazer por nós próprios?
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Baptista Bastos
b.bastos@netcabo.pt

Jogos Florais

Continuamos a analisar os trabalhos publicados no livro “XXII Jogos Florais do Concelho de Alcanena”, editado pela Câmara Municipal de Alcanena.
Deparámo-nos com este trabalho, que achamos de boa qualidade, por tal, transcrevemo-lo na íntegra.
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A. Anacleto

O Ambiente, que nós desfizemos

No início era a pureza, pureza tal que hoje é difícil de imaginar ao simples ser humano insignificante que nós somos perante a Natureza que nos rodeia.
Eram os rio que, sem limites impostos, corriam livres e límpidos, sendo criadores, sendo transportadores, sendo dominadores livres, correndo para um mar sem limites.
Oceano que de vida transbordava pura, de uma força tal, sem poder ser dominada ou controlada, outrora assim parecia, hoje, porém, parece enfraquecida de tanto desleixo humano.
Eram as árvores frondosas que de tanta energia atingiam tamanhos enormes, produção gratuita de oxigénio, como que uma oferta generosa aos que deixavam prosseguir o curso que parecia certo e sem admitir desvios.
Éramos nós puros animais, de instinto avançado, que a Natureza premiou com inteligência.
Olhamos os rios, olhamos as árvores, olhamos os animais nossos antepassados, erguemos os olhos e logo ali vimos a grandeza a que chamamos céu, mas cegamos com a luz imensa daquele que nos ilumina e dá a vida a tudo o que nos rodeia e de que já falei. Inteligência. O nosso bem e nosso mal. Ao nosso redor, achamos nós, estaria tudo para nos servir como muito bem quiséssemos, ao ar livre arbítrio dos nossos caprichos, pois nós éramos inteligentemente superiores.
Quisemos tudo o que achamos ter direito e ainda mais e mais, quisemos conforto, quisemos produzir muito, ter muito de tudo o que a natureza dava e, ela dava.
Quisemos voar que nem os nossos simples passarinhos e voamos, e invadimos o céu sem medo que nos caísse em cima.
Quisemos dominar os rios e os mares e, dominamos, é bom, que poderosos nós somos, que grandeza isso nos dá! Quisemos ter armas para nos defender, cada vez mais potentes e poluentes, desastrosas para a natureza e de grande poder exterminador para os humanos e para os nossos animais em vias de extinção. E agora, inteligentes, que consciência tendes, olhando à nossa volta, para onde foi pureza da água, o livre trânsito dos rios e a vida dos mares, a liberdade dos animais, inclusive nós, o nosso céu e o sol que tudo criava, tudo alimentava com a sua luz imensa, agora queima e mata e a nossa chuva como está, onde está e o que faz? Será a revolta da nossa Natureza?
O nosso verde, que nos rodeava por todo o lado, agora amarelecido pelas chamas, pelos fumos dos produtos inteligentes que tanto adoramos e tanto conforto nos dão e que bem nos faz sentir, Eiim. Não terá ela razão?
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Maria Vitória Rosa Silva Ferreira – Serra de Santo António
2º Prémio - Prosa

Gestão Autarca

Cartaxo e Santarém no top 20 dos municípios piores pagadores

Os municípios do Cartaxo e de Santarém aumentaram substancialmente o prazo médio de pagamento a fornecedores entre o final de 2007 e 30 de Junho de 2008. Segundo dados oficiais da Direcção-Geral das Autarquias Locais (DGAL), a Câmara do Cartaxo passou de um prazo médio de pagamento de 358 dias para 529 dias, estando no décimo lugar a nível nacional entre as autarquias que mais tempos levam a honrar os seus compromissos.
Santarém, que no final de 2007 era o município da região que demorava mais tempo a pagar, passou dos 364 dias para os 425 dias. Está agora em 19º lugar da tabela nacional das autarquias com prazo médio de pagamento superior a 90 dias, numa lista que engloba 150 câmaras, um pouco menos de metade do total nacional.
No top 50 aparecem ainda as câmaras do Sardoal em 36º (passou de 286 para 307 dias) e de Ourém (de 250 para 288 dias). Torres Novas, em 51º lugar, aumentou o prazo médio de pagamento de 208 para 244 dias. Ainda acima dos 200 dias aparecem os municípios de Tomar (242), Golegã (214), Chamusca (211) e Azambuja (210). Refira-se no entanto que Golegã e Chamusca mesmo assim baixaram o prazo de pagamento, em 60 dias a primeira e em 11 dias a segunda. Na mesma lista aparecem ainda os municípios de Alpiarça (191 dias), Alcanena (187), Vila Nova da Barquinha (107 e Mação (96 dias). (...)
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in Jornal "O Mirante" - edic. 23.10.2008
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A.Anacleto

