quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Ambiente

Delegação do Movimento ProTejo recebidos em audiência parlamentar com o PCP
Os responsáveis do movimento ProTejo realizaram hoje uma audiência parlamentar com o PCP, a terceira do mês com partidos políticos, para "sensibilizar, auscultar e ampliar" as acções em defesa do rio Tejo.
A delegação do movimento criado em 2009, que congrega 600 entidades, entre cidadãos, associações e autarquias, apresentou ao deputado Miguel Tiago "o carácter abrangente do seu objecto", que integra os vários domínios ambientais, culturais e patrimoniais que envolvem o Tejo, entre as quais a "recusa da política de transvases" em Espanha, que tem sido o principal vector da intervenção do ProTejo.
"É uma das nossa principais preocupações", disse à agência Lusa Paulo Constantino, porta-voz do movimento, acrescentando existir um "problema de falta de informação", tendo em conta que os planos da bacia hidrográfica do Tejo se encontram em fase de elaboração e deverão estar concluídos até final do ano.
"Estes planos não são conhecidos, apesar das nossas solicitações, e os deputados que nos receberam interessaram-se e comprometeram-se em obter mais informação sobre a matéria junto das entidades responsáveis", afirmou o dirigente.
Segundo acrescentou, outras questões foram abordadas na audiência parlamentar realizada com o PCP, e também nas que decorreram já com PS e BE, como "a qualidade e quantidade de água no Tejo, a classificação das profissões e embarcações típicas do rio, as políticas de transvases e os vários domínios ambientais que afectam os recursos hídricos".
Também as diversas organizações que integram o ProTejo puderam expressar, junto dos três grupos parlamentares, as suas preocupações, tendo a Associação dos Areeiros do Tejo salientado as dificuldades enfrentadas pelas empresas de extracção de inertes no rio face à "concorrência desleal" da extracção em pedreiras.
"Este facto, conjuntamente com a inexistência do processo de renovação de licenças, poderá colocar em causa um número significativo de postos de trabalho, cerca de 200 directos e quase 2500 indirectos", afirmaram.
A associação ambientalista Quercus, por sua vez, salientou os "efeitos da escassez de água na qualidade" da água, bem como "o problema do plano nacional de barragens", e alertou para o facto de notícias recentes estarem a ressuscitar a possibilidade de construção da barragem do Almourol, "que o Governo tinha indicado como excluída", alegando que terá impactos significativos nas povoações ribeirinhas de Abrantes, entre as quais o Rossio, ao sul do Tejo.
O projecto da Cultura Avieira salientou a necessidade de uma maior celeridade na resolução de alguns problemas que permitiriam legalizar as construções das aldeias palafíticas avieiras, a colocação de sinalização marítima entre Vila Franca de Xira e o Porto de Muge e o "combate à pesca ilegal do meixão pelas redes de tráfico espanholas".
Paulo Constantino afirmou que os deputados se disponibilizaram para tentarem esclarecer as questões colocadas e que irão continuar a acompanhar a problemática dos transvases.
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