quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Empresas

Empresa “Águas do Ribatejo” não vai tolerar para quem não quer pagar a água que consome
O presidente da empresa intermunicipal Águas do Ribatejo anunciou hoje que não vai haver tolerância para quem não quer pagar a água que consome, havendo ordens para cortar o abastecimento aos faltosos.
"É preciso moralizar o consumo da água", disse Sousa Gomes à agência Lusa, frisando que alguns consumidores se habituaram a "alguma tolerância" e aos valores baixos da água que eram praticados por algumas autarquias, consumindo água "ad hoc".
Com a entrada em funcionamento, no princípio de Maio, da Águas do Ribatejo, detida na totalidade pelos municípios de Almeirim, Alpiarça, Benavente, Chamusca, Coruche e Salvaterra de Magos, foi adoptada uma tarifa única, o que implicou aumentos significativos em concelhos como Chamusca, Salvaterra de Magos e Benavente (onde o preço da água duplicou ou mesmo triplicou).
Como nos primeiros meses, que corresponderam à instalação da empresa, as leituras foram feitas por estimativa, a actualização aos valores reais originou nas últimas semanas uma "chuva" de reclamações por alegados erros na facturação, que a empresa tem tentado esclarecer caso a caso.
O assessor de imprensa da Águas do Ribatejo, Nelson Lopes, disse à Lusa que, num universo de 55.000 clientes, as reclamações são inferiores a um por cento (cerca de 400), mas com um "impacto social muito importante".
Grande parte das reclamações provém de concelhos onde, com a entrada em funcionamento da Águas do Ribatejo, o preço da água teve aumentos significativos, como é o caso, por exemplo, da Chamusca, onde o preço da água triplicou.
A Chamusca é precisamente um dos concelhos com maior número de reclamações, sendo já superior a uma centena, adiantou.
A empresa não está a cobrar juros de mora pelos atrasos nos pagamentos e prevê planos de pagamento para quem comprove dificuldades em pagar a totalidade da factura, disse.
Sousa Gomes frisou que se está a falar em valores substancialmente inferiores aos que as pessoas pagam, por exemplo, pelo consumo de electricidade, não sendo, no seu entender, admissível a existência, em alguns municípios, de centenas de consumidores que pura e simplesmente não pagam a água, habituados que estavam a algum "relaxe".
"O corte no abastecimento vai obrigar essas pessoas a pensarem duas vezes", afirmou.
Sousa Gomes, que preside igualmente à Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo e à Câmara Municipal de Almeirim, frisou que é preciso desfazer o "equívoco" de que houve "privatização das águas". O que há é um rigor muito maior", disse.
O presidente da Águas do Ribatejo descansou ainda os moradores da freguesia da Barrosa (Benavente), preocupados pela coloração acastanhada da água canalizada.
"É mais o efeito psicológico, porque não há qualquer consequência para a saúde pública", garantiu, afirmando que a coloração se deve a um reagente químico inofensivo com origem nas próprias captações.
*Lusa
-----------------------------------------------------------