Biblioteca Municipal de Torres Novas acolheu “Conferência da Fontinha” sobre 2º centenário das invasões francesas
A sala polivalente da Biblioteca Municipal Gustavo Pinto Lopes encheu-se para recuar no tempo, mais precisamente 200 anos, altura em que as tropas do exército francês do Marechal se instalaram em Torres Novas.
A “Conferência da Fontinha”, realizada na passada sexta-feira, 1 de Outubro, abordou o 2º centenário das invasões francesas à luz do diário de Jean-Jacques Pelet (1810-1811), primeiro ajudante-de-campo do marechal Massena que, durante quase meio ano, viveu na vila. A conferência teve como principal orador Donald D. Howard, professor emérito da Universidade de Florida e director do Instituto de Estudos Napoleónicos e da Revolução Francesa.
Quase um terço do referido diário de Pelet é dedicado a Torres Novas e às aldeias em redor. «Sempre que o tempo o permitia, percorria as zonas rurais das redondezas com os seus amigos do estado-maior. Nas Lapas, visitou as enormes grutas de calcário onde os camponeses se tinham refugiado. Depois de andar pelos montes escreveu: “todas as linhas de água do Almonda desenhavam um vale encantador e cada casa tinha algo de pitoresco. Mas era sempre junto dos moinhos e dos ribeiros que experimentávamos as mais belas sensações”», referiu Donald Howard.
Outra das referências de Pelet a Torres Novas destacada foi: «Os arredores proporcionavam passeios nos montes perto do aqueduto e nas margens do rio Almonda. Achávamos a terra magnífica, com o céu límpido; o sol cintilava na água cristalina e iluminava a vegetação de cores vivas. Nunca vi nada tão exultante na vizinhança de Nápoles… ou nas mais belas vistas de Itália.»
Toda a vila de Torres Novas se transformou durante estes cinco meses aqui passados. Hospitais foram instalados em igrejas e conventos e começaram a aparecer pequenos estabelecimentos comerciais dedicados, por exemplo, a arranjos de vestuário. Igrejas e mansões foram convertidas em teatros para criar distracções culturais para as tropas francesas. Contudo, Pelet preocupava-se com a miséria das populações locais que, permanentemente, procuravam provisões. Mas foi a beleza da vila que mais o impressionou. «Torres Novas estava rodeada de lindos jardins de laranjeiras, agora cheias de flores e frutos. Poder-se-ia dizer que desfrutávamos de uma primavera contínua… Encontrávamos com frequência margaridas no meio dos campos, assim como violetas e árvores de fruto adornadas de flores», realçou Pelet no seu diário.
Para concluir a sua intervenção, Donald D. Howard destacou que, apesar de ter andado por toda a Europa, Pelet jamais esqueceria a pequena vila pitoresca de Torres Novas e todas as terras que circundam o rio Almonda. «No dia 6 de Março o exército de Massena retirou-se de Torres Novas e Pelet partiu com o consolo de saber que a vila tinha sido poupada à devastação habitualmente deixada pela retirada de um exército», referiu o professor.
Esteve também presente nesta sessão, Victor André Massena, descendente do general francês general francês que, em 1810, comandou a terceira invasão francesa de Portugal, destacou o trabalho da Fondation Napóleon, à qual preside. Esta fundação visa promover o estudo e o interesse pela história do Primeiro e Segundo impérios franceses e a preservação da herança napoleónica.
A sala polivalente da Biblioteca Municipal Gustavo Pinto Lopes encheu-se para recuar no tempo, mais precisamente 200 anos, altura em que as tropas do exército francês do Marechal se instalaram em Torres Novas.
A “Conferência da Fontinha”, realizada na passada sexta-feira, 1 de Outubro, abordou o 2º centenário das invasões francesas à luz do diário de Jean-Jacques Pelet (1810-1811), primeiro ajudante-de-campo do marechal Massena que, durante quase meio ano, viveu na vila. A conferência teve como principal orador Donald D. Howard, professor emérito da Universidade de Florida e director do Instituto de Estudos Napoleónicos e da Revolução Francesa.
Quase um terço do referido diário de Pelet é dedicado a Torres Novas e às aldeias em redor. «Sempre que o tempo o permitia, percorria as zonas rurais das redondezas com os seus amigos do estado-maior. Nas Lapas, visitou as enormes grutas de calcário onde os camponeses se tinham refugiado. Depois de andar pelos montes escreveu: “todas as linhas de água do Almonda desenhavam um vale encantador e cada casa tinha algo de pitoresco. Mas era sempre junto dos moinhos e dos ribeiros que experimentávamos as mais belas sensações”», referiu Donald Howard.
Outra das referências de Pelet a Torres Novas destacada foi: «Os arredores proporcionavam passeios nos montes perto do aqueduto e nas margens do rio Almonda. Achávamos a terra magnífica, com o céu límpido; o sol cintilava na água cristalina e iluminava a vegetação de cores vivas. Nunca vi nada tão exultante na vizinhança de Nápoles… ou nas mais belas vistas de Itália.»
Toda a vila de Torres Novas se transformou durante estes cinco meses aqui passados. Hospitais foram instalados em igrejas e conventos e começaram a aparecer pequenos estabelecimentos comerciais dedicados, por exemplo, a arranjos de vestuário. Igrejas e mansões foram convertidas em teatros para criar distracções culturais para as tropas francesas. Contudo, Pelet preocupava-se com a miséria das populações locais que, permanentemente, procuravam provisões. Mas foi a beleza da vila que mais o impressionou. «Torres Novas estava rodeada de lindos jardins de laranjeiras, agora cheias de flores e frutos. Poder-se-ia dizer que desfrutávamos de uma primavera contínua… Encontrávamos com frequência margaridas no meio dos campos, assim como violetas e árvores de fruto adornadas de flores», realçou Pelet no seu diário.
Para concluir a sua intervenção, Donald D. Howard destacou que, apesar de ter andado por toda a Europa, Pelet jamais esqueceria a pequena vila pitoresca de Torres Novas e todas as terras que circundam o rio Almonda. «No dia 6 de Março o exército de Massena retirou-se de Torres Novas e Pelet partiu com o consolo de saber que a vila tinha sido poupada à devastação habitualmente deixada pela retirada de um exército», referiu o professor.
Esteve também presente nesta sessão, Victor André Massena, descendente do general francês general francês que, em 1810, comandou a terceira invasão francesa de Portugal, destacou o trabalho da Fondation Napóleon, à qual preside. Esta fundação visa promover o estudo e o interesse pela história do Primeiro e Segundo impérios franceses e a preservação da herança napoleónica.
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