sábado, 14 de maio de 2011

Saúde

Directores do Hospital de Abrantes discordam da retirada do Serviço de Patologia para Torres Novas
Os directores do hospital de Abrantes discordam da decisão de retirar o serviço de patologia clínica para Torres Novas, uma medida que a direcção do Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT) afirma ser imprescindível para racionalizar recursos.
Com uma área de influência de 15 concelhos e com cerca de 266 mil habitantes, a administração do CHMT, que integra as unidades hospitalares localizadas em Abrantes, Tomar e Torres Novas, afirmou à Lusa que a medida “há muito está definida”, devido à necessidade de rentabilizar recursos humanos, financeiros e técnicos.
Contudo, para os directores de serviço da unidade hospitalar de Abrantes, a medida não apresenta mais-valias para o CHMT.
Segundo o parecer dos três elementos que compõem a direcção da unidade, a que a Lusa teve acesso, a centralização de serviços “pode ser necessária, possível e desejável em algumas áreas mas esta não apresenta mais-valias para o CHMT, nomeadamente na consecução de economias de escala, melhoria da qualidade dos serviços prestados e melhoria da exploração do SPC [serviço patologia clínica] ”.
Os directores acrescentam que desta decisão “resultarão outros aspectos criticáveis”, apontando para a “redução da capacidade produtiva, afectação de transporte para a deslocação do pessoal, investimento em recipientes adequados ao transporte de colheitas, redução da capacidade de resposta e apoio na especialidade de patologia clínica e às especialidades existentes” naquela unidade.
Para os directores o processo em curso “não se encontra estruturado ou organizado”, sugerindo que a carência resultante da aposentação de uma das médicas afectas ao serviço seja suprida com a afectação de um técnico superior ou médico” das unidades de Tomar ou Torres Novas.
“Assim”, concluem, “esta decisão não prejudicaria o funcionamento do SPC naquelas unidades e manteria o suporte necessário à unidade de Abrantes, pelo menos até que sejam tomadas decisões credíveis, estruturadas e clinicamente participadas”, concluem.
“Não à volta a dar”, respondeu, por seu lado, o director clínico do CHMT, Edgar Pereira.
O director clínico explicou que o processo de reestruturação foi “precipitado” pela aposentação de uma médica e que visa “centralizar” as análises de rotina, ou seja, o SPC, num laboratório único em Torres Novas, mantendo nas unidades hospitalares de Abrantes e Tomar o laboratório de urgências.
“Em contexto de racionalização de meios não podemos ter equipamentos em triplicado”, observou Edgar Pereira, tendo afirmado que o objectivo passa por conseguir “operacionalizar” um processo que mantenha a qualidade na rapidez das colheitas e no acesso informático aos resultados.
“As questões relacionadas com o processo de colheita e transporte e o problema informático e da mobilidade do pessoal são aquelas que necessitam de maior afinação”, observou.
Assegurando que este processo de reorganização “é para estar concluído até final do ano”, apontou como mais-valias desta medida a “economia de recursos” a “racionalização” de meios técnicos e humanos e o “ganho de escala em capacidade negocial”.
*Lusa
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