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Coleccionismo

Encontro de Coleccionadores

No Pavilhão Multiusos de Alcanena, vai realizar-se, no próximo dia 8 de Novembro, mais um Encontro de Coleccionadores. Será o XXII Encontro Nacional, o qual, mais uma vez será da iniciativa do Município de Alcanena.

O evento manterá os moldes habituais e poderá ser visitado, gratuitamente, entre as 10:00h e as 13:00h e as 15:00h e 18:00h.
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A. Anacleto

sábado, 18 de outubro de 2008

Jogos Florais

Continuamos a consultar o Livro dos XXII Jogos Florais do concelho de Alcanena. Por considerarmos de elevado simbolismo, hoje transcrevemos a seguinte poesia:

FLOR DA LIBERDADE

Foi naquela madrugada, a flor do sol-nascente,
O seu orvalho, eram gotas de cristal,
Foi emblema, foi um símbolo de repente,
Coloriu esta terra, deu mais cor a Portugal.

Tinha o rubro, e a poesia do sol-poente,
Foi naquelas armas, a consagração!
E na mão de tanta, tanta gente
Foi a festa a brindar revolução.

O povo já liberto, quis, à sua maneira
Fazer daquele cravo um hino, uma bandeira,
De fraternidade, paz e igualdade;

Flor de sonho, de alegria e de esperança,
Foi na mão daquela angélica criança,
A flor! a flor da Liberdade!...
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Maria Alzira Bento e Silva – Menção Honrosa – Poesia
in Livro “XXII Jogos Florais do Concelho de Alcanena”

Desporto - Notáveis Ribatejanos

Ciclista João Centeio

João Manuel Saturnino Centeio nasceu em 27/11/1943, na freguesia e concelho de Alpiarça. Faleceu em Lisboa a 27/11/2006.
Iniciou-se como amador júnior em 1960, passando a sénior em 1961.
Representou o Águias de Alpiarça entre 1960 e 1964 e o Sport Lisboa e Benfica entre 1965 e 1966, tendo abandonado muito cedo a modalidade, por motivos pessoais.
Ganhou algumas etapas na Volta a Portugal em Bicicleta (Castelo de Vide - Penhas da Saúde em 1962 e Cartaxo - Malveira em 1964)
Integrou a equipa do Benfica que se classificou em 1º na Volta de 1965.
Participou em muitas outras corridas, tendo sido vencedor nos Circuitos da Malveira e de Rio Maior. Na pista também venceu, como aconteceu na Pista do antigo Estádio José Alvalade. Sagrou-se campeão regional de Santarém e de Lisboa.
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A. Anacleto

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Jogos Florais

Na sequência da análise que estamos a proceder ao livro "XXII Jogos Florais do Concelho de Alcanena", do ano de 2008, está publicado este trabalho que passamos a transcrever na íntegra.
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Negros Tempos

Já vai o tempo,
E ainda bem;

Qualquer figurão
Com ar de janota,
Fosse ele burlão
Descambada a bota,
A gravata ao peito
Lhe dava bom jeito!

Já vai o tempo,
E ainda bem;

Funcionário pobrete,
Camisa no fio,
Coçado o colete,
A calça sem brio,
Com gravata berrante
Era importante

Já vai o tempo,
E ainda bem;

Deixada a picareta
Lá ia o homem só,
Sem pão na gaveta,
Tristonho, dava dó.
Mas junto à goela
Lá levava a trela!

Já vai o tempo,
E ainda bem;

Ao servidor do Estado,
Ainda que ignorante,
Era exigido atestado
De cidadão concordante
Com o regime e o trato!...
Pelo pão apertava o papo.

Já vai o tempo,
E ainda bem;

Um modesto cavador
As mãos calejadas
No rosto o suor
As botas cambadas
Sem gravata ao peito
Era um pobre sujeito.

