terça-feira, 31 de maio de 2011

Saúde

Centro Hospitalar do Médio Tejo anuncia suspensão temporária da centralização do serviço de patologia clínica
O Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT) anunciou hoje a suspensão temporária da centralização do serviço de patologia clínica (SPC) em Torres Novas, após os directores do hospital de Abrantes e a presidente da Câmara terem discordado daquela decisão.
Edgar Pereira, o director clínico do CHMT, que integra as unidades hospitalares localizadas em Abrantes, Tomar e Torres Novas, disse à agência Lusa que o adiamento para Setembro da introdução da medida, que deveria começar a ser aplicada este mês, resulta de um “ruído de fundo complicado de gerir”.
“Quando se quer alterar qualquer coisa no CHMT há sempre um ruído de fundo complicado de gerir, cada um olha para a sua unidade hospitalar de forma isolada e não de forma global, fala-se em perdas em vez de se referirem os ganhos”, lamentou, uma vez que considera a medida “imprescindível” para racionalizar recursos.
“Em contexto de racionalização de meios não podemos ter equipamentos em triplicado”, vincou, tendo sublinhado que o “objectivo imediato” passa por conseguir “operacionalizar” o processo de centralização.
Afirmando “partilhar” de “algumas” das observações feitas ao processo - “se calhar não estavam reunidas todas as condições para avançar com o programa” -, aquele responsável assegurou que o processo de centralização vai avançar “o mais tardar” até Setembro, depois do CHMT conseguir assegurar um processo que mantenha a qualidade no processo de colheita e respectivo transporte, acesso informático aos resultados e mobilidade do pessoal.
No entanto, para a presidente da câmara de Abrantes e para os directores de serviço daquela unidade hospitalar, a medida não apresenta mais valias para o CHMT.
Segundo o parecer dos três elementos que compõem a direcção da unidade, a que a Lusa teve acesso, esta centralização de serviços “não apresenta mais valias para o CHMT”, nomeadamente na consecução de economias de escala e melhoria da qualidade dos serviços prestados, vincando que o processo que se pretendia iniciar em meados de Maio não se encontrava “estruturado ou organizado”.
Também a Câmara de Abrantes manifestou a sua oposição a qualquer alteração ao acordo vigente para a manutenção das valências em regime de complementaridade que foi estabelecido aquando da constituição do Centro Hospitalar do Médio Tejo.
Em declarações à agência Lusa, a presidente da autarquia, Maria do Céu Albuquerque, afirmou “estranhar” esta possibilidade “particularmente numa altura em que a legislatura foi interrompida e quando o conselho de administração do próprio CHMT se encontra em gestão”, reafirmando que o laboratório de Abrantes “não pode ser encerrado e muito menos transferido” para Torres Novas.
Edgar Pereira pediu “bom senso” e apontou como mais valias desta medida a “economia de recursos”, a “racionalização” de meios técnicos e humanos, e o “ganho de escala em capacidade negocial”.
*Lusa
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