sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Sociedade

Professora de Esmeralda Porto disse no tribunal de Torres Novas que tem notado “evolução” da menor
A professora de Esmeralda Porto na escola que esta passou a frequentar quando foi viver com o pai, na Sertã, disse hoje em Tribunal ter notado uma "evolução" no comportamento da menor, com menos momentos de tristeza.
Hortense Duque, que este ano lectivo deixou a escola de Cabeçudos, frequentada por Esmeralda desde janeiro de 2009, foi uma das peritas que depôs hoje de manhã, no âmbito do processo de pedido de alteração do poder paternal, interposto pela mãe da menor, Aidida Porto, no Tribunal de Torres Novas.
Segundo a professora, a menina, que classificou de aluna excelente com um padrão de rendimento escolar que se manteve ao longo do ano lectivo, revelou, ao início, momentos de tristeza, que, quando instada, revelava terem por motivo “saudades da mãe Adelina e do pai Luís”, o casal que criou Esmeralda desde os três meses até esta ser entregue ao pai em dezembro de 2008.
Esses momentos, adiantou, praticamente desapareceram “depois da Páscoa” de 2009, altura em que a menina começou a falar mais da mãe, Aidida Porto, com quem ia “sempre muito contente” passar os fins de semana.
Hortense Duque afirmou que, depois de um desses fins de semana, a menina lhe disse que gostaria de ir viver com a mãe, mas que também por algumas vezes disse que gostava de viver com o pai, o que, concluiu, revela que, “no fundo, gosta de ambas as partes”.
Para a professora, Esmeralda “cresceu muito rápido”, parecendo “um adulto em ponto pequenino”, pois “consegue lidar com certas situações que outros não seriam capazes”.
Antes, o Tribunal ouviu Célia Carrasqueira, a professora que acompanhou Esmeralda desde a sua entrada para o primeiro ano do primeiro ciclo, em setembro de 2008, até 09 de janeiro, dia em que a menina saiu da escola de Torres Novas para a da Sertã.
Também Célia Carrasqueira realçou o desempenho escolar de Esmeralda e o fato de, “apesar da idade”, a menina saber “jogar muito bem com as emoções”.
Segundo disse, na semana de janeiro em que o pai a trazia da Sertã para as aulas no colégio de Torres Novas, a criança continuou a revelar um comportamento adequado, que só se “transformou” numa profunda manifestação de tristeza no dia em que se despediu da escola e em que manifestou que não queria ir para o pai mas ficar com a “mãe Adelina”.
A sessão prossegue à tarde com audição das testemunhas indicadas pelo mandatário de Aidida Porto.
Aidida Porto entregou a filha, quando esta tinha três meses, ao casal Luís Gomes e Adelina Lagarto, num momento em que o pai não havia ainda reconhecido a paternidade.
Em Março de 2009, o Tribunal de Torres Novas confirmou a entrega ao pai da guarda da menor, concluindo um processo que se arrastou durante vários anos, depois de Baltazar Nunes ter contestado o facto de a mãe ter entregue a criança ao casal Luís Gomes e Adelina Lagarto.
Entretanto, Aidida Porto pediu a abertura de um novo processo de regulação do poder paternal.
*Lusa
--------------------------------------------------------------------------