sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Sociedade



Imagem:A.Anacleto
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A pedo-psiquiatra Ana Vasconcelos defendeu no Tribunal de Torres Novas “responsabilidade parental conjunta” da menor Esmeralda Porto

A pedo-psiquiatra Ana Vasconcelos defendeu hoje, em tribunal, uma “responsabilidade parental conjunta” como possível solução para a situação da menor Esmeralda Porto, que, no seu entender, poderia crescer melhor se ficasse a viver com a mãe.
Ouvida na primeira sessão do processo interposto pela mãe da criança, Aidida Porto, que requereu o poder paternal e a guarda da menor, a pedo-psiquiatra que tem acompanhado a menor desde Dezembro de 2008 admitiu que Esmeralda poderia ter um “melhor crescimento” nos próximos anos se passasse a viver com a mãe, mas sublinhou ser igualmente importante ouvir a técnica que tem acompanhado a menina em casa do pai.
Ana Vasconcelos foi a primeira perita a ser ouvida - num depoimento que vai prosseguir à tarde com as questões do mandatário do pai da criança, Baltazar Nunes, que detém a guarda da menor desde Março de 2009 -, depois do tribunal ter ouvido o depoimento, como testemunha, do director do Centro Amboim Ascensão, Luís Vilas-Boas.
A pedo-psiquiatra, que deixou de acompanhar a menor em casa do pai a partir de meados de 2009 - por ter sentido que o pai não aderia à sua proposta de criação de “pontos de passagem” entre os três “territórios” que Esmeralda construiu na sua cabeça -, afirmou que Aidida Porto tem procurado facilitar as relações da criança tanto com o pai como com o casal que a criou (Luís Gomes e Adelina Lagarto), para que a situação não lese a filha psicologicamente.
Por outro lado, disse, tem criado com ela laços de “familiaridade e intimidade”.
“A minha convicção hoje é que tudo o que tenho visto concorre para que haja responsabilidades parentais conjuntas, em que o pai guardião permita a partilha com o outro pai”, disse Ana Vasconcelos, frisando que a sua percepção “tem que ser sempre complementada com a resposta da drª Florbela”, a quem pediu que acompanhasse a criança em casa do pai quando percebeu que este tinha um bom relacionamento com aquela técnica.
Ana Vasconcelos disse perceber que a pequena Esmeralda parece “mais liberta” em casa de Aidida e afirmou que o casal Luís Gomes e Adelina Lagarto tem ajudado na adaptação à nova realidade.
Lamentando não ter podido fazer uma avaliação psicológica nem ao pai da criança nem a Esmeralda, Ana Vasconcelos disse ter feito com a menor um teste de auto-avaliação que, no seu entender, é revelador de que neste momento a menina já identifica perfeitamente a casa da mãe e a casa do pai, encarando a casa onde cresceu como um local onde pode sempre ir e é bem-vinda mas que não é a sua casa.
Aidida Porto entregou a filha, quando esta tinha três meses, ao casal Luís Gomes e Adelina Lagarto, num momento em que o pai não havia ainda reconhecido a paternidade.
Hoje, volta a requerer o poder paternal e a guarda da menor alegando ter agora condições económicas e estabilidade familiar para acolher a criança.
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