Já vai o tempo,
E ainda bem;

Que este Povo
Escapou do «inferno»!
Respirou ar novo.
Rasgou o caderno.
Oh Abril bendito!
Tão nobre e bonito!
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Manuel Cardoso Vieira – Vila Moreira – 2º Prémio – Poesia
in “XXII Jogos Florais do Concelho de Alcanena

Aniversário

Imagem: A.Anacleto

Soldados da Paz Alcanenenses comemoram 68.º aniversário

Domingo, 19 de Outubro, os Bombeiros Municipais de Alcanena vão comemorar o seu 68.º aniversário. As actividades têm início às 08h00, com alvorada, seguindo-se às 09h00 o içar da bandeira, seguindo-se a romagem ao cemitério, cerca das 09h30. As entidades oficiais e convidados serão recebidas cerca da 10h00, nas instalações do quartel, procedendo-se, de seguida, à bênção de viaturas.
Segue-se a Sessão Solene Comemorativa, que integra a atribuição de promoções e condecorações a alguns elementos do corpo activo, no seguimento dos serviços prestados na corporação e à comunidade em geral. Ao meio-dia será o desfile de viaturas, seguindo-se um almoço convívio dirigido à corporação, familiares e convidados.
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A. Anacleto

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Jogos Florais

No passado Domingo, realizou-se na sede do concelho de Alcanena, a distribuição de prémios dos XXII Jogos Florais.
Temos vindo a realizar uma consulta aos trabalhos galardoados no livro próprio dos jogos, editado e distribuído pela autarquia.
Desde a Expressão Literária até à Expressão Plástica, passando também pela Arte Fotográfica, verificamos que existem alguns bons trabalhos, principalmente os apresentados por algumas escolas básicas do concelho.
Destacamos um notável trabalho subordinado ao tema “Os Moinhos da Nossa Terra”, elaborado pelos alunos da Escola EB1 de Filhós. Trabalho muito bem elaborado no campo da pesquisa das vidas das gentes em tempos de outrora, no qual os alunos fazem destaque sobre a história dos moinhos de vento e azenhas que existiram naquele lugar.
Entrevistaram idosos oriundos do lugar, entre eles, destacamos a conversa que tiveram com a senhora Lucinda Pereira, que falou preciosamente sobre a vida de algumas famílias, dos moinhos e azenhas no lugar implantado num planalto com excelente vista para o vale do Alviela.
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A. Anacleto

Transcrevemos um excerto do trabalho:

- Quantos moinhos haviam na nossa terra senhora Lucinda? – Perguntámos.

- Antigamente havia quatro moinhos a vento: o do “Roque” e o do “Manuel Zigue” nos Carvalhais, que moía o cereal da povoação e arredores, que traziam o trigo ou o milho e vinham buscar farinha a pé, o do Marindo das Cabeças e o do Joaquim Mira dos Cabeceiros. Ainda havia moinhos a água no Alviela (Azenha e Sorinho) e um da família Marindo e Conde nas Nogueirinhas.

- Quais são os moinhos do Alviela? – Questionámos.

- No leito do nosso lindo Alviela ainda podemos ver as ruínas do moinho da “Azenha” ou “Acenha” porque vem do árabe “Açania” e as do Sorinho, onde viveu e trabalhou, entre outras, a minha família (dos Pereiras), vulgarmente conhecida pelos “Scalinas”. Vivemos lá, pelo menos desde 1888: primeiro na Scalina e mais tarde no Sorinho e na Azenha. O meu familiar mais conhecido foi o meu sogro, José Pereira Júnior, que morreu em 1988 com a bela idade de cem anos – explicou a senhora Lucinda.
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1º Prémio – Prosa – Trabalho Colectivo – EB1 Filhós
in Livro “XXII Jogos Florais do Concelho de Alcanena”

domingo, 12 de outubro de 2008

Opções de Vida!...

