Psicóloga que acompanha a menor Esmeralda Porto nos contactos com o pai disse no tribunal de Torres Novas que é prematuro pensar numa nova alteração na vida da menor
A psicóloga que acompanha a menor Esmeralda Porto nos contactos com o pai disse ontem em tribunal que, no seu entendimento, é prematuro pensar numa nova alteração na vida da menina.
Florbela Paulo foi hoje ouvida enquanto perita pelo Tribunal de Torres Novas, no âmbito do processo em que a mãe da menina, Aidida Porto, requere a alteração da regulação do poder paternal e a guarda da menor, entregue ao pai em Dezembro de 2008.
Questionada pela procuradora do Ministério Público sobre as consequência de uma nova alteração na vida da menina, Florbela Paulo, que testemunhou uma boa integração de Esmeralda Porto no novo contexto familiar, escolar e social, considerou "prematuro" pensar em nova alteração, tendo em conta o sofrimento por que passou quando se deu a separação do casal que a criou, Luís Gomes e Adelina Lagarto.
Para a perita, é essencial que a mãe e o pai, Baltazar Nunes, tenham um "grande entendimento" neste processo e que Aidida Porto possa passar a ter maior presença na vida da filha e maior participação nas decisões que têm a ver com a sua vida.
Afirmando que Esmeralda "está bem" e "é feliz", Florbela Paulo disse que a menina está ainda a "assimilar novas vivências" e que alterar novamente o seu agregado familiar e o contexto social pode "travar um processo que está a decorrer bem", e realçou que o regime de visitas está a permitir o contacto com todas as partes.
A psicóloga disse ainda que "pessoalmente não vê vantagem" em que a menina seja ouvida pelo tribunal, como a própria pediu, por considerar que poderia aumentar a instabilidade da criança, num momento em que considera que esta está a construir uma relação com o pai.
Questionada sobre o facto de a menina ter verbalizado, junto da outra perita nomeada pelo tribunal, Ana Vasconcelos (que a acompanha nos contactos com a mãe e o casal que a criou), vontade de ir viver com a mãe, Florbela Paulo recordou que ela também já manifestou vontade de viver com o pai, revelando alguma ambivalência.
No seu entender, ser Esmeralda a decidir com quem quer viver iria criar futuramente um sentimento de culpabilidade e maior angústia. Para a perita, cabe ao tribunal equacionar se a menina está estável ou se existe algum motivo que leve a uma alteração.
Tal como as outras peritas já ouvidas pelo tribunal, a psicóloga admite que a menina esteja em sofrimento, mas afirmou que, pelos indicadores que possui, tem "tentado arranjar estratégias para estar bem com o mínimo sofrimento possível", embora reconheça que, ainda hoje, se lhe perguntassem, provavelmente diria que queria estar com o casal que a criou.
Ao contrário de Ana Vasconcelos, que leu em várias atitudes da menina sinais de "clivagem" (ao adaptar o comportamento a cada um dos três ambientes afectivos), Florbela Paulo entende que isso implicaria uma perda de noção da realidade, o que no seu entender não acontece.
Contudo, advertiu para a importância de ser encontrada uma "continuidade" entre os vários ambientes em que a menina vive, recomendando nomeadamente que haja um entendimento entre os adultos em relação ao nome (já que continua a ser Ana Filipa em casa do casal).
O julgamento prossegue no próximo dia 11 com a audição de outra perita da Direção-Geral de Reinserção Social, Cristina Luís.
A psicóloga que acompanha a menor Esmeralda Porto nos contactos com o pai disse ontem em tribunal que, no seu entendimento, é prematuro pensar numa nova alteração na vida da menina.
Florbela Paulo foi hoje ouvida enquanto perita pelo Tribunal de Torres Novas, no âmbito do processo em que a mãe da menina, Aidida Porto, requere a alteração da regulação do poder paternal e a guarda da menor, entregue ao pai em Dezembro de 2008.
Questionada pela procuradora do Ministério Público sobre as consequência de uma nova alteração na vida da menina, Florbela Paulo, que testemunhou uma boa integração de Esmeralda Porto no novo contexto familiar, escolar e social, considerou "prematuro" pensar em nova alteração, tendo em conta o sofrimento por que passou quando se deu a separação do casal que a criou, Luís Gomes e Adelina Lagarto.
Para a perita, é essencial que a mãe e o pai, Baltazar Nunes, tenham um "grande entendimento" neste processo e que Aidida Porto possa passar a ter maior presença na vida da filha e maior participação nas decisões que têm a ver com a sua vida.
Afirmando que Esmeralda "está bem" e "é feliz", Florbela Paulo disse que a menina está ainda a "assimilar novas vivências" e que alterar novamente o seu agregado familiar e o contexto social pode "travar um processo que está a decorrer bem", e realçou que o regime de visitas está a permitir o contacto com todas as partes.
A psicóloga disse ainda que "pessoalmente não vê vantagem" em que a menina seja ouvida pelo tribunal, como a própria pediu, por considerar que poderia aumentar a instabilidade da criança, num momento em que considera que esta está a construir uma relação com o pai.
Questionada sobre o facto de a menina ter verbalizado, junto da outra perita nomeada pelo tribunal, Ana Vasconcelos (que a acompanha nos contactos com a mãe e o casal que a criou), vontade de ir viver com a mãe, Florbela Paulo recordou que ela também já manifestou vontade de viver com o pai, revelando alguma ambivalência.
No seu entender, ser Esmeralda a decidir com quem quer viver iria criar futuramente um sentimento de culpabilidade e maior angústia. Para a perita, cabe ao tribunal equacionar se a menina está estável ou se existe algum motivo que leve a uma alteração.
Tal como as outras peritas já ouvidas pelo tribunal, a psicóloga admite que a menina esteja em sofrimento, mas afirmou que, pelos indicadores que possui, tem "tentado arranjar estratégias para estar bem com o mínimo sofrimento possível", embora reconheça que, ainda hoje, se lhe perguntassem, provavelmente diria que queria estar com o casal que a criou.
Ao contrário de Ana Vasconcelos, que leu em várias atitudes da menina sinais de "clivagem" (ao adaptar o comportamento a cada um dos três ambientes afectivos), Florbela Paulo entende que isso implicaria uma perda de noção da realidade, o que no seu entender não acontece.
Contudo, advertiu para a importância de ser encontrada uma "continuidade" entre os vários ambientes em que a menina vive, recomendando nomeadamente que haja um entendimento entre os adultos em relação ao nome (já que continua a ser Ana Filipa em casa do casal).
O julgamento prossegue no próximo dia 11 com a audição de outra perita da Direção-Geral de Reinserção Social, Cristina Luís.
*Lusa
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