sexta-feira, 16 de abril de 2010

Sociedade

Câmara da Chamusca receia demora da abertura da Unidade de Cuidados Continuados
A Câmara Municipal da Chamusca receia que a demora "burocrática" na abertura da Unidade de Cuidados Continuados (UCC), que obrigou a Misericórdia local a dispensar no início do mês funcionários contratados em Dezembro, possa comprometer o projecto.
Francisco Matias, vice presidente da autarquia, disse à agência Lusa estar "solidário" com a Santa Casa da Misericórdia da Chamusca (SCMC), receando contudo que a dispensa dos funcionários, além dos postos de trabalho que se perdem, possa comprometer um projecto no qual a Câmara é parceira.
"Temos sido testemunhas de formas para ultrapassar procedimentos em coisas que são de interesse público", disse, lamentando que não tenha sido encontrada "uma excepção" para permitir a entrada em funcionamento de um serviço em que o país é carente.
A UCC da Chamusca, um investimento superior a 2 milhões de euros, tem 43 camas, contando com as tipologias de internamento de média duração e reabilitação (21 camas) e de longa duração e manutenção (22), que passaram a integrar a Rede Nacional de Cuidados Continuados.
Instalada no antigo hospital da Misericórdia, a unidade foi inaugurada em Dezembro, tendo sido forçada a corrigir um conjunto de "inconformidades" detectadas numa vistoria técnica, o que foi concluído no final de Janeiro.
Contudo, a visita técnica final, que levou à emissão de parecer favorável para a celebração do acordo entre a Misericórdia e o Ministério da Saúde, só foi realizada a 03 de Março, estando a assinatura do protocolo dependente da publicação do Orçamento do Estado em Diário da República, segundo informação da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo.
Francisco Matias sublinhou que, no âmbito da reorganização dos serviços de saúde na região, a Câmara, com o acordo de todos os partidos políticos com representação autárquica, tem vindo a negociar formas de evitar quebras na prestação de cuidados no concelho.
"A UCC constitui uma peça importante no puzzle que estamos a propor", disse.
Para a autarquia, a existência desta unidade, que passará a funcionar em permanência (24 horas por dia ao longo de todo o ano), terá de proporcionar serviços de saúde a uma comunidade que vive num vasto território, deficitário em termos de resposta do Serviço Nacional de Saúde e marcado pela dispersão de uma população envelhecida e com poucos recursos.
O município, que comparticipou com uma verba de 700 000 euros, quer protocolar a prestação de serviços, como consultas, atendimento às populações e realização de exames médicos, como raio-x, eletrocardiogramas ou ecografias, meios de diagnóstico que não existem no concelho, obrigando a deslocações, nomeadamente ao Entroncamento.
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