Tem 105 anos, é virgem e nunca teve uma televisão!
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Clara Meadmore é uma virgem de 105 anos que acredita que o facto de nunca ter tido sexo é o segredo da sua longevidade
«Tive várias amizades platónicas, mas nunca senti a vontade de ir mais longe, ou mesmo de casar», afirma Clara, que já viveu no Canadá e na Nova Zelândia, e há 40 anos que mora na Cornualha, região do sudoeste da Inglaterra, explica a Globo.
Para ela, o sexo sempre foi algo «complicado», que lhe atrapalharia vida. «Eu estava sempre ocupada a fazer outras coisas e nunca tive tempo de pensar em sexo», explica.
«Quando eu era criança, só era possível fazer sexo com o marido. E eu nunca me casei. Cresci numa era na qual as crianças, principalmente do sexo feminino, não eram vistas nem ouvidas pela sociedade, por isso tive que aprender por mim mesma a defender-me e a sustentar-me», diz a ex-secretária, numa entrevista ao diário britânico Telegraph.
Além de nunca ter tido relações sexuais, Clara conta que também nunca teve uma televisão, mas sempre foi «apaixonada» pela rádio.
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in Jornal Online "Portugal Diário" - edic. 12.10.08

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Coluna de Opinião

Consideramos este artigo do Jornalista e Escritor - Batista Bastos interessante.
Por esse motivo, decidimos transcrevê-lo.
A. Anacleto
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Cada vez mais nos afastamos uns dos outros. Trespassamo-nos sem nos ver. Caminhamos nas ruas com a apática indiferença de sequer sabermos quem somos. Nem interessados estamos em o saber. Os dias deixaram de ser a aventura do imprevisto e a magia do improviso para se transformarem na amarga rotina do viver português e do existir em Portugal.Deixámos cair a cultura da revolta. Não falamos de nós. Enredamo-nos na futilidade das coisas inúteis, como se fossem o atordoamento ou o sedativo das nossas dores. E as nossas dores não são, apenas, d'alma:são, também, dores físicas. Lemos os jornais e não acreditamos. Lemos, é como quem diz - os que lêem. As televisões são a vergonha do pensamento. Os comentadores tocam pela mesma pauta e sopram a mesma música. Há longos anos que a análise dos nossos problemas está entregue a pessoas que não suscitam inquietação em quem os ouve. Uma anestesia geral parece ter sido adicionada ao corpo da nação.Um amigo meu, professor em Lille, envia-me um email. Há muitos anos,deixou Portugal. Esteve, agora, por aqui. Lança-me um apelo veemente e dorido: 'Que se passa com a nossa terra? Parece um país morto. A garra portuguesa foi aparada ou cortada por uma clique, espalhada por todos os sectores da vida nacional e que de tudo tomou conta. Indignem-se em massa, como dizia o Soares.'Nunca é de mais repetir o drama que se abateu sobre a maioria.Enquanto dois milhões de miúdos vivem na miséria, os bancos obtiveram lucros de 7,9 milhões por dia. Há qualquer coisa de podre e de inquietantemente injusto nestes números. Dir-se-á que não há relação de causa e efeito. Há, claro que há. Qualquer economista sério encontrará associações entre os abismos da pobreza e da fome e os cumes ostensivos das riquezas adquiridas muitas vezes não se sabe como.Prepara-se (preparam os 'socialistas modernos' de Sócrates) a privatização de quase tudo, especialmente da saúde, o mais rendível. E o primeiro-ministro, naquela despudorada 'entrevista' à SIC, declama que está a defender o SNS! O desemprego atinge picos elevadíssimos. Sócrates diz exactamente o contrário. A mentira constitui, hoje, um desporto particularmente requintado. É impossível ver qualquer membro deste Governo sem ser assaltado por uma repugnância visceral. O carácter desta gente é inexistente. Nenhum deles vai aos jornais, às Televisões e às Rádios falar verdade, contar a evidência. E a evidência é a fome, a miséria, a tristeza do nosso amargo viver; os nossos velhos a morrer nos jardins, com reformas que não chegam para comer quanto mais para adquirir remédios; os nossos jovens a tentar a sorte no estrangeiro, ou a desafiar a morte nas drogas; a iliteracia,a ignorância, o túnel negro sem fim.Diz-se que, nas próximas eleições, este agrupamento voltará a ganhar.Diz-se que a alternativa é pior. Diz-se que estamos desgraçados. Diz um general que recebe pressões constantes para encabeçar um movimento de indignação. Diz-se que, um dia destes, rebenta uma explosão social com imprevisíveis consequências. Diz a SEDES, com alguns anos de atraso, como, aliás, é seu timbre, que a crise é muito má. Diz-se,diz-se.Bem gostaríamos de saber o que dizem Mário Soares, António Arnaut,Manuel Alegre, Ana Gomes, Ferro Rodrigues (não sei quem mais, porque socialistas, socialistas, poucos há) acerca deste descalabro. Não é só dizer: é fazer, é agir. O facto, meramente circunstancial, de este PS ter conquistado a maioria absoluta não legitima as atrocidades governamentais, que sobem em escalada. O paliativo da substituição do sinistro Correia de Campos pela dr.ª Ana Jorge não passa de isso mesmo: paliativo. Apenas para toldar os olhos de quem ainda deseja ver, porque há outros que não vêem porque não querem.A aceitação a crítica das decisões governamentais está coligada com acumplicidade. Quando Vieira da Silva expõe um ar compungido, perante os relatórios internacionais sobre a miséria portuguesa, alguém lhe devia dizer para ter vergonha. Não se resolve este magno problema coma distribuição de umas migalhas, que possuem sempre o aspecto da caridadezinha fascista. Um socialista a sério jamais procedia daquele modo. E há soluções adequadas. O acréscimo do desemprego está na base deste atroz retrocesso.Vivemos num país que já nada tem a ver com o País de Abril. Aliás,penso, seriamente, que pouco tem a ver com a democracia. O quero,posso e mando de José Sócrates, o estilo hirto e autoritário, moldado em Cavaco, significa que nem tudo foi extirpado do que de pior existenos políticos portugueses. Há um ranço salazarista nesta gente. E, coma passagem dos dias, cada vez mais se me acentua a ideia de que a saída só reside na cultura da revolta.
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Baptista Bastos - b.bastos@netcabo.pt

