quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Jogos Florais

No passado Domingo, realizou-se na sede do concelho de Alcanena, a distribuição de prémios dos XXII Jogos Florais.
Temos vindo a realizar uma consulta aos trabalhos galardoados no livro próprio dos jogos, editado e distribuído pela autarquia.
Desde a Expressão Literária até à Expressão Plástica, passando também pela Arte Fotográfica, verificamos que existem alguns bons trabalhos, principalmente os apresentados por algumas escolas básicas do concelho.
Destacamos um notável trabalho subordinado ao tema “Os Moinhos da Nossa Terra”, elaborado pelos alunos da Escola EB1 de Filhós. Trabalho muito bem elaborado no campo da pesquisa das vidas das gentes em tempos de outrora, no qual os alunos fazem destaque sobre a história dos moinhos de vento e azenhas que existiram naquele lugar.
Entrevistaram idosos oriundos do lugar, entre eles, destacamos a conversa que tiveram com a senhora Lucinda Pereira, que falou preciosamente sobre a vida de algumas famílias, dos moinhos e azenhas no lugar implantado num planalto com excelente vista para o vale do Alviela.
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A. Anacleto

Transcrevemos um excerto do trabalho:

- Quantos moinhos haviam na nossa terra senhora Lucinda? – Perguntámos.

- Antigamente havia quatro moinhos a vento: o do “Roque” e o do “Manuel Zigue” nos Carvalhais, que moía o cereal da povoação e arredores, que traziam o trigo ou o milho e vinham buscar farinha a pé, o do Marindo das Cabeças e o do Joaquim Mira dos Cabeceiros. Ainda havia moinhos a água no Alviela (Azenha e Sorinho) e um da família Marindo e Conde nas Nogueirinhas.

- Quais são os moinhos do Alviela? – Questionámos.

- No leito do nosso lindo Alviela ainda podemos ver as ruínas do moinho da “Azenha” ou “Acenha” porque vem do árabe “Açania” e as do Sorinho, onde viveu e trabalhou, entre outras, a minha família (dos Pereiras), vulgarmente conhecida pelos “Scalinas”. Vivemos lá, pelo menos desde 1888: primeiro na Scalina e mais tarde no Sorinho e na Azenha. O meu familiar mais conhecido foi o meu sogro, José Pereira Júnior, que morreu em 1988 com a bela idade de cem anos – explicou a senhora Lucinda.
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1º Prémio – Prosa – Trabalho Colectivo – EB1 Filhós
in Livro “XXII Jogos Florais do Concelho de Alcanena”