Capoulas Santos defendeu em Santarém que atribuição de ajudas aos agricultores após a reforma do PAC deve salvaguardar o respeito pelo ambiente e emprego
O eurodeputado do PS Capoulas Santos afirmou hoje que a atribuição de ajudas aos agricultores, após a reforma da Política Agrícola Comum (PAC) em 2013, deve ter em conta o respeito pelo ambiente e a criação de emprego.
Numa conferência integrada no curso de Estudos Europeus da Escola Superior de Gestão e Tecnologia de Santarém, o ex-ministro da Agricultura referiu que o grupo dos eurodeputados socialistas europeus, do qual é coordenador na Comissão da Agricultura do Parlamento Europeu, já chegaram a uma proposta de base para a reforma da PAC e na qual se defende a atribuição de ajudas por hectare de produção agrícola e a atribuição de mais verbas aos agricultores que fizerem uma agricultura com mais respeito pelo ambiente e que crie mais postos de trabalho.
Capoulas Santos defende ainda que deve haver critérios de atribuição ligados às regiões mais desfavorecidas do território europeu e ainda às áreas de produção agrícola de modo biológico ou com produtos certificados.
"Se estes critérios forem aceites, a PAC será muito mais favorável a Portugal do que foi nos últimos anos, uma vez que o nosso país já tem uma agricultura amiga do ambiente a um nível que outros países não têm", afirmou o eurodeputado.
Capoulas Santos espera ainda que o valor de ajudas para o sector agrícola se mantenha após a reforma em 2013 e que seja de pelo menos 35 por cento do valor total do orçamento comunitário.
"Há outras áreas políticas, como a segurança, a energia ou a defesa, para as quais se reclamam mais verbas e não vai ser fácil manter este nível de ajudas à agricultura, que, actualmente, andará na ordem dos 40 por cento do orçamento europeu", frisou ainda.
O eurodeputado socialista considera que é "indispensável" continuar a haver ajudas à agricultura, porque, doutra forma, os produtos agrícolas europeus não terão condições de competir no mercado mundial com produtos de países de outros regiões do globo, como a América Latina ou a China. "Também não podemos fechar fronteiras, porque se deixarmos de importar produtos agrícolas, esses países vão também deixar de importar outros produtos europeus", salientou.
Classificando a PAC actual como "bem sucedida", Capoulas Santos não deixou de criticar as "injustiças e desigualdades na repartição dos apoios", nomeadamente com situações de agricultores que recebem fundos comunitários para não produzir, porque a produção europeia se tornou excedentária nalguns sectores.
"Foi um modelo absurdo, também porque, ao basear a atribuição de ajudas no histórico de produção dos agricultores, impediu que muitos outros novos produtores tivessem ajudas quando se instalaram", disse ainda o ex-ministro.
Capoulas Santos prevê que a "negociação da reforma da PAC vai ser complicada", porque vai ser alvo de um processo de co-decisão entre 736 deputados do Parlamento Europeu e 27 ministros da Agricultura dos Estados-membros.
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O eurodeputado do PS Capoulas Santos afirmou hoje que a atribuição de ajudas aos agricultores, após a reforma da Política Agrícola Comum (PAC) em 2013, deve ter em conta o respeito pelo ambiente e a criação de emprego.
Numa conferência integrada no curso de Estudos Europeus da Escola Superior de Gestão e Tecnologia de Santarém, o ex-ministro da Agricultura referiu que o grupo dos eurodeputados socialistas europeus, do qual é coordenador na Comissão da Agricultura do Parlamento Europeu, já chegaram a uma proposta de base para a reforma da PAC e na qual se defende a atribuição de ajudas por hectare de produção agrícola e a atribuição de mais verbas aos agricultores que fizerem uma agricultura com mais respeito pelo ambiente e que crie mais postos de trabalho.
Capoulas Santos defende ainda que deve haver critérios de atribuição ligados às regiões mais desfavorecidas do território europeu e ainda às áreas de produção agrícola de modo biológico ou com produtos certificados.
"Se estes critérios forem aceites, a PAC será muito mais favorável a Portugal do que foi nos últimos anos, uma vez que o nosso país já tem uma agricultura amiga do ambiente a um nível que outros países não têm", afirmou o eurodeputado.
Capoulas Santos espera ainda que o valor de ajudas para o sector agrícola se mantenha após a reforma em 2013 e que seja de pelo menos 35 por cento do valor total do orçamento comunitário.
"Há outras áreas políticas, como a segurança, a energia ou a defesa, para as quais se reclamam mais verbas e não vai ser fácil manter este nível de ajudas à agricultura, que, actualmente, andará na ordem dos 40 por cento do orçamento europeu", frisou ainda.
O eurodeputado socialista considera que é "indispensável" continuar a haver ajudas à agricultura, porque, doutra forma, os produtos agrícolas europeus não terão condições de competir no mercado mundial com produtos de países de outros regiões do globo, como a América Latina ou a China. "Também não podemos fechar fronteiras, porque se deixarmos de importar produtos agrícolas, esses países vão também deixar de importar outros produtos europeus", salientou.
Classificando a PAC actual como "bem sucedida", Capoulas Santos não deixou de criticar as "injustiças e desigualdades na repartição dos apoios", nomeadamente com situações de agricultores que recebem fundos comunitários para não produzir, porque a produção europeia se tornou excedentária nalguns sectores.
"Foi um modelo absurdo, também porque, ao basear a atribuição de ajudas no histórico de produção dos agricultores, impediu que muitos outros novos produtores tivessem ajudas quando se instalaram", disse ainda o ex-ministro.
Capoulas Santos prevê que a "negociação da reforma da PAC vai ser complicada", porque vai ser alvo de um processo de co-decisão entre 736 deputados do Parlamento Europeu e 27 ministros da Agricultura dos Estados-membros.
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