sábado, 27 de março de 2010

Sociedade



Imagem:A.Anacleto
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ANTP - Associação Nacional de Transportadoras Portuguesas reúne em Rio Maior e dão prazo ao governo para responder a reivindicações

Os associados da Associação Nacional de Transportadoras Portuguesas (ANTP) deram hoje um mês ao Governo para responder às reivindicações do sector, deixando em aberto a possibilidade de repetirem o cenário do bloqueio de Junho de 2008.
Numa reunião em Rio Maior, que contou com a presença de meia centena dos cerca de mil associados da ANTP, foi exigido que o Governo aplique a directiva comunitária que permite a redução de oito cêntimos no litro do gasóleo, que altere a lei das contra-ordenações, que não aplique portagens nas SCUT, que reduza em 50 por cento o custo das auto-estradas às noite, que não taxe as ajudas de custo no sector como prevê o Plano de Estabilidade e Crescimento e que altere o Código do Trabalho.
A 24 de Abril, os associados da ANTP voltam a reunir-se em Rio Maior para verificarem o avanço das reivindicações e, “caso não haja nada concreto”, poderão então avançar para a possibilidade hoje discutida, por vezes de forma acesa e não consensual, de voltarem a promover uma paralisação, a exemplo do que aconteceu em Junho de 2008.
António Lóios, secretário-geral da ANTP, disse no final da reunião aos jornalistas que vai reunir-se no próximo dia 07 de Abril com organizações congéneres espanholas, que estão “também com vontade de fazer uma paralisação a nível ibérico”.
Segundo disse, a ANTP representa as pequenas e médias transportadoras que detêm “82 por cento dos 59 000 veículos de mercadorias” existentes no país, assumindo as “dores e lutas” dos que sofrem pela ausência de resposta a reivindicações que vêm sendo adiadas sistematicamente.
Questionado sobre o facto de a outra associação do sector, a ANTRAM, ter já anunciado que não aderirá a qualquer paralisação, António Lóios referiu que, ao contrário daquela, os transportadores reunidos na ANTP “não dependem de contratos com o Estado, nem com as grandes distribuidoras nacionais, sentindo-se perfeitamente livres para parar”.
Quanto às questões “em cima da mesa”, a ANTP contesta que Portugal seja o único país europeu a não aplicar a directiva comunitária que permite a redução de oito cêntimos no litro de gasóleo, sendo o terceiro país da UE com gasóleo mais caro, o que, assegura, está a provocar a perda anual de 34 milhões de euros para Espanha.
Por outro lado, contesta que a lei das contra-ordenações seja aplicada sem ter em conta a gravidade da infracção, mas a dimensão da empresa, assegurando que, graças a isso, as empresas espanholas infractoras nunca são autuadas.
Para a ANTP, não existem alternativas às auto-estradas 23, 25 e 28 que, a serem portajadas, irão provocar o aumento da insegurança e da sinistralidade no país, com o agravamento de custos, materiais e humanos, que essa situação representará.
A associação insiste na reivindicação antiga de redução de 50 por cento nas portagens das auto-estradas à noite, frisando que Portugal tem das auto-estradas mais caras da Europa.
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