Organizações ambientais contra construção de cimenteira em Rio Maior
As organizações não governamentais ambientais (ONGA) Oikos e Geota manifestaram-se “frontalmente contrárias” à construção de uma cimenteira em Rio Maior, por considerarem que Portugal não precisa de mais cimenteiras e pelos “elevados impactes que acarretaria”.
Em comunicado, a Associação de Defesa do Ambiente e do Património da Região de Leiria (Oikos) e o Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e do Ambiente (Geota) dão a conhecer a posição que adoptaram no período de consulta pública do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) da Fábrica de Cimentos de Rio Maior, que terminou a 27 de Agosto.
Tal como já fizera a associação ambientalista Quercus, que emitiu igualmente parecer desfavorável na fase de consulta pública, as duas ONGA referem a inserção da fábrica em área de Rede Natura 2000, no Sítio de Interesse Comunitário das Serras d’Aire e Candeeiros, e em área de Reserva Ecológica Nacional, junto ao limite sul do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, não apresentando alternativa de localização.
“Os impactes ambientais decorrentes da implantação deste projecto são muito elevados”, referem, criticando o facto de o EIA não abordar os impactos decorrentes da exploração das pedreiras que irão alimentar a cimenteira, ela própria projectada para uma pedreira que será a principal fornecedora de matéria prima.
“Para as ONGA signatárias é inaceitável degradar um sítio da Rede Natura 2000 e Reserva Ecológica Nacional, reforçado pelo facto do empreendimento em causa não ser, de forma alguma, uma necessidade. Mesmo que fosse, tinha de ser demonstrada a ausência de alternativas”, afirmam.
As associações sublinham que existem em Portugal seis cimenteiras e que o consumo de cimento em Portugal tem vindo a “diminuir acentuadamente nos últimos anos, pelo que, ao contrário do referido no estudo, a produção de cimento em Portugal, ao invés de deficitária, é excedentária em vários milhões de toneladas/ano”.
A Fábrica de Cimento de Rio Maior terá uma capacidade de produção de 500 000 toneladas/ano.
As associações realçam ainda o facto de o projecto se situar no Maciço Calcário Estremenho, “onde predominam as formações cársicas”, de grande sensibilidade ecológica, e frisam os prejuízos que traria à flora e à fauna locais, bem como às populações.
O comunicado critica ainda que o EIA tenha ignorado por completo o consumo de energia e as emissões de gases com efeito de estufa.
“Não se percebe como é possível apresentar este projecto sem nunca referir este aspecto, mormente as condicionantes relativas à atribuição de licenças de emissão de CO2 para novas instalações para o período 2008/2012”, afirmam, defendendo que “num cenário de produção excedentária de cimento, não faz qualquer sentido a atribuição de mais licenças de emissão de CO2 a cimenteiras”.
--------------------------------------------------------------------------------
As organizações não governamentais ambientais (ONGA) Oikos e Geota manifestaram-se “frontalmente contrárias” à construção de uma cimenteira em Rio Maior, por considerarem que Portugal não precisa de mais cimenteiras e pelos “elevados impactes que acarretaria”.
Em comunicado, a Associação de Defesa do Ambiente e do Património da Região de Leiria (Oikos) e o Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e do Ambiente (Geota) dão a conhecer a posição que adoptaram no período de consulta pública do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) da Fábrica de Cimentos de Rio Maior, que terminou a 27 de Agosto.
Tal como já fizera a associação ambientalista Quercus, que emitiu igualmente parecer desfavorável na fase de consulta pública, as duas ONGA referem a inserção da fábrica em área de Rede Natura 2000, no Sítio de Interesse Comunitário das Serras d’Aire e Candeeiros, e em área de Reserva Ecológica Nacional, junto ao limite sul do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, não apresentando alternativa de localização.
“Os impactes ambientais decorrentes da implantação deste projecto são muito elevados”, referem, criticando o facto de o EIA não abordar os impactos decorrentes da exploração das pedreiras que irão alimentar a cimenteira, ela própria projectada para uma pedreira que será a principal fornecedora de matéria prima.
“Para as ONGA signatárias é inaceitável degradar um sítio da Rede Natura 2000 e Reserva Ecológica Nacional, reforçado pelo facto do empreendimento em causa não ser, de forma alguma, uma necessidade. Mesmo que fosse, tinha de ser demonstrada a ausência de alternativas”, afirmam.
As associações sublinham que existem em Portugal seis cimenteiras e que o consumo de cimento em Portugal tem vindo a “diminuir acentuadamente nos últimos anos, pelo que, ao contrário do referido no estudo, a produção de cimento em Portugal, ao invés de deficitária, é excedentária em vários milhões de toneladas/ano”.
A Fábrica de Cimento de Rio Maior terá uma capacidade de produção de 500 000 toneladas/ano.
As associações realçam ainda o facto de o projecto se situar no Maciço Calcário Estremenho, “onde predominam as formações cársicas”, de grande sensibilidade ecológica, e frisam os prejuízos que traria à flora e à fauna locais, bem como às populações.
O comunicado critica ainda que o EIA tenha ignorado por completo o consumo de energia e as emissões de gases com efeito de estufa.
“Não se percebe como é possível apresentar este projecto sem nunca referir este aspecto, mormente as condicionantes relativas à atribuição de licenças de emissão de CO2 para novas instalações para o período 2008/2012”, afirmam, defendendo que “num cenário de produção excedentária de cimento, não faz qualquer sentido a atribuição de mais licenças de emissão de CO2 a cimenteiras”.
--------------------------------------------------------------------------------