terça-feira, 23 de novembro de 2010

Economia

Presidente da “Nersant” defende redução nominal de salários
O presidente da Associação Empresarial da Região de Santarém – Nersant, José Eduardo Carvalho, defendeu hoje a redução nominal de salários como um dos mecanismos para o aumento de liquidez das empresas.
Falando no âmbito do “4º Fórum Empreendedorismo da Sociedade Portuguesa de Garantia Mútua”, o dirigente da Nersant e vice-presidente da Associação Industrial Portuguesa (AIP), defendeu também a redução a descida da taxa social única (TSU) e criação de mecanismos de consolidação dos passivos fiscal e bancários das empresas.
“No passado, não achava que fosse necessário baixar os salários, mas com a deterioração da economia acho que, infelizmente, não vamos passar sem isso”, afirmou José Eduardo Carvalho.
O dirigente empresarial acrescentou ainda que, se tivesse havido já a descida da TSU, juntamente com o aumento do IVA, “teria permitido a redução dos custos operacionais das empresas sem ser necessário baixar os salários”.
Para o presidente da Nersant, a percentagem de redução dos salários deveria ser definida de acordo com cada sector, assim como a questão do salário mínimo nacional.
José Eduardo Carvalho seria também necessário fazer a consolidação do passivo fiscal e bancários das empresas. “Empresas viáveis e com dívidas ao fisco e Segurança Social entre 2008 e 2010 deviam poder fazer a consolidação dos seus passivos através do sistema de garantia mútua”, propôs ainda o dirigente empresarial.
A legislação laboral também foi alvo das críticas de José Eduardo Carvalho, que contestou a rigidez dos horários e os custos dos despedimentos. “A rigidez da legislação laboral enviesou a relação entre sectores de bens transaccionáveis e não transaccionáveis porque as empresas do sector dos bens transaccionáveis têm que incorporar custos da rigidez laboral nos bens que vendem para o estrangeiro e competir com outras empresas de países mais flexíveis”, afirmou.
Também as associações empresariais não escaparam à análise de José Eduardo Carvalho, que as acusa de “estarem de cócoras perante o Governo” e “de não encararem estes assuntos com frontalidade”.
“Faço parte de uma geração que levou o país à insolvência e vivemos um momento de crise de representatividade no mundo empresarial”, afirmou o dirigente da AIP, lançando um repto: “quem não está disposto a encarar estes assuntos vá para casa”.
*Lusa
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