quarta-feira, 13 de abril de 2011

Saúde

Utentes do SAP de Benavente exigem manutenção do serviço vinte e quatro horas por dia
Utentes do Serviço de Atendimento Permanente (SAP) de Benavente exigiram hoje a manutenção do serviço 24 horas por dia e a colocação de médicos nas extensões de saúde.
Mais de uma centena de utentes esteve concentrada na tarde de hoje junto do SAP, contra “a eliminação da presença de um médico” no horário das 08:00 às 09:00 desde o dia 1 de Abril, explicou Domingos David, coordenador da comissão de utentes de Benavente, promotora da iniciativa.
Para o responsável, “mais do que o que se passa nessa hora em concreto, é o princípio que lhe está subjacente”, afirmou, recordando: “a senhora ministra comprometeu-se a termos o serviço aberto durante 24 horas e é isso que temos que exigir”.
A prestação de cuidados médicos no SAP de Benavente é assegurada, no período entre as 08:00 e as 20:00, por uma empresa de prestação de serviços de saúde contratada, enquanto que entre as 20:00 e as 08:00 os turnos são cumpridos por médicos do Serviço Nacional de Saúde.
“Se o critério para esta redução foi de que a empresa de prestação de serviços não consegue cumprir esta hora, amanhã encerra mais uma hora, depois encerra outra e as tantas isto acaba”, criticou Domingos David.
Segundo o porta-voz, esta acção pretendeu também demonstrar a insatisfação por não haver médicos de família e enfermeiros em quantidade suficiente para servir as populações do concelho.
Contactada pela Lusa, a directora do Agrupamento de Centros de Saúde da Lezíria (ACES), Luísa Portugal explicou que esta alteração de horário foi “uma situação temporária”.
“Teve a ver com as regras do Orçamento de Estado que dizem que as prestações de serviços devem ser reduzidas em 10 por cento”, adiantou, acrescentando que foi apresentada uma proposta e “no horário que a empresa enviou no final do mês de março já contemplava a suspensão de uma hora no início do turno”.
No entanto, segundo a coordenadora do ACES, a situação foi “regularizada” no início desta semana e “reduziu-se duas horas mas não no início ou no fim do turno”.
Quanto à falta de médicos de família, Luísa Portugal afirmou que esta “é uma questão transversal” e que pode vir a agravar-se.
“Os próximos anos serão complicados até porque tenho alguns médicos a solicitar a reforma”, disse.
A esperança poderá estar na vinda de médicos estrangeiros, como aconteceu no concelho de Alpiarça. “Temos dois médicos cubanos em Alpiarça, que ajudaram a regularizar a situação naquele concelho”, afirmou, acrescentando não saber se virão mais profissionais estrangeiros para outros concelhos.
*Lusa
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