Reserva da Biosfera do Paul do Boquilobo vai ter intervenções para aumento de divulgação junto da comunidade
No ano em que se assinalará o 29º aniversário da atribuição da classificação como Reserva da Biosfera, o Paul do Boquilobo, no distrito de Santarém, vai ter um conjunto de intervenções para aumentar a divulgação junto da comunidade.
João Carlos Farinha, director-adjunto do Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB), disse à Lusa que a gestão desta reserva natural está a trabalhar com os municípios onde se situa o Paul do Boquilobo - Golegã e Torres Novas - para que sejam desenvolvidos projectos ligados à recuperação do espaço envolvente e à criação de percursos de visita.
Um dos projectos, que está a ser desenvolvido pela Câmara Municipal da Golegã, visa criar eco-pistas, isto é, percursos pedestres para permitir a realização de visitas desde o Equuspolis até esta área.
Outro dos projectos é a recuperação do edifício-sede, uma obra que já contou com o interesse de apoio do município de Torres Novas. Neste caso, o objectivo é dotar este edifício de condições para que os visitantes possam usufruir de exposições, de materiais didácticos e de equipamentos que lhes permitam conhecer melhor a biodiversidade desta reserva natural.
Para já, não estão definidos ainda os parâmetros concretos destes projectos, explica João Carlos Farinha, frisando que, no entanto, existe uma abertura dos parceiros do conselho estratégico ”para que estas propostas possam avançar".
O conselho estratégico junta o ICNB, os municípios, os agricultores e associações de regantes, institutos governamentais, organizações não-governamentais, entre outros parceiros.
Uma das ideias que tem estado em cima da mesa é a possibilidade de instalação de câmaras de vídeo na zona da reserva integral para que os visitantes possem observar o que ali existe sem necessidade de entrar no espaço, que permanece “intocável, muito pelo facto de ser propriedade pública" (cerca de 90% dos mais de 800 hectares), sob a gestão do ICNB, salientou à Lusa João Carlos Farinha.
A Reserva Natural do Paul do Boquilobo foi criada em 1980, tendo sido reclassifica como área protegida em 1997 e como Zona de Protecção Especial para Aves Selvagens em 1999. Em 1981, a UNESCO atribuiu-lhe o estatuto de Reserva da Bioesfera. Esta classificação significa o reconhecimento de uma área em que se consegue conciliar a preservação da biodiversidade com a actividade humana envolvente, neste caso, com a agricultura intensiva que se realiza nos campos em redor da reserva natural.
Este trabalho de conciliação no Paul do Boquilobo tem passado pela sensibilização dos agricultores para o uso mais sustentável dos solos, nomeadamente ao nível da questão dos pesticidas, da criação de muitos furos de água, da limpeza de canais e da sua correcta gestão, assim como da procura de manter os níveis de água na zona de reserva integral.
A poluição do Almonda tem sido um problema, mas João Carlos Farinha diz que os contactos realizados com as autarquias, sobretudo com a de Torres Novas, têm sido úteis para conseguir minimizar o problema.
O Paul do Boquilobo é uma área com cerca de 800 hectares, dos quais 196 são reserva integral onde se pode encontrar uma importante colónia de garças e de outras espécies de aves, sendo o único local em que se reproduz o zarro-comum. Alberga também várias espécies de peixes e mais de uma vintena de espécies de anfíbios e repteis, bem como alguns pequenos mamíferos como a lontra, o toirão ou o rato-de-cabrera.
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No ano em que se assinalará o 29º aniversário da atribuição da classificação como Reserva da Biosfera, o Paul do Boquilobo, no distrito de Santarém, vai ter um conjunto de intervenções para aumentar a divulgação junto da comunidade.
João Carlos Farinha, director-adjunto do Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB), disse à Lusa que a gestão desta reserva natural está a trabalhar com os municípios onde se situa o Paul do Boquilobo - Golegã e Torres Novas - para que sejam desenvolvidos projectos ligados à recuperação do espaço envolvente e à criação de percursos de visita.
Um dos projectos, que está a ser desenvolvido pela Câmara Municipal da Golegã, visa criar eco-pistas, isto é, percursos pedestres para permitir a realização de visitas desde o Equuspolis até esta área.
Outro dos projectos é a recuperação do edifício-sede, uma obra que já contou com o interesse de apoio do município de Torres Novas. Neste caso, o objectivo é dotar este edifício de condições para que os visitantes possam usufruir de exposições, de materiais didácticos e de equipamentos que lhes permitam conhecer melhor a biodiversidade desta reserva natural.
Para já, não estão definidos ainda os parâmetros concretos destes projectos, explica João Carlos Farinha, frisando que, no entanto, existe uma abertura dos parceiros do conselho estratégico ”para que estas propostas possam avançar".
O conselho estratégico junta o ICNB, os municípios, os agricultores e associações de regantes, institutos governamentais, organizações não-governamentais, entre outros parceiros.
Uma das ideias que tem estado em cima da mesa é a possibilidade de instalação de câmaras de vídeo na zona da reserva integral para que os visitantes possem observar o que ali existe sem necessidade de entrar no espaço, que permanece “intocável, muito pelo facto de ser propriedade pública" (cerca de 90% dos mais de 800 hectares), sob a gestão do ICNB, salientou à Lusa João Carlos Farinha.
A Reserva Natural do Paul do Boquilobo foi criada em 1980, tendo sido reclassifica como área protegida em 1997 e como Zona de Protecção Especial para Aves Selvagens em 1999. Em 1981, a UNESCO atribuiu-lhe o estatuto de Reserva da Bioesfera. Esta classificação significa o reconhecimento de uma área em que se consegue conciliar a preservação da biodiversidade com a actividade humana envolvente, neste caso, com a agricultura intensiva que se realiza nos campos em redor da reserva natural.
Este trabalho de conciliação no Paul do Boquilobo tem passado pela sensibilização dos agricultores para o uso mais sustentável dos solos, nomeadamente ao nível da questão dos pesticidas, da criação de muitos furos de água, da limpeza de canais e da sua correcta gestão, assim como da procura de manter os níveis de água na zona de reserva integral.
A poluição do Almonda tem sido um problema, mas João Carlos Farinha diz que os contactos realizados com as autarquias, sobretudo com a de Torres Novas, têm sido úteis para conseguir minimizar o problema.
O Paul do Boquilobo é uma área com cerca de 800 hectares, dos quais 196 são reserva integral onde se pode encontrar uma importante colónia de garças e de outras espécies de aves, sendo o único local em que se reproduz o zarro-comum. Alberga também várias espécies de peixes e mais de uma vintena de espécies de anfíbios e repteis, bem como alguns pequenos mamíferos como a lontra, o toirão ou o rato-de-cabrera.
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