sábado, 24 de julho de 2010

Sociedade



Imagem:A.Anacleto
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População protesta em Constância contra o encerramento da ponte

Mais de meio milhar de pessoas estiveram concentradas na noite de sexta-feira junto à ponte de Constância em protesto pelo seu encerramento à circulação rodoviária, tendo prometido “intensificar as formas de luta” a partir da próxima semana.
Convocada por mensagens via telemóvel e através das redes sociais, a manifestação popular decorreu de forma ordeira e pacífica, vigiada de perto pela GNR, tendo sido anunciada a criação de uma “Comissão de Utentes Unidos pela Ponte” (CUUP), aprovado um documento reivindicativo a enviar ao Ministro das Obras Públicas e avançar com formas de protesto “mais duras” se não for realizada uma nova inspecção que permita a reabertura da travessia, até ao próximo dia 27 de julho, terça-feira.
A ponte, que funcionava num dos tabuleiros da travessia ferroviária (no outro tabuleiro continua a fazer-se a circulação de comboios) adaptado à circulação rodoviária, garantia a ligação da parte sul do concelho de Constância (onde se situam dois terços do território do município e da sua população) à parte norte (onde estão a quase totalidade dos serviços e equipamentos).
O seu encerramento na quarta-feira, “de forma inesperada e sem terem sido providenciadas alternativas para os milhares de utentes diários”, está a gerar a revolta das populações, que foram unânimes na análise à situação e da necessidade de se intensificarem as posições, tendo defendido de forma unânime a necessidade de “avançar com novas formas de protesto”.
Júlia Amorim, uma porta voz da CUUP e vice presidente da autarquia, disse à agência Lusa que uma das medidas que podem ser tomadas terça feira, “se até lá as entidades responsáveis pelo encerramento da ponte não solucionarem o problema”, é “cortar ou parar a normal circulação ferroviária” na travessia.
"Se a Refer tem o direito de nos cortar a ponte rodoviária nós também temos o direito de cortar a linha aos comboios", afirmou, tendo adiantado que “outras ideias” de protesto estão em equação, como, “por exemplo, a retirada das vedações e proceder à reabertura da ponte ao tráfego rodoviário”.
Júlia Amorim afirmou à Lusa que a população se sente “indignada, humilhada e discriminada em todas as esferas da sua vida pessoal normal, assim como se sente prejudicada pelos prejuízos causados ao tecido económico local, regional e nacional”.
“Não somos cidadãos de segunda e isso mesmo foi lavrado em documento onde reivindicamos a construção de uma nova ponte que sirva o concelho, a região e o país, onde exigimos que de imediato se realize uma nova inspecção à travessia agora encerrada, com divulgação urgente dos seus resultados, e se inicie o processo de obra de reabilitação da velha travessia, como prometido e anunciado publicamente pelo primeiro Ministro José Sócrates em Tramagal, em outubro de 2008”.
“Caso as nossas pretensões não sejam atendidas, encetaremos todas as formas de protesto ao nosso alcance com vista à resolução definitiva deste problema, que se arrasta há dezenas de anos”, prometeu.
*Lusa
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