segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Educação

Centenas de alunos são transportados de comboio da freguesia de Santa Margarida da Coutada para a sede do concelho
Um comboio fretado à CP foi a solução encontrada para transportar hoje uma centena de alunos residentes na freguesia de Santa Margarida até à escola na sede de concelho, Constância, para o início do novo ano lectivo.
A ponte de duplo tabuleiro (rodo-ferroviário), que liga os concelhos de Constância e Vila Nova da Barquinha, localidades hoje separadas pelo Tejo, foi encerrada ao tráfego rodoviário a 20 de Julho depois de uma inspecção que detectou "riscos de segurança", pelo que o transporte das crianças passou a ser feito apenas por ferrovia.
O transporte por comboio das crianças foi hoje efectuado às 7:45 entre as estações de Santa Margarida e Praia do Ribatejo, atravessando o Tejo na ponte ferroviária que tem agora um tabuleiro rodoviário inoperacional.
Depois, entre a Praia do Ribatejo e a escola Luís de Camões, em Constância, o transporte foi assegurado por autocarro.
Flávia Silva, 14 anos, disse à agência Lusa que o encerramento da ponte “torna tudo um bocadinho mais complicado”, com o acesso à escola a implicar viagens com vários meios de transporte.
“Torna-se cansativo porque implica novos horários e novos hábitos. O ano passado levantava-me às 7:15 e agora tem de ser às 6:30 para poder apanhar o autocarro e o comboio”, disse a jovem, residente em Santa Margarida.
Beatriz Bernardo, de 10 anos, viajou com a irmã mais velha, Mariana, 13 anos, para o primeiro dia de aulas.
Uma viagem “complicada” porque implicou “levantar mais cedo” e trocar de vários transportes numa viagem de poucos quilómetros.
“Dantes era uma viagem directa, de carro ou de autocarro e podia levantar-me às 8:30. Hoje acordámos às 6:30 para podermos apanhar autocarro e o comboio para a outra margem”, afirmou.
Para a directora do Agrupamento de Escolas de Constância, o modelo de transporte entre as duas margens do rio “não é solução mas ajuda a minimizar os impactos negativos” causados pelo encerramento da ponte.
“Ainda não temos bem a noção das implicações nas crianças de todos estas movimentações e deslocações ora de autocarro, ora de comboio e de autocarro outra vez”, disse Anabela Grácio, tendo assegurado que os responsáveis do agrupamento vão “acompanhar as viagens e os alunos para detectar eventuais fragilidades e tentar melhorá-las”.
A responsável manifestou ainda o desejo de que “tão breve quanto possível seja retomada a normalidade” para os alunos e o regresso a um percurso pela ponte, de autocarro, “como sempre foi”, em viagem que demora cerca de 7 a 8 minutos a efectuar.
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