quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Autarquias

Presidente da Autarquia de Constância denuncia “sentimento generalizado de insegurança” no seio da população do concelho
O presidente da Câmara de Constância disse hoje ter medo que a população decida começar a fazer justiça pelas próprias mãos face ao “sentimento generalizado de insegurança” sentido no concelho.
Máximo Ferreira disse à agência Lusa que as várias situações de insegurança são vividas por toda a comunidade concelhia, acrescentando que os casos têm originado um “permanente sobressalto e instabilidade emocional e psíquica de lesados e dos outros cidadãos residentes”.
O autarca afirmou ainda recear que a população se una e crie milícias ou outros mecanismos conjuntos de autodefesa.
“É uma situação preocupante porque quando as pessoas sentem que os seus bens e a sua família não estão em segurança reagem criando mecanismos próprios de autodefesa e podem decidir fazer justiça pelas suas próprias mãos”, observou.
Em causa estão casos de “vandalismo, assaltos a moradias, roubos por esticão e os já tradicionais roubos de cabos telefónicos, supostamente para aproveitamento do cobre, situação que aconteceu por quatro vezes distintas nos últimos seis meses tendo privado a maioria da população de Montalvo e de Santa Margarida do acesso às comunicações telefónicas, Internet e aos movimentos necessários nas caixas multibanco”.
O responsável pelo departamento de relações públicas do comando distrital da GNR de Santarém, tenente-coronel Joaquim Nunes, disse que este “é um problema de todo o país e não só de Constância”, sublinhado que a criminalidade tem “evoluído ao longo dos anos para parâmetros mais complicados”.
Segundo a mesma fonte, a problemática da questão está ligada a uma alteração da própria criminalidade.
“A criminalidade mudou, o país também mudou e estes fenómenos são combatidos com os meios que temos ao nosso dispor”, vincou.
O tenente-coronel Joaquim Nunes afirmou ainda que as autoridades estão “atentas” no sentido da procura de respostas de actuação “em conformidade”, tendo defendido a realização de um estudo sociológico sobre o fenómeno.
Contactado pela agência Lusa, o adjunto da governadora civil de Santarém, Rui Carreteiro, disse estar “atento e informado” sobre a insegurança sentida em Constância, tendo acrescentado que a mesma situação ocorre em mais alguns concelhos do distrito.
“Temos trabalhado com resultados positivos a questão da segurança no mundo rural, nomeadamente com a implementação de um sistema de geo referência de combate ao roubo de fios de cobre e outros, mas em Constância a situação apresenta-se com contornos novos”, observou.
A mesma fonte adiantou que a governadora civil de Santarém está interessada em liderar um processo que, em conjunto com as autoridades de segurança, autarquias, sociedade civil e instituições de ensino superior, permita fazer uma análise da situação actual relativa ao fenómeno criminal em meio urbano e rural.
“É importante que essa análise possa levar a uma proposta de reorganização das forças de segurança para que estejam mais aptas a responder às novas situações de âmbito criminal, ao nível de uma redistribuição de meios humanos e materiais, assim como de nível formativo e de relocalização de quartéis”, advogou.
----------------------------------------------------------------------------------