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Meio Ambiente


As cabras das serras de Aire e Candeeiros podem salvar a gralha-de-bico-vermelho

Os queijos e a carne de cabra das serras de Aire e Candeeiros vão salvar a gralha-de-bico-vermelho, espécie em perigo de extinção. Pelo menos essa é a aposta da Quercus, da Vodafone e da Cooperativa Terra Chã. O projecto de cinco anos, no valor de 150 mil euros, é apresentado no sábado.
O Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal tem uma página dedicada à gralha-de-bico-vermelho por razões óbvias. Apesar da espécie Pyrrhocorax pyrrhocorax existir na Europa e na Ásia central, em Portugal, as alterações ao uso do solo estão a dificultar a sua sobrevivência. Ou seja, os locais onde a ave descobria os vermes e insectos de que se alimentava tornaram-se menos acessíveis porque, com o abandono da pastorícia e agricultura extensiva, estão hoje cobertos com arbustos.
Foi por isso que, numa discussão concertada, a Quercus e a Vodafone chegaram à conclusão que podiam reverter esta situação. Mas o projecto - que se enquadra no programa “Business & Biodiversity”, lançado no ano passado pela presidência portuguesa da União Europeia - não está dentro dos cânones da conservação. “O que nós queremos é voltar a colocar as cabras que fazem a 'limpeza' do terreno”, disse ao PÚBLICO Paulo Lucas, conservacionista da Quercus que faz parte do projecto.
O empreendimento começa por adquirir um rebanho de 50 cabras, que poderá chegar aos 200 animais, para uma área de 300 hectares. Vão ser restaurados estábulos e, sempre que for necessário, utilizar-se-á o desbaste mecânico para áreas com vegetação demasiado densa. As raízes do negócio ficam lançadas: com as cabras pode vender-se a carne, o leite e produzir queijos.
“Será preciso fazer o processo de certificação da carne”, diz Júlio Ricardo, um dos directores da Cooperativa Terra Chã. A cooperativa quer que a carne do cabrito seja considerada de qualidade, para acrescentar uma mais-valia. Quanto ao queijo, o director já está a fazer planos para uma parceria com a Cooperativa de Caprinicultura de Alcoberta que já tem as instalações para a produção do queijo.

