segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Política

PCP vai propor ao governo compensação para os municípios e entidades afectadas pelo encerramento da Ponte de Constância
O líder parlamentar comunista, Bernardino Soares, anunciou hoje que o PCP vai propor ao Governo que sejam compensados municípios e outras entidades afectadas pelo encerramento da ponte rodoviária sobre o Tejo em Constância.
O presidente da bancada comunista falava hoje numa sessão em Constância com membros da comissão de utentes Unidos pela Ponte, na qual moradores e empresários da zona descreveram os transtornos causados pelo encerramento da travessia, que dividiu o concelho a meio e obriga as populações a fazerem dezenas de quilómetros de carro pelas pontes mais próximas para circular entre as duas margens.
“É justo que seja colocado em cima da mesa e nós vamos fazer isso com uma proposta que rapidamente entregaremos na Assembleia da República: um apoio extraordinário a estas autarquias e eventualmente outras entidades no sentido de serem compensadas pela inexistência durante todos estes meses, e não sabemos mais quantos, de passagem na ponte sobre o Tejo em Constância”, anunciou Bernardino Soares.
Para o líder parlamentar, quanto mais tempo a situação se arrastar mais pesará no orçamento de autarquias ou outras instituições, “comprometendo outras actividades e outros investimentos”.
Na sessão, a vice-presidente da câmara de Constância e responsável pela comissão de utentes, Júlia Amorim, explicou que a autarquia está a gastar por mês mais 25 mil euros por causa do encerramento da ponte, nomeadamente no aluguer de autocarros para os alunos.
Também o presidente da Santa Casa da Misericórdia local, António Teixeira, queixou-se das dificuldades que tem de enfrentar agora para prestar apoio domiciliário aos utentes, uma “situação que não pode durar eternamente”, enquanto vários comerciantes e empresários locais se queixaram de ter perdido clientes e fornecedores e de terem aumentado substancialmente os custos.
O PCP quer também a garantia de que o próximo Orçamento do Estado vai prever as verbas necessárias à recuperação da ponte, previstas num protocolo que envolve apoios comunitários, a Refer, a Estradas de Portugal e as autarquias de Constância e Vila Nova da Barquinha.
No encontro, realizado no âmbito das jornadas parlamentares do PCP, foi também discutido o futuro da auto-estrada 23, uma “via essencial para a coesão nacional, para o distrito de Santarém, mas também para a Beira Interior e para ligação a Espanha”, defendeu Bernardino Soares.
“Não há nenhuma razão, nem de justiça social nem de coesão económica nem territorial, para impor portagens nesta auto-estrada”, sustentou o responsável parlamentar, lembrando que esta via “provocou uma reorganização dos serviços” públicos e que a introdução de portagens iria penalizar duplamente as populações.
Antes deste encontro em Constância, deputados comunistas estiveram reunidos com representantes da União de Sindicatos de Santarém.
O presidente do grupo parlamentar do PCP apontou casos de “falta de pagamento de horas extraordinárias, aplicação ilegal do chamado banco de horas, pagamento de salários ao nível do salário mínimo e uma situação muito grave a nível de precariedade”, num distrito “fortemente afectado pelo desinvestimento e pela retracção dos serviços públicos”.
Segundo o responsável dos sindicatos, Valdemar Henriques, há 19 mil desempregados no distrito, dos quais mais de metade são mulheres e muitos estão sem trabalho há muito tempo, existindo ainda muitos casos de empregos pouco qualificados.
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