terça-feira, 23 de novembro de 2010

Saúde

Utentes da extensão de saúde do Biscainho manifestam-se contra encerramento da unidade
Cerca de meia centena de pessoas manifestou-se hoje, em vigília, em frente à extensão de saúde do Biscainho, contra o encerramento desta unidade, que serve os concelhos de Coruche e Benavente.
A iniciativa, promovida pela comissão de utentes do concelho de Benavente, teve como objectivo “assinalar o descontentamento das populações do Biscaínho e Foros da Charneca, que estão a ser afectadas pelo encerramento de mais uma extensão de saúde”, explicou o porta-voz, Domingos David.
Segundo a comissão, o encerramento deve-se ao facto de o médico que ali prestava serviço ter terminado o contrato e não ter renovado ou sido substituído. A unidade de saúde abrange cerca de 1700 utentes, quase metade da localidade de Foros da Charneca, no concelho de Benavente.
Os utentes do Biscaínho terão agora que recorrer à Unidade de Saúde Familiar de Coruche, que fica a cerca de 20 quilómetros, enquanto que a população de Foros da Charneca irá deslocar-se ao Serviço de Atendimento Permanente de Benavente, “que também apresenta problemas de falta de médicos”, referiu o responsável.
“Deve vir para cá um médico e não serem as populações envelhecidas e sem transportes a deslocarem-se aos centros populacionais onde as coisas também não estão bem”, defendeu Domingos David, acrescentando que “faz sentido é Maomé ir à montanha e não o contrário”.
A vigília contou com a presença de populares e autarcas. O vice-presidente da Câmara Municipal de Benavente considerou a iniciativa “fundamental para levar por diante uma luta no sentido de preservar o funcionamento dos postos médicos nas localidades mais afastadas dos grandes centros urbanos”.
Carlos Coutinho explicou que vai ser pedida uma nova audiência à ministra da Saúde para “fazer sentir que esta não é uma situação desejável nem pode continuar”.
A comissão de utentes vai ser recebida esta semana pelo grupo parlamentar do PSD para dar a conhecer a situação. Ao mesmo tempo, vai aproveitar a deslocação a Lisboa para ir ao Ministério da Saúde “entregar uma moção, acompanhada de ofício, a solicitar uma reunião para pedir respostas”.
A agência Lusa entrou em contacto com a directora do Agrupamento de Centros de Saúde da Lezíria II, Luísa Portugal, para obter esclarecimentos sobre o assunto, mas não foi possível.
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