Projecto de conservação quer promover populações locais

É este tipo de organização, sustentada em parcerias, que a Vodafone tem em mente. Quando sair do projecto, no final de cinco anos, a empresa quer que haja uma produção autónoma suficiente que mantenha o projecto. “A ideia é criar as condições económicas nos agentes locais e promover também o ecoturismo”, explica Luísa Pestana, directora de comunicação institucional e responsabilidade social da Vodafone.
O montante para os cinco anos pode parecer limitado, mas a Terra Chã diz que é suficiente. “A partir do primeiro ano articula-se com outras verbas”, sustenta Júlio Ricardo. A cooperativa já tem acordos com pastores que promovem caminhadas no contexto do ecoturismo pelas serras de Aire e Candeeiros. Depois, espera-se que a venda da carne, leite e queijo certificados seja o suficiente para manter a actividade. Todo o projecto poderá trazer uma nova dinâmica para atrair turismo à região.
Existe ainda subjacente a promoção da profissão de pastor, actualmente em declínio. No projecto, que tem também preocupações sociais e de melhoria das condições de trabalho, o rebanho vai ser tratado por mais do que um pastor, para que não se trabalhe semanas seguidas. Estes profissionais acabam por ser “agentes de conservação e de biodiversidade”, salienta Júlio Ricardo. No futuro, a Terra Chã quer envolver no projecto outros pastores da serra que já tenham rebanhos, fortalecendo o negócio e a profissão naquela região.
O projecto vai ser apresentado no sábado. A gralha-de-bico-vermelho vai ver os seus algares preservados. A manutenção das zonas onde a ave faz o ninho é uma das poucas medidas que visa directamente a ave e parece pouco para salvar a população. Mas se pensarmos que a aposta vai transformar o habitat a seu favor e que, se tudo correr bem, terá uma base económica que o tornará viável a longo prazo, então talvez dê frutos.
Hoje, a União Mundial para a Conservação (UICN) apresentou um relatório onde mostra que não deverá ser atingida a meta assumida pela comunidade internacional para, até 2010, aliviar a perda de espécies de aves. Mais. Longe de estar a abrandar, o ritmo de perda da biodiversidade está mesmo a aumentar. A gralha-de-bico-vermelho pode vir a ser uma excepção.
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In Jornal “Público” – secção Ecosfera – edic. 09.10.08

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Promessas


Vítimas do tornado continuam à espera dos apoios
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Após seis meses da passagem do tornado que originou um rasto de destruição em povoações dos concelhos de Santarém, Alcanena e Torres Novas, as vítimas continuam à espera de ser ressarcidas dos prejuízos.
João Dâmaso, da “Carpintaria José Parreira Gabriel”, disse que a empresa teve que recorrer à banca, aceitando aumentar o endividamento no quadro das medidas de apoio prometidas pelo Governo. No entanto, as ajudas prometidas ainda não se concretizaram. O único apoio efectivo que a empresa teve até agora de entidades oficiais foi o «lay off» (medida em que a Segurança Social garante o pagamento de 70 por cento do salário).
A empresa teve cerca de dois milhões de euros de prejuízos sofridos. Não temos queixa da seguradora, já liquidou os cerca de 800.000 euros que lhe cabiam. A empresa apresentou uma candidatura à linha de crédito bonificado a disponibilizar pelo IAPMEI, para um financiamento de 500.000 euros, esperamos pela concretização daquela entidade.
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Fonte: Lusa

sábado, 4 de outubro de 2008

VI Gala Jornal "O Ribatejo"



