terça-feira, 27 de julho de 2010

Sociedade

Comissão de Utentes Unidos pela Ponte de Constância cancelou concentração
A Comissão de Utentes Unidos pela Ponte, de Constância, cancelou a concentração que estava marcada para as 20:00 de hoje, e que visava protestar pelo encerramento da travessia sobre o Tejo.
Júlia Amorim, da Comissão de Utentes Unidos pela Ponte, disse à agência Lusa que a concentração prevista para esta noite “não era oportuna” tendo em conta que o Ministério das Obras Públicas informou esta manhã que o assunto está ser encaminhado pelas entidades competentes locais e nacionais”.
“Não devemos tomar hoje posições de força o que não quer dizer que dentro de dois ou três dias isso não possa suceder”, afirmou, tendo sublinhado os objectivos resultantes dos contactos com a população e que passam pela “urgente reabertura da ponte, reabilitação da mesma e futura construção de uma nova ponte, que sirva o concelho e a região”.
O corte da circulação no tabuleiro rodoviário da ponte de Constância ocorreu quarta feira da semana passada, no seguimento de uma inspecção da REFER, o que tem originado fortes protestos da população que prometeu “intensificar e endurecer as formas de luta” a partir desta semana.
“Vamos continuar a exercer uma pressão diplomática e ter mais alguma paciência mas esta pode esgotar-se de um momento para o outro”, disse à Lusa Adelino Gomes, também da Comissão de Utentes Unidos pela Ponte.
“Nesta fase devemos ter alguma paciência, porque percebemos que nesta altura do ano é difícil que se consigam reunir todos os técnicos necessários à realização de uma nova inspecção à ponte”.
No entanto, continuou, “decidimos agendar algumas acções de protesto, que serão oportunamente divulgadas, entre elas uma mega concentração com data a definir assim como a recolha de assinaturas com o objectivo de provocar um debate sobre o assunto, na Assembleia da República”.
Segundo Adelino Gomes, “se a mega concentração tiver de ser realizada é porque chegámos ao fim da ponte”.
“Chegados lá, vamos ter de ultrapassar essa barreira e essa barreira vai ser aberta pela população”, assegurou, tendo acrescentado que a população “está atenta e ao primeiro sinal que esta comissão mande para a rua é exactamente para actuar”.
“Se do outro lado não tivermos receptor da nossa preocupação e do nosso trabalho é evidente que alguém tem de nos ouvir, e se não ouvirem a bem ouvem a mal”, disse Adelino Gomes, adiantando que poderão ser tomadas atitudes “mais radicais”.
“Se não nos deixam passar de carro também não podem passar de comboio”, sugeriu.
A travessia, que funciona num dos tabuleiros da ponte ferroviária adaptado à circulação rodoviária em 1988, foi encerrada na última quarta feira pela Refer, que alegou razões de segurança.
A interdição de circulação provocou a revolta das populações, que já marcaram protestos, exigindo uma inspecção do equipamento.
------------------------------------------------------------------------