Alunos da Escola Ginestal Machado em Santarém apresentam projectos de instalações de escolas desactivadas para apoio a idosos
Uma turma do 12.º ano da Escola Secundária Dr. Ginestal Machado, de Santarém, apresentou hoje quatro projectos para adaptação de escolas de primeiro ciclo desactivadas com o objectivo de servirem de apoio a populações idosas isoladas.
“Ao lermos as notícias nos jornais sobre idosos abandonados pensámos em fazer alguma coisa, como a criação de centros de convívio”, disse à agência Lusa Catarina Forte, aluna do 12.º F do curso de Artes Visuais.
O projecto, desenvolvido na disciplina de Área de Projeto, passou pela elaboração de propostas para reaproveitamento das escolas de primeiro ciclo de Casal da Charneca e Atalaia (ambas na freguesia de Almoster), Tremes e Amiais de Cima, todas situadas em zonas rurais.
Para realizarem os projectos, os alunos tiveram que contar com o apoio da câmara municipal, que forneceu as plantas das escolas e disponibilizou responsáveis autárquicos e técnicos para responderem às dúvidas dos alunos, tendo ainda visitado um centro de dia.
“Foi importante aperceberem-se do que leva os idosos a frequentarem um centro de dia”, disse à Lusa a professora da disciplina, Lígia Batalha, arquitecta e ex vereadora na câmara municipal de Santarém.
Catarina Forte tem esperança que entre os convidados para assistirem à apresentação do projecto, no auditório do Instituto Português da Juventude, surja alguém interessado em passá-lo à prática, mas admite que não será fácil, até porque o trabalho dos alunos não quantificou os custos.
Lígia Batalha é mais optimista, pois considera que se terá que inevitavelmente encaminhar para soluções deste tipo, já que o país não pode desperdiçar estruturas e é preciso criar novas dinâmicas em territórios envelhecidos, envolvendo as várias instituições.
Os espaços foram pensados pelos alunos para acolherem actividades que vão desde o suprimento de necessidades básicas, como fornecimento de refeições, lavandaria comum, visita de um médico, cabeleireiro ou barbeiro, entre outras.
“Foi estimulante sensibilizar e desmontar paradigmas, levá-los a serem mais flexíveis e mais elásticos em termos de pensamento. Ficaram muito sensibilizados para as questões da terceira idade, do abandono. Penso que contribuiu muito para a sua formação como cidadãos”, afirmou.
O folheto de apresentação do projecto, designado Second Hand Project, refere que Santarém tem 1.660 idosos a viverem sós ou abandonados.
*Lusa
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