terça-feira, 26 de abril de 2011

Cultura

Município de Torres Novas promove investigação sobre as ruínas da antiga igreja de Santa Maria
No âmbito do programa de acção de Regeneração Urbana do centro histórico, o Município de Torres Novas, através de um protocolo de parceria com a Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, está a desenvolver a primeira fase de um projecto de investigação sobre as ruínas da antiga igreja de Santa Maria.
A intervenção, realizada por cerca de 25 alunos (incluindo 5 alunos da escola secundária de Maria Lamas), visa concluir a definição e o levantamento das estruturas remanescentes da igreja de Santa Maria, demolida em 1975, para, posteriormente, melhor definir e interpretar os vestígios da primitiva igreja de planta gótica, posta a descoberto em anteriores intervenções, bem como outras estruturas identificadas em níveis inferiores àquela.
A primeira fase deste projecto foi executada entre os dias 18 e 23 de Abril, estando programada uma intervenção posterior no mês de Julho de 2011.
Os trabalhos previstos incluem aspectos como limpeza e preparação do terreno para as tarefas de escavação, revisão e registo das estruturas e estratigrafias existentes, decapagem manual do terreno até à cota de ocupação moderna com exposição do arranque das paredes do tempo. Será também efectuado o desenho e registo de todos os materiais exumados e estruturas, escavação do interior do tempo e do espaço imediato, até à cota da sua ocupação medieval, recolha e análise de vestígios de fauna e flora; recolha e armazenamento de todos os materiais recolhidos até ao término dos trabalhos.
Situada dentro das muralhas da cerca, num local privilegiado, junto ao castelo e em pleno coração da vila, esta igreja teve, como refere Joaquim Rodrigues Bicho no livro «Pinceladas Torrejanas», «uma história infeliz que vem revelar como pode perder-se património». Sobre a sua origem e designações lê-se também na mesma publicação que: «Chamou-se o templo de Santa Maria de Almonda e foi comenda dos Templários. Depois da extinção da Ordem em 1312, passou a denominar-se Santa Maria da Alcárcova ou Santa Maria do Castelo (…) Em antiguidade, detinha a igreja de Santa Maria a honra de ser segunda paroquial, logo a seguir à matriz o Salvador. E Artur Gonçalves arrisca que os Cristãos a construíram antes da ocupação dos Mouros em 1976.»
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