domingo, 7 de novembro de 2010

Sociedade

Maternidade do CHMT regista aumento de partos nos últimos dois anos
O número de partos realizados na maternidade do Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT) apresenta há dois anos consecutivos números em contra ciclo com a taxa de natalidade nacional que continua em sentido descendente, anunciou a administração.
Concentrada na unidade hospitalar de Abrantes desde 2001, a maternidade do CHMT, que abrange ainda os hospitais de Torres Novas e Tomar, registou em 2009 um volume de partos cifrado em 1079 bebés, mais 11 do que em 2008, um aumento de 2 por cento em contraponto com a taxa nacional negativa de nascimentos de 4 pontos percentuais, um número que a administração afirma “manter” este ano.
Em declarações à agência Lusa, João Vaz Rico, administrador da unidade hospitalar de Abrantes, aponta a razão para o aumento de partos e para a inversão dos resultados negativos ali registados anualmente com os “investimentos qualitativos geradores de satisfação generalizada” efectuados desde 2004 na área materno infantil e serviço de obstetrícia daquela maternidade, orçados em 1,25 milhões de euros.
“A nossa dificuldade eram ao nível de recursos humanos e, com a contratação de neonatologistas que asseguram o serviço 24 horas por dia e com a introdução da anestesia epidural” (parto sem dor), conseguimos contrariar no Médio Tejo a traição da natalidade”, afirmou.
“Verificámos na altura que muitas mães, na falta desta anestesia [na maternidade do Hospital de Abrantes], optavam pelo nascimento dos seus filhos em hospitais onde a mesma era administrada”, acrescentou o responsável, que sublinhou o fato de aquela unidade hospitalar dispor hoje de um serviço de analgesia de parto sete dias por semana, “24 sobre 24 horas”.
João Rico disse ainda que “o número de partos registados na maternidade do CHMT “está em contracorrente há dois anos consecutivos".
"Daí inferir que o investimento, apesar de avultado, resultou”, acrescentou.
Mário Furtado, director do serviço de ginecologia e obstetrícia do CHMT, disse à Lusa, por sua vez, que a situação que se vive naquela maternidade é “sui generis”, tendo lembrado que os resultados em equipamentos congéneres “apontam para uma diminuição ou manutenção do número de partos”.
Segundo aquele responsável, “a aposta na concentração de recursos humanos e os investimentos efectuados, nomeadamente com a introdução da anestesia epidural, repercutiram-se em maior qualidade de gestão e num aumento do número de consultas”.
“Hoje”, continuou, “num mundo civilizado não se justifica ter um parto com dor se a mulher o não deseja. Com a disponibilização deste serviço e as mulheres grávidas sabendo disso, é natural que tenham mais propensão para vir a esta maternidade do que a outras que o não têm”.
“E depois umas vão chamando as outras, pela experiência vivida”, disse, em conclusão.
*Lusa
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