segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Empresas

Trabalhadores da IFM/Platex elegeram representantes para a Assembleia de Credores
Os trabalhadores da IFM/Platex, de Tomar, elegeram hoje três representantes para a assembleia de credores criada no âmbito do processo de insolvência da empresa e decidiram escrever uma carta aberta ao Presidente da República.
Rui Aldeano, da União dos Sindicatos de Santarém, disse à agência Lusa que, na carta aberta ao Presidente da República, os trabalhadores querem pedir a intervenção de Cavaco Silva para que, no ano em que se celebra o centenário da República, intervenha no sentido de ser reposto um direito constitucional, o direito ao trabalho.
A carta aberta foi uma das duas iniciativas a realizar "a curto prazo" decididas hoje pelos trabalhadores reunidos em plenário, tendo a outra sido uma ação de rua em Tomar para mostrar à população que a sua luta continua viva e que continuam a precisar de apoio, disse.
Rui Aldeano adiantou que, depois do plenário, os representantes dos trabalhadores reuniram-se com Fernando Cruz Dias, administrador de insolvência nomeado pelo Tribunal de Comércio de Lisboa, onde corre o processo de insolvência da IFM.
Segundo disse, dessa reunião saiu a convicção de que "pode haver influência do Estado para credibilizar a empresa na assembleia de credores", que integra, além dos trabalhadores, a EDP, o Banco Espírito Santo e a Segurança Social.
Essa influência, disse, pode passar pela compra de votos, o que, no seu entender, resulta da pressão que a luta dos trabalhadores tem colocado no processo e da convicção de que a empresa "é economicamente viável".
A IFM/Platex tem um valor de dívida declarado da ordem dos 16 milhões de euros, tendo o sindicato iniciado hoje a contabilização dos salários em atraso para apresentar o valor em dívida para com os cerca de 220 trabalhadores.
A primeira sessão da assembleia de credores está marcada para 01 de abril, no Tribunal de Comércio de Lisboa.
A IFM/Platex, empresa que fabricava contraplacados de madeira, exportando 60 por cento da sua produção, suspendeu a laboração em abril de 2009, alegando a administração falta de liquidez financeira.
Para os trabalhadores, é incompreensível que não sejam "apuradas responsabilidades sobre o destino de dinheiros públicos e a situação criada a mais de duas centenas de famílias", lembrando que a empresa nem sequer cumpriu o regime de lay off em que colocou os trabalhadores.
*Lusa
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