terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Autarquias

Autarcas ribatejanos “desgostosos” com decisão do governo de suspender processos de construção de estradas
Os autarcas de Almeirim e Chamusca estão “desgostosos” e “preocupados” com a decisão do Governo de suspender o processo da concessão Ribatejo, que inclui a construção do Itinerário Complementar 3 (IC3), que consideram “estrutural” para a região.
Tanto o presidente da Câmara de Almeirim, José Sousa Gomes (PS), como o da Chamusca, Sérgio Carrinho (CDU), disseram hoje à agência Lusa “compreender” as razões orçamentais que determinaram a decisão do Governo, mas lamentam que ela tenha afetado uma via que “não é apenas mais uma estrada”.
Sérgio Carrinho frisou que o troço Almeirim/Chamusca, que incluía a nova ponte sobre o Tejo (ligando ao concelho da Golegã), “é estruturante para esta zona do país e para o concelho”, que tem tido um incremento de empresas a instalarem-se, sobretudo no Ecoparque do Relvão, com o consequente aumento do fluxo de trânsito.
Dado o avanço em que já se encontrava o processo - com estudo de impacte ambiental concluído e previsão de lançamento de concurso para o primeiro semestre do ano - Sérgio Carrinho espera conseguir sensibilizar o Governo para a importância da concretização deste troço.
Esse será, aliás, um dos temas que quer abordar na reunião que vai manter no próximo dia 10, na Chamusca, com a governadora civil do distrito, Sónia Sanfona, com quem vai ainda falar sobre o Ecoparque, onde estão instalados uma série de aterros, incluindo os dois únicos existentes no país que recebem resíduos industriais perigosos.
“Vamos pedir que seja estudada a hipótese de avançar este troço, tendo em conta as especificidades envolvidas”, disse.
A construção do IC3 iria permitir não só retirar o trânsito, sobretudo pesado, do interior da vila (a exemplo do que aconteceria com Almeirim e Alpiarça), mas facilitar a circulação dos camiões que diariamente se dirigem ao Ecoparque, principalmente na ligação à A23, já que o novo troço prevê a construção de uma nova travessia sobre o Tejo.
O autarca referiu ainda que a tendência é para um aumento do fluxo de trânsito, tendo em conta os investimentos previstos para o concelho, que tem feito grande aposta na instalação de empresas ligadas aos resíduos e ao seu aproveitamento.
“Queremos abordar a questão de forma construtiva”, percebendo as restrições orçamentais, sublinhou.
de 400 metros para a construção do troço está a colocar no concelho, impedindo nomeadamente a expansão da zona industrial.
Por isso, disse à Lusa, vai “fazer saber” junto do ministro das Obras Públicas não só dos constrangimentos que a decisão provoca no interior das povoações dos três concelhos, mas da necessidade de ficar definido o trajeto do troço, de forma a libertar o terreno que não é necessário à obra.
Segundo disse, dos 400 metros cativos apenas 50 são necessários à obra, pelo que há 350 metros “que podem ser usados como contributo para a economia do concelho” e que não podem estar indisponíveis “em nome de um projeto que tarda”.
*Lusa
------------------------------------------------------------