Autarquia de Mação vai lançar projecto de preservação e conservação de vinho licoroso secular
O vinho “Chave Dourada”, vinho licoroso secularmente produzido em Mação, em vias de extinção desde as invasões francesas, vai ser alvo de um projecto da autarquia tendo em vista a sua preservação e conservação.
Preservado e produzido hoje em dia por um reduzido número de produtores que limitam o seu consumo à família e a um círculo restrito de amigos, a sua “fórmula secreta” de fabrico tem passado de geração em geração por três famílias de Mação, permanecendo em “risco latente” de extinção.
Para conservar a tradição e criar uma “imagem de marca Mação”, a autarquia vai lançar um programa de revitalização do “Chave Dourada” a partir de algumas pipas seculares que ainda subsistem no concelho e construir uma barrica que, a partir da “mãe” do secular vinho, permita a manutenção e sobrevivência daquele património e tradição.
Durante a Guerra Peninsular, em 1810, “aquilo que os invasores não conseguiram beber, destruíram, derramando o vinho pelo chão e arrombando o tonel”, na ocasião já com 110 anos, disse à Lusa António Louro, vereador na Câmara de Mação e coordenador do projecto.
Então, três pessoas de Mação recuperaram parte da “mãe” do Chave Dourada, a borra ou o pé da secular pipa para manter o licor.
Agora, explica António Louro, “é obrigação” dos responsáveis autárquicos “não deixar morrer uma secular e peculiar tradição”, salientando que o segredo da sua continuidade está na “mãe” do Chave Dourada, algo que só três produtores ainda insistem em preservar e produzir.
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