sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Economia

Produtores hortícolas querem intervenção do governo no preço do gasóleo agrícola
Os produtores de hortícolas e frutícolas querem que o Governo intervenha no preço do gasóleo agrícola, considerando que o aumento de 24 por cento no último ano esmaga as margens, já “mínimas”, e gera perda de competitividade.
Gonçalo Escudeiro, vice-presidente da Federação Nacional das Organizações de Produtores de Frutas e Hortícolas (FNOP) e director executivo da Torriba, Organização de Produtores de Hortícolas, disse hoje à agência Lusa que a subida dos encargos e dos factores de produção está a levar os produtores à “revolta”.
“É fundamental uma intervenção do Governo para minimizar os custos, nomeadamente o preço do gasóleo agrícola”, disse, sublinhando que há um ano o gasóleo agrícola custava 0,750 euros contra os 0,929 actuais, ou seja, um crescimento de 24 por cento.
A esta subida acresce a do gasóleo rodoviário em 16 por cento (de 1,227 euros para os 1,348 actuais), sendo que muitas das componentes associadas ao sector são “muito indexadas ao valor do petróleo”, como é o caso dos adubos, frisou.
“A situação é de quase revolta, porque os preços não acompanham o acréscimo de custos e não compensam, num sector que se afirma ser estratégico para a exportação mas que está a perder competitividade”, afirmou à Lusa.
Gonçalo Escudeiro afirmou que a “bolha de mau estar está a crescer” no seio dos produtores, havendo já apelos a manifestações públicas de descontentamento.
Segundo disse, além dos custos dos combustíveis e da electricidade, num sector que precisa de recorrer à rega, os produtores estão a sentir os aumentos dos custos dos encargos sociais, do IVA e dos produtos que estão indexados ao preço do petróleo.
“Que milagre querem que façamos?”, questionou, referindo que os problemas são transversais ao sector, sentindo-se na produção de bens tradicionalmente exportáveis, como o tomate para a indústria, a pêra rocha ou a maçã, que “exigem grandes investimentos”.
Para Gonçalo Escudeiro, para que o sector continue a exportar “é preciso que tenha as mesmas ferramentas em termos de custos em relação aos países” com que estes produtores competem.
*Lusa
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