sábado, 29 de outubro de 2011

Saúde

População de Muge protesta contra encerramento de extensão de saúde
A população de Muge, concelho de Salvaterra de Magos, concentra-se sábado à tarde junto à extensão de saúde da localidade em protesto contra o encerramento daquela unidade, reivindicando o regresso dos cuidados médicos à freguesia.
“Vamos estar ao pé da extensão de saúde para dizer que as populações não podem baixar os braços”, afirmou a porta-voz da comissão de utentes de Muge, Teresa Faria, durante uma acção a favor da continuidade dos serviços médicos no Serviço de Atendimento Permanente (SAP) de Benavente, que também serve a população do concelho de Salvaterra de Magos.
A extensão de saúde de Muge está encerrada há cerca de um ano por falta de médicos de família, assim como a unidade da freguesia vizinha do Granho, também no concelho de Salvaterra de Magos.
Por isso, os utentes asseguram que vão “lutar pelos serviços porque temos direito a eles”, afirmou Teresa Faria.
De acordo com a directora do Agrupamento de Centros de Saúde da Lezíria, Luísa Portugal, anteriormente “o atendimento era muito insuficiente”, porque o médico que prestava serviço nas duas unidades deslocava-se, por semana, “uma manhã, quatro a cinco horas” a cada uma das extensões.
A entrada ao serviço dos médicos da Costa Rica, que se encontravam a aguardar autorização para começar a dar consultas, possibilitou a colocação de dois profissionais no concelho de Salvaterra de Magos.
Segundo o Agrupamento de Centros de Saúde da Lezíria, duas médicas foram colocadas na extensão de saúde de Glória do Ribatejo e irão atender os utentes dessa freguesia e das localidades de Muge e Granho.
“Neste momento, as pessoas vão passar a ter médico entre as 09:00 e as 17:00 na extensão da Glória do Ribatejo”, explicou a directora do Agrupamento, reforçando que os cuidados serão prestados “todos os dias da semana, em vez de um só dia”, como acontecia anteriormente.
Luísa Portugal adiantou que a deslocação dos novos profissionais de saúde às extensões de Muge e Granho implicaria “toda uma logística do posto que não faz sentido para cinco horas de consultas”.
No entanto, os utentes de Muge criticam esta decisão, recordando que “as pessoas têm agora que se deslocar à Glória e não há transportes públicos”, referiu Teresa Faria.
A este propósito, a directora do Agrupamento defendeu que, nesta matéria, o papel das Câmaras Municipais e das Juntas de Freguesia é também o de ajudar os munícipes a essa mobilidade.
“Já tenho acordo com muitas freguesias de outros concelhos que se prestaram a fazer esse transporte”, explicou.
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