sábado, 6 de fevereiro de 2010

Sociedade

Comissão de Utentes de Saúde do Médio Tejo (CUSMT) toma posição sobre notícia da morte de uma utente no Hospital de Tomar
A Comissão de Utentes de Saúde do Médio Tejo, emite uma nota sobre notícia publicada no Jornal O Mirante, relacionada com a morte de uma utente no Hospital de Tomar. Assim pode-se ler na nota emitida:
“ Em Novembro de 2008, a Administração do CHMT dizendo cumprir o que legal e superiormente estava definido (mas contrariando o que tinha sido afirmado por Governador Civil, ARSLVT e alguns Presidentes de Câmara), torna pública uma nota interna em que estabelece que a Urgência Cirúrgica passava toda a ser feita na Unidade de Abrantes.
A reacção da CUSMT, das populações e de alguns autarcas (foram recolhidas mais de 8 mil assinaturas contra a intenção da Administração do CHMT), levou à alteração dos propósitos iniciais. Assim, nos dias úteis das 0 às 8 horas, e nos fins-de-semana e feriados, apenas há urgência cirúrgica em Abrantes. Nestes períodos qualquer emergência nas unidades de Tomar e Torres Novas, devem ser encaminhadas para Abrantes. Em casos mais graves, que não permitam o transporte para Abrantes, são os profissionais que se deslocam desta unidade para aquela onde esteja o doente e/ou acidentado.
As considerações sobre este caso concreto ficam a cargo dos leitores da notícia e desta nota”.
CUSMT
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A notícia publicada por “O MIRANTE”, está assim redigida na íntegra:
“Hospital de Tomar acusado de negligência por não ter operado Utente”
(…)A família de Maria Joaquina Baptista Duarte, falecida aos 78 anos, vai apresentar queixa contra o Hospital de Tomar por aquilo que acreditam ter sido uma morte causada por negligência médica. O filho, Baptista Duarte, conhecido cavaleiro tauromáquico, já contactou um advogado para dar seguimento à queixa-crime, dizendo-se bastante revoltado com o modo como a sua mãe foi tratada pelo cirurgião que se encontrava de serviço, que – ao invés de a operar de imediato - optou por interná-la para observação.
O caso remonta a 10 de Janeiro, domingo, quando Maria Duarte deu entrada no serviço de urgência do Hospital de Tomar, cerca das 19h00, com fortes dores abdominais e, de acordo com palavras do filho, “com um inchaço do lado direito do abdómen”. Foi a filha que a transportou e acompanhou às urgências não sem antes ter ligado à médica de família a dar conta do sucedido. “O médico ao vê-la entendeu que esta não se encontrava no seu juízo normal. Empurrou para dentro o inchaço do abdómen e disse que o que tinha que fazer já estava feito”, conta Anastácio Baptista Duarte.
Em causa, para esta família, está o facto de não se realizarem intervenções cirúrgicas de urgência, durante o fim-de-semana, no Hospital de Tomar. Recorde-se que em Novembro de 2008, no âmbito da reorganização das urgências do Centro Hospitalar do Médio Tejo, o Hospital de Abrantes passou a concentrar a cirurgia geral urgente, ficando as unidades de Torres Novas e Tomar a disponibilizar o serviço básico de urgência e a efectuar as cirurgias programadas e de ambulatório. A medida entrou em funcionamento em Janeiro, apesar dos protestos da Comissão de Utentes da Saúde do Médio Tejo.
Por este motivo, de acordo com Baptista Duarte, a mãe ficou internada toda a noite, “com dores lancinantes” quando deveria ter sido imediatamente transferida para a unidade de Abrantes. Viria a ser operada, pelo mesmo cirurgião que a observou na véspera, na manhã de segunda-feira, 11, após realizar novos exames e um Raio-X. “No dia 11 quando a fui visitar deparo com a minha mãe num estado deveras inumano e lastimoso. Pensei comigo que só a mão de Deus a poderia salvar”, conta o filho ainda pouco refeito da sua perda.
Maria Joaquina Baptista Duarte acabou por falecer na terça-feira, 12, pelas 18h00. A família não pediu que se realizasse autópsia mas acredita que a mãe morreu porque não lhe foram prestados os devidos cuidados médicos. Por isso está disposta a ir até ao fim para que a morte da sua familiar não passe em branco.
O MIRANTE entrou em contacto com o Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT) para ouvir a sua versão em relação ao sucedido. Edgar Pereira, director clínico do CHMT, apenas respondeu que “qualquer queixa ou reclamação determina a abertura de um processo de averiguação
”(…)
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