sábado, 18 de setembro de 2010

Sociedade


Imagem:A.Anacleto
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Assinado na Golegã protocolo de prevenção e combate a criminalidade no espaço rural

Prevenir e combater a criminalidade no mundo rural é o objectivo de um programa piloto hoje lançado na Golegã, Santarém, pelos ministros da Administração Interna (MAI) e da Agricultura.
Desenvolvido numa parceria entre aqueles ministérios, Governo Civil, forças de segurança, EDP e associações de agricultores, o projecto de segurança rural visa, por um lado, responder ao “aumento da criminalidade no mundo rural, com furtos crescentes de sistemas de rega e cobre” e “utilizar o factor segurança como instrumento de luta contra a desertificação” em Portugal.
Segundo disse à agência Lusa o ministro Rui Pereira (MAI), o objectivo do projecto é “elevar os patamares de segurança e da prevenção da criminalidade do mundo rural, promovendo a protecção de certos equipamentos que se encontram no interior do país e que são apetecíveis em termos de furtos”.
“Vamos poder fazê-lo, doravante, quer seja através do lançamento de programas de vídeo vigilância, de georeferenciação e ainda de programas específicos de patrulhamento através das forças de segurança", vincou o governante.
António Serrano, ministro da Agricultura, disse esperar por “resultados efectivos” com a introdução do novo programa de segurança, “em resposta ao aumento da criminalidade registado em meio rural”.
“Temos agora uma tecnologia de suporte inovadora ao serviço do controlo da segurança nesta região piloto, e esperamos por resultados efectivos na diminuição de roubos, nomeadamente de cobre, que prejudica seriamente a actividade agrícola e da EDP”, afirmou.
Em declarações à Lusa, o Director adjunto da EDP Distribuição estimou em 4 milhões de euros os prejuízos a nível nacional “derivados de furtos de cobre e consequente reposição de serviços”.
Segundo disse Nuno Cardoso, “a tendência é crescente e os números apurados relativamente ao período homólogo do ano transacto representam um aumento na ordem dos 40 por cento de prejuízos directos, sendo certo que os cortes de energia têm também reflexos negativos na actividade produtiva das empresas”.
Os agricultores do distrito de Santarém, por sua vez, reivindicaram hoje a adequação do quadro de moldura penal para os casos “crescentes” de furtos de cobre e sistemas de rega que têm causado “insegurança e graves prejuízos financeiros” na região.
Em declarações à Lusa, o presidente da Agrotejo, associação que representa os agricultores do norte do Vale do Tejo, disse “não acreditar que nada disto resulte enquanto não for alterada a actual moldura penal”.
Alfredo Orvalho considerou a medida apresentada “importante”, - permite detectar um furto em tempo real e saber onde está a ocorrer -, tendo considerado que o mesmo “está muito longe de resolver o problema do mundo rural”.
“É que, detectado o meliante, ele é detido e presente a Tribunal, mas depois a moldura penal prevista em Lei liberta-o e fica tudo na mesma”, observou.
Durante a cerimónia desta manhã foram ainda celebrados outros dois protocolos no âmbito da prevenção da sinistralidade rodoviária entre o Governo Civil de Santarém e várias escolas de condução e associações de desporto motorizado do distrito.
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