quinta-feira, 29 de abril de 2010

Sociedade

Instituições Sociais de Santarém iniciam Domingo campanha de recolha de bens para grávidas e bebés
Várias instituições de Santarém iniciam domingo uma campanha de recolha de bens destinados a grávidas e a bebés, numa tentativa de dar resposta a situações de carência existentes no concelho.
A campanha visa a recolha de roupa de bebé, de cama e artigos diversos como porta bebés, carrinhos de bebé, camas, alcofas, colchões, banheiras, chupetas, biberões e tetinas, esterilizadores e aquecedores de biberões, bombas de leite, armários e cómodas, produtos de higiene e para amamentação.
Durante duas semanas, os artigos podem ser entregues na Casa Solidária das Artes e Ofícios (da Câmara de Santarém), na delegação local da Cruz Vermelha Portuguesa, nas juntas de freguesia de Achete, Vale de Santarém e Várzea e ainda na APPACDM, no Vale de Santarém.
A campanha é promovida pela Câmara de Santarém, através do Conselho Local de Acção Social, e conta com as parcerias da associação Ajuda de Mãe, Rede Europeia Anti-Pobreza, Cruz Vermelha e Casa Solidária das Artes e Ofícios.
Isabel Cortes, uma das voluntárias da Ajuda de Mãe, disse à Lusa que, além de aumentar a capacidade de resposta às necessidades das mães chegam às instituições, sobretudo nos momentos que se seguem à maternidade, a campanha visa divulgar a existência desta associação em Santarém.
A funcionar há perto de dois anos em Santarém, a associação dispõe de um gabinete no Bairro de S. Domingos, cedido pela autarquia, onde são atendidas as grávidas e mães recentes às terças-feiras à tarde e às sextas-feiras de manhã.
A quase totalidade dos casos que chegam à Ajuda de Mãe é de mães jovens, adolescentes ou mulheres que, devido à gravidez, foram abandonadas pelos companheiros, disse.
As voluntárias, neste momento reduzidas a três, ajudam a encaminhar as mães para instituições que podem prestar o apoio material de que necessitam, sendo a sua intervenção mais no âmbito do apoio nos cuidados a ter na amamentação e com o bebé ou de ajuda na ultrapassagem de depressões pós parto, frequentes nas mulheres "em risco social e abandonadas", acrescentou.
Por desconhecimento da existência da associação, raras são as mulheres que batem à porta da Ajuda de Mãe, sendo a esmagadora maioria dos casos encaminhados ou pela assistente social do hospital ou por outras instituições, como o centro de saúde ou a comissão de protecção de crianças e jovens, afirmou.
"A nossa missão é conseguir que um filho que chega não seja olhado como uma desgraça para a mãe ou a família", disse, frisando a necessidade da associação em acolher mais voluntários, até porque ambiciona fazer também um trabalho ao nível do planeamento familiar, num esforço para reduzir as elevadas taxas de gravidez na adolescência.
Para marcar o arranque da iniciativa, as entidades envolvidas promovem, domingo de manhã no Largo do Seminário, uma actividade lúdica dirigida às famílias.
O último dia da acção, 15 de Maio, coincide com o Dia Internacional da Família, que vai ser assinalado com uma conferência sobre "A dignidade da pessoa humana: ser mãe hoje".
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