quarta-feira, 19 de maio de 2010

Sociedade

Buscas realizadas em residências de autarcas do Cartaxo foram por suspeitas de prática de crimes de corrupção passiva e branqueamento de capitais
As buscas realizadas na terça-feira aos gabinetes e nas residências de autarcas do Cartaxo foram motivadas por suspeitas da prática de crimes de corrupção passiva, abuso de poder, branqueamento de capitais, entre outros. Fonte ligada a um dos visados acrescentou à agência Lusa que o mandado que fundamentou as buscas referia a investigação de factos susceptíveis de configurarem os crimes de prevaricação, violação das normas de execução orçamental, corrupção passiva, abuso de poder, branqueamento de capitais e eventuais contas sediadas no estrangeiros ou em sociedades offshore.
A fonte revelou ainda que os investigadores da Unidade Nacional de Combate à Corrupção, da Polícia Judiciária (PJ), “só fizeram duas perguntas: se tinha contas no estrangeiro ou em sociedades offshore” e que “não houve qualquer referência a obras”.
Na terça feira, o vice-presidente da câmara municipal do Cartaxo, Paulo Varanda, afirmou que foram feitas buscas nos gabinetes e nas residências do presidente da autarquia, Paulo Caldas, e dos vereadores socialistas do anterior mandato, Francisco Casimiro, Rute Ouro e Pedro Magalhães Ribeiro.
Segundo disse, “foi investigada toda a documentação, todos os elementos que fazem parte de procedimentos relacionados com obras, não com uma em concreto”, adiantando que “nada foi levado” pelos inspectores da PJ.
A investigação, tutelada pelo Departamento de Investigação e Acção Penal de Évora, terá tido origem em inspecções realizadas pela Inspecção Geral da Administração Local (IGAL).
A inspecção da IGAL realizada em 2009 deu origem a um outro processo, em que Paulo Caldas foi constituído arguido, relacionado com a realização de obras ilegais nos terrenos onde se encontra a Casa das Peles.
Entretanto, a Lusa apurou que a leitura da decisão instrutória que determina se Paulo Caldas vai ou não a julgamento no âmbito do processo Casa das Peles será lida pelo juiz de instrução, na sexta-feira, no Tribunal de Santarém.
Já em 2004, todos os membros do executivo camarário, tanto os da maioria PS como os da oposição PSD, foram ouvidos pela PJ sobre a adjudicação de obras a empresas da região suspeitas de cartelização (concertação de preços).
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