Hospital de Santarém aguarda assinatura de protocolo para retoma de colheita de sangue
O Hospital de Santarém aguarda a assinatura de um protocolo com o Instituto Português de Sangue (IPS) para retomar a colheita de sangue dentro das suas instalações, suspensa desde Abril de 2009, disse hoje à Lusa fonte da administração.
José Josué, presidente do conselho de administração do Hospital Distrital de Santarém, disse hoje à Lusa que o protocolo, que deverá ser assinado “em breve”, irá compatibilizar a desactivação do posto móvel do IPS, que tem feito as colheitas, com a reactivação do serviço dentro do edifício.
A Unidade de Sangue do Hospital de Santarém foi alvo de uma auditoria em Abril de 2009, que determinou o encerramento do serviço de colheita de sangue por inadequação das instalações às normas comunitárias.
Em causa estava o facto de o hospital realizar na mesma sala as colheitas de sangue de dadores e de doentes, quando as normas exigem a sua separação.
José Josué adiantou que a mudança de direcção do IPS permitiu encontrar uma “solução de compromisso”, ao prever a colheita de sangue em partes distintas do dia a dadores e a doentes, cumprindo a exigência de não coexistência de ambos no mesmo espaço.
Segundo disse, o IPS continuará a ser responsável por esse serviço, dando garantias de qualidade.
José Josué adiantou que a Unidade de Sangue do Hospital de Santarém tem, ao longo do último ano, vindo a melhorar a qualidade dos seus registos, uma das deficiências apontadas na auditoria de 2009, tendo igualmente procedido à certificação das transfusões sanguíneas.
“Era preciso documentar que fazemos bem as coisas”, disse, dando como exemplo o facto de as leituras das temperaturas do frigorífico de sangue, apesar de correctas, antes não serem registadas, uma situação que, afirmou, “está ultrapassada”.
O Hospital de Santarém, onde se fazem anualmente cerca de 5.000 transfusões de sangue, entregou, em Novembro de 2009, uma candidatura a fundos comunitários para ampliar e adequar a Unidade de Sangue às exigências comunitárias.
A candidatura continua a aguardar aprovação, porque não tem sido considerada prioritária, adiantou.
“A ampliação mantém-se como projecto, mas já não é um obstáculo a que se retomem as colheitas”, frisou.
Quanto às obras no Serviço de Urgência, cuja conclusão chegou a ser apontada para o início deste ano, José Josué disse à Lusa que no decurso das obras houve necessidade de proceder a uma alteração no projecto inicial, o que obrigou a nova aprovação pelo Quadro de Referência Estratégica Nacional (QREN).
As obras estiveram suspensas durante cerca de três meses, tendo sido retomadas no início de Março, prevendo a administração do hospital que o serviço possa abrir no próximo verão.
A obra visa triplicar a capacidade de atendimento e melhorar a qualidade de um serviço criado há 25 anos para uma procura estimada de 50.000 doentes/ano, sendo a procura actual de cerca de 130.000 doentes/ano.
*Lusa
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