Município de Torres Novas promove investigação sobre as ruínas da antiga igreja de Santa Maria
No âmbito do programa de acção de Regeneração Urbana do centro histórico, o Município de Torres Novas, através de um protocolo de parceria com a Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, está a desenvolver a primeira fase de um projecto de investigação sobre as ruínas da antiga igreja de Santa Maria.
A intervenção, realizada por cerca de 25 alunos (incluindo 5 alunos da escola secundária de Maria Lamas), visa concluir a definição e o levantamento das estruturas remanescentes da igreja de Santa Maria, demolida em 1975, para, posteriormente, melhor definir e interpretar os vestígios da primitiva igreja de planta gótica, posta a descoberto em anteriores intervenções, bem como outras estruturas identificadas em níveis inferiores àquela.
A primeira fase deste projecto foi executada entre os dias 18 e 23 de Abril, estando programada uma intervenção posterior no mês de Julho de 2011.
Os trabalhos previstos incluem aspectos como limpeza e preparação do terreno para as tarefas de escavação, revisão e registo das estruturas e estratigrafias existentes, decapagem manual do terreno até à cota de ocupação moderna com exposição do arranque das paredes do tempo. Será também efectuado o desenho e registo de todos os materiais exumados e estruturas, escavação do interior do tempo e do espaço imediato, até à cota da sua ocupação medieval, recolha e análise de vestígios de fauna e flora; recolha e armazenamento de todos os materiais recolhidos até ao término dos trabalhos.
Situada dentro das muralhas da cerca, num local privilegiado, junto ao castelo e em pleno coração da vila, esta igreja teve, como refere Joaquim Rodrigues Bicho no livro «Pinceladas Torrejanas», «uma história infeliz que vem revelar como pode perder-se património». Sobre a sua origem e designações lê-se também na mesma publicação que: «Chamou-se o templo de Santa Maria de Almonda e foi comenda dos Templários. Depois da extinção da Ordem em 1312, passou a denominar-se Santa Maria da Alcárcova ou Santa Maria do Castelo (…) Em antiguidade, detinha a igreja de Santa Maria a honra de ser segunda paroquial, logo a seguir à matriz o Salvador. E Artur Gonçalves arrisca que os Cristãos a construíram antes da ocupação dos Mouros em 1976.»
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