sexta-feira, 23 de maio de 2008

Outras Épocas!...

“O Comércio e o Rol”

Em épocas pretéritas, os estabelecimentos e os vendedores comerciais possuíam um livro, no qual apontavam as dívidas das pessoas que iam comprar e não tinham dinheiro para pagar.
Na aldeia Louriceirense, havia lojas que vendiam de tudo um pouco, tais como mercearia, enchidos, vinho, petróleo de iluminação, agulhas, linhas, algumas roupas e até para as emergências comprimidos analgésicos.
Para as famílias pobres, a loja era uma mais valia, pois, em muitas ocasiões não havia dinheiro. Por esse motivo recorriam ao “Livro do Rol”. Assim, podiam comprar e pagar conforme podiam, entregando pequenas quantias em dinheiro que era abatido no respectivo rol. Havia situações que nunca conseguiam liquidar na totalidade, porque morriam, sendo os filhos a assegurar a liquidação da dívida.
Nessas épocas, a “palavra”, era mais importante, do que um documento assinado – seria o cumprimento da “honra”.
Pela aldeia passavam os vendedores ambulantes que possuíam também o “Rol”. No entanto, havia alguns que aceitavam ovos de galinha e inclusive os animais, que as famílias criavam, para pagarem a dívida.
Os “Tendeiros Retroseiros”, vendia normalmente meias, peúgas, tecido a metro, rendas, linhas, além de outros produtos para as necessidades das famílias.
Os “Marchantes Talhantes”, matavam os animais (carneiro, borrego, cabrito) à Quarta – Feira e ao Sábado, para venderem no açougue. Geralmente esta carne era vendida às famílias mais abastadas. Os pobres tinham o porco na salgadeira.
Os “Padeiros”, esses geralmente vendiam o pão aos mais pobres. As famílias mais abastadas possuíam cereais de produção própria e fornos cozedores, mandavam fazer a farinha nas moagens existentes na aldeia, para cozerem elas próprias o pão.
Aquando da Segunda Guerra Mundial, a situação foi mesmo complicada motivada pelo racionamento. Houve inclusivamente fome em inúmeras famílias, quando não conseguiam comprar os produtos na candonga.
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Em épocas actuais, existem outros “géneros de rol”!...
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A. Anacleto