sexta-feira, 23 de julho de 2010

Cultura

Exposição de ourivesaria e joalharia em Abrantes deslumbram visitantes
O deslumbramento tomou conta, na noite de quinta-feira, dos visitantes das colecções de ourivesaria e joalharia dos reinos helenísticos patentes na exposição de antevisão do futuro Museu Ibérico de Arqueologia e Arte de Abrantes (MIAA).
Nesta mostra parcial e temporária patente no Museu D. Lopo de Almeida, é ainda possível apreciar um espólio arqueológico com cerca de 200 peças anteriores à fundação de Portugal.
Destacam-se peças relativas à evolução da armaria na Península Ibérica, durante a Idade do Ferro, cerâmica grega, com dez vasos inteiros, vidraria fenícia, anterior e posterior à invenção do vidro soprado, escultura neoclássica e joalharia dos reinos helenísticos, onde se destaca uma coroa grega de folhas de oliveira em ouro.
Segundo Isilda Jana, directora da Comissão Instaladora do MIAA, a visita guiada de quinta-feira, a segunda no espaço de um ano, representa “um ato promocional” do futuro museu e mostra uma pequena parte das cerca de 5000 peças que vão constituir as suas colecções.
Isilda Jana destacou nesta exposição um punhal de cabo em ouro - “apenas quatro são conhecidos no Mundo” - e a coroa grega de folhas de oliveira em ouro, além de dez vasos gregos “intactos” e o que considerou serem o “ex libris” da mostra, duas peças em escrita cuneiforme, cunhadas em terracota e datadas da segunda metade do III milénio a.C.
“É uma cunha de fundação e uma tabuinha com escrita cuneiforme, a primeira feita pelo homem na Suméria, sendo um verdadeiro privilégio poder ver ao vivo os triângulos típicos da escrita cuneiforme, algo que só podemos ver nos livros e documentos históricos”, enfatizou.
Com um investimento estimado de 13 milhões de euros, o MIAA vai acolher o espólio arqueológico da Fundação Ernesto Estrada, uma colecção de peças arqueológicas referentes ao período anterior à fundação da nacionalidade e relacionados com a Lusitânia, recolhidas pelo abrantino João Estrada (presidente da fundação) ao longo de meio século.
O futuro museu irá incluir ainda colecções de numismática, arquitectura romana, medieval e moderna, arte sacra dos séculos XVI a XVIII, relógios de várias épocas e uma exposição de arqueologia e história local.
Com projecto do arquitecto Carrilho da Graça, já aprovado pelo Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico, o futuro MIAA, sem data prevista de inauguração, ocupará o Convento de S. Domingos, no centro histórico da cidade.
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