No passado sábado, o Grupo de Cidadãos Independentes pelo Concelho de Alcanena (ICA), realizou um “Encontro Concelhio”, onde foi analisado e partilhado o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido e onde foi também debatido a situação política local autárquica.
Aquele Grupo de Cidadãos, emitiu uma nota à comunicação social, a qual transcrevemos:
(…)”Ocorrendo numa altura particularmente difícil para o país, este Encontro acabou por concluir que no Concelho de Alcanena se vive uma situação cujos contornos não deixam de ser também preocupantes, tal como acontece no país. O executivo municipal parece um governo de gestão. Os actuais responsáveis autárquicos não se têm mostrado capazes de tomar as medidas que se impõem para ultrapassar as dificuldades que se colocam à governação do Município. Mas têm a maioria; não podem, por isso, queixar-se que foram ou que são impedidos de fazer o que quer que seja. Fizeram o que quiseram! Não fizeram, foi porque não quiseram, ou não foram capazes.
Constataram os independentes que são muitos os testemunhos de descontentamento geral da população em relação ao desenrolar da vida política municipal: prepotência, centralismo, falta de diálogo, arrogância, moldada em doses substanciais de demagogia, associada e construída a partir de mentiras e ilusões que foram criadas e desenvolvidas, vivendo-se, na prática, uma situação política de mal-estar, à qual não é alheia, de forma implícita, e mesmo explícita, a cultura do medo. “É mau quando assim acontece” - concluíram.
Disseram os eleitos que têm procurado “não perturbar ainda mais a situação, limitando-se a vir a terreiro apenas em casos limite, na defesa, em primeiro lugar, da verdade e da honra; em segundo lugar, e com a mesma importância, na defesa das perspectivas que consideram melhores e mais adequadas para a vida do Município, das pessoas e do desenvolvimento estratégico e sustentado de todo o Concelho”, que não se compadece, em sua opinião, com “amadorismos e incompetências, agravadas pela prepotência de quem detém o poder e o exerce de forma absolutista.”
(Percebeu-se, ao longo das várias intervenções, que a visada era a Presidente da Câmara, que, segundo várias vozes críticas, mesmo internamente, nomeadamente a nível do partido, embora possa não parecer, segundo consta ‘não gosta de ser contrariada’.)
“As dificuldades não são para nós novidade. Nem nas nossas vidas pessoais e profissionais, nem no exercício de funções públicas, nomeadamente durante os anos em que fomos responsáveis pela gestão do Município de Alcanena. Sentimos muitas dessas dificuldades, que hoje todos reconhecem, mas que alguns, parece que não viam na altura – até parece que não andavam por cá!” – disseram os responsáveis de então.
No Encontro, e decorrido que é quase um ano e meio depois das últimas eleições, os independentes disseram que são passíveis de discussão os critérios adoptados e as opções tomadas na altura de implementação dos seus projectos; democraticamente, tudo isso é normal. Salientaram, no entanto, que importa haver rigor e honestidade na análise da obra feita. Mas onde foram mesmo duros foi na afirmação de que “não são admissíveis as suspeições sobre a honestidade das pessoas que estiveram à frente da Câmara”. Já sobre o desconhecimento da situação financeira da Câmara por parte da Presidente, não estranharam isso, pois já a conheciam desde há oito anos na Câmara.
Houve uma grande quantidade de aspectos que foram objecto de análise por parte dos independentes, tendo havido um que deixou toda a gente perplexa: a SITUAÇÃO FINANCEIRA DA CÂMARA MUNICIPAL. Sobre este assunto, os independentes disseram que se tinha assistido a uma vergonhosa manipulação dos números do endividamento, revelando sobretudo desconhecimento. Nada como esperar pelas contas, que terão de ser apresentadas este mês de Abril. Os números falam por si. “O que podemos informar e afirmar é que a dívida da Câmara Municipal, a 04 de Abril de 2011, era a mesma dívida que a 31 de Outubro de 2009 (data da tomada de posse do actual executivo); e sem fazer obras.” E disseram ainda mais: “Também podemos garantir que nunca solicitámos aos nossos fornecedores que deixassem de facturar a partir de fim de Setembro até 31 de Dezembro.”
Tendo passado um ano e meio desde as últimas eleições autárquicas, os Independentes pelo Concelho de Alcanena voltaram a afirmar total disponibilidade para se dedicar ao Concelho de Alcanena, assumindo as responsabilidades nos diferentes órgãos que integram, honrando os mandatos que as pessoas lhes atribuíram com o seu voto.
Num tempo em que a crise económica e financeira está ao lado da degradação da credibilidade das Instituições públicas e da vida política e partidária, foi entendimento geral que os movimentos de cidadãos independentes têm um papel e uma responsabilidade acrescida na defesa dos princípios e dos valores da transparência, competência e independência na gestão da coisa pública através da intervenção política directa dos cidadãos.
“Deixámos obra feita e projectada. Por isso nos congratulamos com a continuação e execução dos projectos elaborados pelo anterior executivo de requalificação das estradas de Alcanena para Malhou / Moita, e de Minde para o Vale-Alto, e a ampliação do quartel dos Bombeiros Municipais.”
“Gostaríamos de poder fazer um encontro onde a tónica dominante fosse reconhecer que se está a trabalhar e bem. Gostaríamos de poder estar aqui e agora a constatar e a dizer que o Concelho de Alcanena está a ser bem governado e que vai no bom caminho. Seria bom para todos. Mas, ao contrário do que seria nosso desejo, e por uma questão de consciência, somos obrigados a dizer que o Concelho não está a ser bem gerido. As pessoas não podem, de facto, estar satisfeitas. Por isso, compreendemos que tantos digam que o Concelho precisa de mudar; e mais, que precisa de pessoas com responsabilidade, pessoas sensatas, com experiência e com conhecimento.”(…)
Independentes pelo Concelho de Alcanena
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