sábado, 17 de julho de 2010

Sociedade

Comissão de Utentes da A23 do distrito de Santarém considera que eventual cobrança de portagens terá sérias repercussões sociais e económicas no norte do distrito
A Comissão de Utentes da A23 do distrito de Santarém considerou esta sexta-feira, que uma eventual cobrança de portagens naquela auto-estrada, “implicaria um retrocesso de 25 anos nas acessibilidades” da região.
O porta-voz do movimento, António Ferreira, que hoje se apresentou aos jornalistas, adiantou que o mesmo é composto por “algumas dezenas de cidadãos anónimos de Torres Novas à Guarda” que “não aceitam” a introdução de portagens na A23.
“Caso vá por diante, a cobrança de portagens terá sérias repercussões sociais e económicas no Norte do distrito de Santarém”, sublinhou.
A Comissão de Utentes da A23, “formada em 2004 para combater a mesma intenção” do Governo de então, “desmobilizou após uma grande manifestação em Castelo Branco e que marcou o recuo das intenções de portajar esta SCUT (auto-estrada sem custos para o utilizador)", acrescentou.
António Ferreira justificou que a “reactivação”, agora, da Comissão “decorre das premissas de então, válidas ao dia de hoje”.
“Quando a lei foi feita, foi para que as SCUT minorassem ou resolvessem a falta de alternativas em termos de acessibilidades no Interior do país, sendo válidas também para as regiões cujo poder de compra das populações fosse inferior à média nacional”, afirmou o responsável.
"O principal problema é a falta de alternativas” para as pessoas se deslocarem, argumentou, exemplificando com o caso da Estrada Nacional 3, que liga Alcanena a Mação, no Médio Tejo, “cujos troços foram entregues às câmaras municipais e transformadas em ruas com perfis urbanos, com semáforos, rotundas e sem características para uma acessibilidade rápida”.
“As repercussões de uma medida desse tipo seriam não só sociais e económicas, mas teria também reflexos na coesão territorial e na aceleração de fenómenos de isolamento das populações, retrocesso na mobilidade, abandono e desertificação do Interior, aumento dos custos de produção e de funcionamento para as micro, pequenas e médias empresas”, alegou.
Para o porta-voz do movimento, “a reestruturação dos muitos serviços públicos, intermunicipais e do Estado tem sido feita num pressuposto da existência da A23 como via estruturante de acesso universal e gratuita”.
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