Dificuldades de reposição de reservas de sangue obrigaram Hospital de Santarém a alterar programas de cirurgias
As dificuldades de reposição das reservas de sangue, por parte do Instituto Português de Sangue (IPS), obrigaram o Hospital Distrital de Santarém a cancelar algumas cirurgias na última semana, disse à agência Lusa o presidente do Conselho de Administração.
José Josué disse à Lusa que desde que a Unidade de Sangue do Hospital Distrital de Santarém (HDS) foi encerrada, há quase um ano, por inadequação das instalações às normas comunitárias, este hospital ficou totalmente dependente do IPS, o que, admitiu, tem gerado algumas dificuldades.
Segundo o presidente do Conselho de Administração do HDS, quando o IPS reduz o nível das reservas, como aconteceu recentemente, o hospital vê-se forçado a adiar cirurgias, o que, afirmou, "é muito desagradável".
"Ninguém faz isto de ânimo leve. Há todo um trabalho de preparação para uma cirurgia e depois termos que dizer que a pessoa não pode ser operada porque não há sangue. Não pode acontecer", disse.
José Josué assegurou que o HDS trabalha com "níveis de segurança elevados" e que as reservas de sangue nunca chegaram a um "nível zero", tendo sido da ordem dos dois dias quando o ideal é existirem para o dobro do tempo (quatro dias).
Afirmando compreender as exigências de qualidade colocadas pelo legislador, José Josué disse, contudo, discordar "do remendo" encontrado.
A Unidade de Sangue do Hospital de Santarém foi encerrada na sequência de uma auditoria realizada em abril de 2009 e que apontou para algumas deficiências estruturais, como a ausência de duas salas para recolha de sangue (uma para dadores e outra para a colheita a doentes que vão ser operados), que não respeitavam diretivas comunitárias.
"Até tínhamos um serviço moderno e bem equipado, mas as diretivas incluem pormenores que são muito impeditivos", disse, sublinhando que o HDS, onde se fazem anualmente cerca de 5.000 transfusões de sangue, era quase autónomo nas necessidades e nunca teve "problema nenhum".
Para colmatar as deficiências detetadas na auditoria, o HDS entregou, em novembro, uma candidatura a fundos comunitários para fazer as alterações estruturais no edifício, de forma a ampliar a Unidade de Sangue, de acordo com o exigido, um processo "moroso e oneroso", disse.
"Até lá, estaremos dependentes" do IPS, referiu.
A agência Lusa tentou obter a posição do Ministério da Saúde sobre o assunto, mas a assessoria de imprensa do gabinete da ministra Ana Jorge informou não haver qualquer comentário a fazer sobre a situação.
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As dificuldades de reposição das reservas de sangue, por parte do Instituto Português de Sangue (IPS), obrigaram o Hospital Distrital de Santarém a cancelar algumas cirurgias na última semana, disse à agência Lusa o presidente do Conselho de Administração.
José Josué disse à Lusa que desde que a Unidade de Sangue do Hospital Distrital de Santarém (HDS) foi encerrada, há quase um ano, por inadequação das instalações às normas comunitárias, este hospital ficou totalmente dependente do IPS, o que, admitiu, tem gerado algumas dificuldades.
Segundo o presidente do Conselho de Administração do HDS, quando o IPS reduz o nível das reservas, como aconteceu recentemente, o hospital vê-se forçado a adiar cirurgias, o que, afirmou, "é muito desagradável".
"Ninguém faz isto de ânimo leve. Há todo um trabalho de preparação para uma cirurgia e depois termos que dizer que a pessoa não pode ser operada porque não há sangue. Não pode acontecer", disse.
José Josué assegurou que o HDS trabalha com "níveis de segurança elevados" e que as reservas de sangue nunca chegaram a um "nível zero", tendo sido da ordem dos dois dias quando o ideal é existirem para o dobro do tempo (quatro dias).
Afirmando compreender as exigências de qualidade colocadas pelo legislador, José Josué disse, contudo, discordar "do remendo" encontrado.
A Unidade de Sangue do Hospital de Santarém foi encerrada na sequência de uma auditoria realizada em abril de 2009 e que apontou para algumas deficiências estruturais, como a ausência de duas salas para recolha de sangue (uma para dadores e outra para a colheita a doentes que vão ser operados), que não respeitavam diretivas comunitárias.
"Até tínhamos um serviço moderno e bem equipado, mas as diretivas incluem pormenores que são muito impeditivos", disse, sublinhando que o HDS, onde se fazem anualmente cerca de 5.000 transfusões de sangue, era quase autónomo nas necessidades e nunca teve "problema nenhum".
Para colmatar as deficiências detetadas na auditoria, o HDS entregou, em novembro, uma candidatura a fundos comunitários para fazer as alterações estruturais no edifício, de forma a ampliar a Unidade de Sangue, de acordo com o exigido, um processo "moroso e oneroso", disse.
"Até lá, estaremos dependentes" do IPS, referiu.
A agência Lusa tentou obter a posição do Ministério da Saúde sobre o assunto, mas a assessoria de imprensa do gabinete da ministra Ana Jorge informou não haver qualquer comentário a fazer sobre a situação.
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