domingo, 10 de abril de 2011

Ambiente

Autarcas defendem novos investimentos em acessibilidades aos CIRVER instalados na Carregueira
Preocupados com o desenvolvimento económico e com a passagem de camiões com resíduos perigosos por dentro de povoações, com destino aos CIRVER instalados em Carregueira, os autarcas da região defendem a necessidade de investimento público em novas acessibilidades.
Contactados pela agência Lusa, os autarcas de Chamusca, Constância e Vila Nova da Barquinha afirmaram em uníssono que a região “não está bem servida” em termos de acessibilidades, tendo lembrado as “centenárias e debilitadas” travessias existentes na região e reclamado pela construção das pontes sobre o Tejo previstas no âmbito da construção do IC3 e IC9, em Chamusca e Abrantes, respectivamente.
O autarca da Chamusca, Sérgio Carrinho (CDU), concelho onde estão instalados os dois Centros Integrados de Recuperação, Valorização e Eliminação de Resíduos Industriais Perigosos (CIRVER), os únicos existentes a nível nacional e para onde afluem diariamente dezenas de camiões provenientes de todo o país, afirmou à Lusa existir um problema das acessibilidades “importante” na região.
“As três pontes existentes” (Chamusca, Constância/ Vila Nova da Barquinha e Abrantes) “apresentam todas grandes constrangimentos” de fluidez e circulação”, observou, defendendo “diálogo” com o futuro governo no sentido de se encontrarem soluções de compromisso.
“Sabemos das dificuldades que existem mas estamos disponíveis para conversar e para ver se no planeamento a médio, longo prazo se criam melhores alternativas de modo a que as populações e a actividade económica desta região não se ressinta tanto como actualmente”, referiu.
“Hoje, a Chamusca é atravessada diariamente por 8900 veículos, incluindo camiões com resíduos perigosos que se dirigem para os CIRVER, e essa é uma situação preocupante, que causa embaraços e algum incómodo”, observou.
Para Máximo Ferreira (CDU), presidente da Câmara de Constância, importante é a construção de uma “nova travessia sem restrições”, tendo feito notar que os CIRVER tiveram uma declaração de impacte ambiental positiva “partindo do princípio que todos os acessos eram feitos por vias rápidas e sem passar por zonas habitacionais”.
Para o autarca, a actual situação “configura uma irregularidade”, lembrando que a circulação de camiões com resíduos perigosos “vai acentuar-se devido à anunciada transferência dos resíduos hospitalares, das lamas da ETAR (Estação de Tratamento de Águas Residuais) de Alcanena, entre outros”.
Miguel Pombeiro (PS), presidente da Câmara de Vila Nova da Barquinha, disse por sua vez à agência Lusa “compreender” a suspensão do IC3 e do IC9 “atendendo à situação económica” do país tendo no entanto defendido a necessidade de investimento público na construção de uma nova travessia.
“Por vezes ouço grandes discursos sobre a não necessidade de mais obras públicas e devo dizer que este é um caso flagrante onde há uma extrema necessidade ao nível do Ribatejo em termos de investimento público em estruturas rodoviárias”, concluiu.
O Ministério das Obras Públicas afirmou à Lusa que a concretização daquelas infraestruturas “está subordinada à evolução da própria situação financeira do país”.
*Lusa
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