As forças policiais tiveram que ser chamadas para acalmar os ânimos no final da missa do passado domingo, em Lapas, Torres Novas, por alguns populares terem proferido ameaças contra o pároco local, disseram várias fontes à agência Lusa.
Na origem da revolta está uma carta enviada pela Igreja à Sociedade Musical União e Trabalho de Lapas, dando um prazo de 30 dias para esta entregar a chave do edifício ocupado há anos pela banda de música, disse à Lusa o presidente da direcção da associação, João Nuno Borga.
“As pessoas têm muito carinho pela banda, que ocupa cerca de 40 jovens”, disse João Borga, para explicar a “revolta” que aconteceu no final da missa de domingo.
António Cândido, pró vigário geral e administrador da Diocese de Santarém, disse à Lusa que a Igreja tem procurado o diálogo com a direcção da sociedade e que a carta apenas visou “forçar” um entendimento.
Segundo disse, o edifício foi doado inicialmente ao Montepio, ficando expresso que, em caso de extinção deste, passaria para a Irmandade e, extinta esta, para a Igreja, o que acabou por acontecer em 2010.
“Só queremos fazer um documento que legalize a situação e protocolar a utilização do espaço pela banda”, afirmou, sublinhando que a Igreja precisa do primeiro andar do edifício para realizar actividades como a catequese, não tendo nada a opor à permanência da banda no rés do chão e à utilização do piso de cima para actividades pontuais, como reuniões.
João Borga disse à Lusa que, perante o tom “ameaçador” da carta, se torna mais difícil o diálogo, embora acredite que tudo acabará por se “resolver a bem”, sublinhando que a sociedade é o “elo mais fraco” do diferendo, já que não tem outro sítio para onde ir e a saída do edifício poderia ditar o fim da banda.
*Lusa
-----------------------------------------------------------------------------------------------------