Imagem: A. Anacleto
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Fomos convidados para assistir à VI Gala do Jornal “O Ribatejo” que se realizou ontem, sábado, no Cine Teatro de Rio Maior.
Varias figuras ribatejanas, ou com raízes nesta região, foram distinguidas durante a Gala.
Entre elas, destacamos a Cientista ELVIRA FORTUNA, com raízes familiares na freguesia de Louriceira, concelho de Alcanena. Não foi possível a presença da mesma, motivado por compromissos agendados relacionados com um congresso. Compareceu a filha Catarina, que recebeu o Troféu Investigação das mãos do Secretário de Estado do Conselho de Ministro - Dr. Jorge Lacão.
Além daquele elemento do governo, estiveram presentes o Governador Civil de Santarém, vários autarcas da região e outras figuras públicas.
Na gala, foram galardoados outros nomes que passamos a descrever:
- Troféu Cidadania – O Decano dos Provedores – JOÃO CALADO DA MAIA, Advogado, com noventa anos de idade, Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Rio Maior.
- Troféu Cultura – Uma Vida de Palco – JOAQUIM NICOLAU, Actor, beirão do Fundão, mas residente em Santarém.
- Troféu Desporto – 22 Anos de Vitória – CLUBE DE NATAÇÃO DE RIO MAIOR – Grandes pergaminhos na Formação Desportiva, onde se destacam as modalidades de Atletismo e Natação.
- Troféu Empreendedorismo – MANUEL CASCÃO, Presidente da Carmin Global, empresa responsável pelo maior empreendimento turístico na região.
- Troféu Ensino – 10 Anos, 1000 Alunos – ESCOLA SUPERIOR DE DESPORTO DE RIO MAIOR – Desde 1998 que esta escola tem vindo a desenvolver-se na área do desporto, tendo presentemente cerca de 1000 alunos distribuídos por cinco licenciaturas.
- Troféu Música – 33 Anos de Música e 11 de Ribatejo – ANTÓNIO MANUEL LOPES DOS SANTOS (TIM), Sinónimo da música rock portuguesa, elemento do Grupo “Xutos & Pontapés”, reside no Ribatejo.
Durante o evento, foi também entregue um donativo à Liga dos Amigos do Hospital de Santarém, que resultou da venda de jornais realizada por jovens voluntários durante um dia na cidade scalabitana.
Animando o espectáculo, passaram pelo palco, elementos da Associação de Dança Desportiva de Tremêz, que exibiram excelentes danças de salão.
O grupo musical “Voodoo Marmalade”, encerrou o espectáculo com uma extraordinária exibição de música e animação, que levou ao rubro os convidados que preenchiam na totalidade aquela sala de espectáculos.
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A. Anacleto

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Gentes do Povo...



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Conversas na aldeia…
…motivado pela minha doença, tive que vender as «amigas cabrinhas» e a minha amiga “Macaca”. Foi difícil conter as lágrimas quando as vi partir e dizer-lhe adeus para sempre – contou-nos com tristeza o A. Salgueiro algures no campo, arrumado ao cajado. Sensibilizei-me como falava do ocorrido! Só as vi uma vez após partirem. A minha amiga “Macaca”, essa, nunca mais a vi – murmurava com mágoa o pastor…
Actualmente, distrai-se pelos campos, lembrando os tempos que trilhava vales e montes, guardando o seu rebanho na companhia da sua inseparável cadela, enquanto vai mirando as ovelhas do filho que vão pastando nos verdejantes campos da aldeia…

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A. Anacleto

* A "Macaca", é a cadela que guiava e guardava com mestria o rebanho, sendo uma amiga inseparável do dono em todos os momentos difíceis nos campos da aldeia.
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* A. Salgueiro, foi vários anos, proprietário de um rebanho de cabras de excelente raça, tendo sido galardoado várias vezes pela entidades oficiais da agricultura. Possui vários troféua e diplomas ganhos em concursos, dos quais destacamos, alguns primeiros prémios na Feira Nacional da Agricultura.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Acções Sindicais



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Imagem: A. Anacleto

CGTP - Intersindical Nacional
1 DE OUTUBRO - DIA NACIONAL DE LUTA

No dia que comemora 38 anos de existência, a CGTP-IN marcou para hoje dia 1 de Outubro, um Dia Nacional de Luta por Melhores Salários; Emprego sem Precariedade e Contra esta Revisão da Legislação Laboral, com a realização de várias greves, paralisações, concentrações e deslocações em todo o país.
Esta acção, tem como objectivos principais, a continuação da luta contra a revisão gravosa do Código do Trabalho.
Das acções que se iniciou ontem e que continua a decorrer hoje, destaca-se o itinerário a vários locais, que contará com a presença de uma delegação da CGTP-IN, chefiada pelo secretário-geral, Manuel Carvalho da Silva.
Assim, o programa de hoje, dia 1 de Outubro, é o seguinte:
- 07H00 - Plenário Geral na AutoEuropa
- 09H15 - Impormol (Azambuja)
- 10H30 - Rodoviária do Tejo (Torres Novas)
- 13H00 - Escola Secundária do Restelo

- Em Torres Novas, Carvalho da Silva, foi recebido pelo Coordenador da União de Sindicatos de Santarém – Valdemar Henriques e por vários delegados sindicais, falou para os trabalhadores da Rodoviária Tejo que estão em greve, alertando para a perigosidade das alterações, já elas gravosas, do Código de Trabalho e da crise financeira mundial, que vai complicar a situação social dos trabalhadores e da população em geral.
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A. Anacleto