terça-feira, 7 de setembro de 2010

Sociedade

Alcançado acordo de princípio entre autarquias e governo para resolução do problema da Ponte de Constância
Um acordo de princípio entre o Ministério das Obras Públicas e as Câmaras de Constância e Barquinha foi hoje alcançado para resolver o problema da ponte sobre o Tejo, encerrada devido a problemas de segurança, anunciaram os autarcas.
“Os princípios do acordo estão perfeitamente definidos e as questões que faltam determinar só o poderão ser quando forem conhecidos os resultados da inspeção técnica que começa amanhã [quarta feira] no terreno”, disse à agência Lusa o presidente da Câmara de Vila Nova da Barquinha, após a reunião de hoje no Ministério das Obras Públicas, em Lisboa.
Miguel Pombeiro acrescentou que os trabalhos técnicos, com cálculos de peso e análises de risco, vão decorrer entre quarta feira e sábado, afirmando que os mesmos são “determinantes para aferir qual a solução técnica para a sua remodelação global e, como tal, o montante de investimento”.
Segundo o autarca, a “solução de compromisso” hoje alcançada aponta para que a Estradas de Portugal assuma as responsabilidades de conduzir todo o processo e lançar o concurso para a reabilitação definitiva daquela infra-estrutura, nomeadamente com a elaboração do projecto, a candidatura a fundos comunitários e a condução da obra.
A reabilitação da ponte foi estimada à Lusa em valores na ordem dos quatro milhões de euros pelo presidente da Câmara de Constância, Máximo Ferreira, que adiantou que o montante, “no âmbito do protocolo de princípio hoje estabelecido”, será repartido por verbas que “deverão oscilar entre 70 a 80 por cento provenientes de candidaturas a fundos comunitários” e que “o restante será assumido por quatro partes: as duas autarquias, a Refer e a Estradas de Portugal”.
“Vamos ter de esperar até finais de Outubro para conhecer o resultado dos trabalhos técnicos inspectivos, para que, com todos os elementos em nosso poder, possamos decidir em conformidade qual a melhor solução para a requalificação da ponte”, acrescentou Máximo Ferreira, adiantando que o projecto de fundo, “muito provavelmente”, passará pela substituição integral do actual tabuleiro rodoviário.
Segundo disse ainda o autarca, “dos trabalhos de campo depende, não só, a definição da solução a implementar e dos seus custos, como também a definição de quem fica futuramente com a sua gestão e tutela”.
“Para além disso”, acrescentou, "os resultados da inspecção podem ditar que não exista a necessidade de uma eventual abertura condicionada do tráfego”.
“Se o investimento a efectuar para uma reabertura condicionada for muito elevado e se for para ter um efeito útil de poucos meses, pode não haver uma situação transitiva e assumirmos de imediato a remodelação de fundo”, afirmou.
O tabuleiro foi cedido pela Refer, no âmbito de um protocolo assinado com os dois municípios em 1984, tendo sido adaptado à circulação rodoviária em 1988, fazendo-se a circulação apenas num sentido, alternadamente, regulado por sinalização semafórica.
Com o encerramento da ponte, as alternativas mais próximas (as pontes da Chamusca e de Abrantes) situam-se a cerca de 25 quilómetros.
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