quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Ambiente

Quercus defende deslocação de Unidade de Incineração dos Resíduos Hospitalares de Lisboa para a região da Chamusca
A Quercus defendeu ser positivo que o Plano Estratégico dos Resíduos Hospitalares refira a deslocação da unidade de incineração de Lisboa para a zona da Chamusca, mas lamentou a falta de definição sobre o que vai ser tratado.
Rui Berkemeier, da associação ambientalista, realçou hoje à agência Lusa o facto de ter havido uma "redução sistemática dos resíduos a incinerar".
Este elemento é apontado como "muito importante quando se projecta uma nova unidade de incineração na Chamusca" e que é "a única questão nova que este plano traz".
O PERH, para vigorar até 2016, foi hoje publicado em Diário da República e a ministra do Ambiente, Dulce Pássaro, disse à Lusa que está a ser elaborado o estudo de impacto ambiental da unidade de incineração de resíduos perigosos, na região da Chamusca.
Para a Quercus, o problema deste projecto é que "resíduos vai incinerar", já que a quantidade de resíduos a incinerar é "muito pouca" e cada vez menos lixo deste tipo é colocado no grupo IV, dos produtos perigosos que exigem incineração.
Uma incineradora tem capacidade para mais de 11 mil toneladas, não se percebe o que se vai incinerar e "é lamentável que este plano não esclareça nada sobre isso", salientou Rui Berkemeier.
O actual incinerador "está mal localizado e é positiva a intenção de o deslocar para a Chamusca", disse o ambientalista, acrescentando que "é mais barato e mais amigo do ambiente tratar os resíduos por autoclavagem, além de Portugal ter capacidade para utilização deste tratamento".
Portugal tem vindo a tratar cada vez melhor os seus resíduos hospitalares e cada vez tem havido uma melhor separação nos hospitais, colocando o país entre os mais desenvolvidos a nível europeu, frisou.
A Quercus defendeu que a alteração da legislação sobre resíduos, como a distribuição pelos quatro grupos, deve ser feita "de uma forma transparente".
Rui Berkemeier referiu-se ainda ao facto de o PERH se basear em dados de 2006. Embora considere que "não há grande variação de lá para cá", defendeu que "é uma falha grave deste estudo".
O grupo IV tem vindo a diminuir devido a cada vez maior separação de resíduos nos hospitais e, neste momento, é cerca de dois por cento do total dos resíduos hospitalares e, em termos dos resíduos perigosos, é menos de 10 por cento, sendo possível ser reduzido até cinco por cento, segundo a Quercus.
Os dados referidos no PERH apontam para 109.840 toneladas de resíduos hospitalares, contra 93.312 um ano antes.
Do total produzido em 2006, o grupo IV, que exige a incineração, respeitava a 2.252 toneladas, um pouco menos que as 2.304 de 2005. A produção de resíduos do grupo III atingiu 20.719 toneladas contra 19.854 toneladas.
*Lusa
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